quarta-feira, maio 31, 2006

tu...

ai, deixas-me louco
e não é pouco.
por tua causa durmo mal
és algo de muito (muito) especial.
causas-me nervoso miudinho
contigo, sinto-me de novo um rapazinho.
nestes dias de praia e grande calor
apenas vieste para aumentar a minha dor.
apareceste agora, mas já te esperava
não me preparei, e tu queimas como lava.
dentro em breve irás embora
naquele dia certo, chegará a tua hora.
vais partir, como se nada se tivesse passado
e deixar-me aqui assim, desesperado.


ai.
p#ta de época de exames...

segunda-feira, maio 29, 2006

molho de tomate

um prato muito apreciado chez-moi são tomates recheados.
para se rechear os tomates, faz-se um buraco no topo e retira-se o seu interior à colherada.
como o pessoal aqui aproveita tudo (e muito bem) guarda-se o interior dos tomates num recipiente para no dia seguinte se fazer arroz de tomate.
(para acompanhar outra coisa que não tomates recheados, claro.)
lá retirou alguém o interior dos tomates e lá os colocou no recipiente.
o recipiente era um tupperware, marca preferida por estes lados e a única no mundo à qual merece a pena fazer publicidade.
ora, mas como qualquer outro recipiente que contenha interior de tomate, convém fechá-lo condignamente antes de o botar no frio.
o que o (grande) autor não sabia é que os intestinos dos tomates estavam naquele tupperware.
outra coisa que o mesmo gajo não sabia, era que o tupperware não estava (condignamente) fechado.
assim, ainda a retirar uma ramela dum olho com uma mão, o (grande) autor pegou no recipas (recipiente) com a outra mão para o colocar na mesa da cozinha e verificar o seu conteúdo, visto estar com uma fome esfomeada.
não sei se sabem, mas quando pegam num recipas só com uma mão e ele está mal fechadinho, o tipo tem tendência a voar das manápulas.
e assim foi.
a meio caminho entre o frigorífico e a mesa da cozinha, o recipas resolveu largar tudo cá para fora, obrigando o intestino de tomate a fazer um mergulho picado até se espalhar (muito convenientemente) pelo tapete, chão e uma das cadeiras da cozinha.
imaginem o sorriso do (grande) autor enquanto apanhava a merda de tomate, ao som dos roncos do seu estômago e dos palavrões que proferia.
palavrões esses, que deixavam até os tomates vazios por dentro...vermelhos por fora.

sábado, maio 27, 2006

assim assim

há dias em que a inspiração passa à nossa porta, mas não toca à campainha.
não se consegue escrever nada de jeito, nem fritar um ovo.
nesses dias, mais vale não pôr aqui qualquer post.
mais vale afastar o leitor da nossa paragem cerebral.
mas eu não sou desses.
eu escrevo, mesmo que, depois de passar os olhos nestas linhas, o leitor se sinta enganado.
mas eu não quero enganar ninguém.
até porque este blog é grátis, caraças.
quero é um bife para pôr debaixo do meu ovo mal frito.

sexta-feira, maio 26, 2006

control shift

no teclado da vida percorro todas as teclas.
começo no início do abecedário, ando letra a letra, vivendo um pouco todos os dias.
por vezes tenho interrogações, faço algumas combinações, procuro acentos.
faço o possível para ganhar o resultado de "control-alt-e", às vezes sinto-me maiúsculo, outras vezes não.
os números dão-me conta do tempo que passa, vivo muitas exclamações, coisas que não esperava.
vou em todas as direcções das setas, experimento um pouco de tudo, como deve ser.
quando não me sinto bem, desejo apagar tudo o que não gosto, mas não há escape que valha, o que está feito está feito.
a vida não é um teclado, mas tem umas teclas que podemos comandar.
podemos pôr aspas nas coisas, podemos separar tudo em parêntesis.
podemos escrever o caminho que tomamos.
agora, há uma coisa que não podemos controlar.
o ponto final.

quinta-feira, maio 25, 2006

anarquia ditatorial

Portugal não sobreviveria a uma anarquia.
Não era possível, os tugas consumiriam o país de dentro para fora e ainda iriam anexar espanha.
O povo tuga é um povo que precisa de proibições, de regras, de direcções impostas.
fazendo a devida adaptação, para o tuga, a cavalo dado não se olha o dente, nem se olha mesmo para o cavalo.
é aproveitar enquanto se pode.
por isso é que festas de bar aberto, restaurantes "coma-tudo-o-que-conseguir" ou outros eventos do género não funcionam por aqui.
porque se é de borla e não há proibições, o tuga, literalmente, devora tudo.
já viram a vaca feita de sinos que está no saldanha?
no início estava (estupidamente) desprotegida.
resultado?
2 minutos depois de ter sido lá colocada, já os sinos estavam todos emaranhados em mega-orgia.
claro que se teve de pôr um vidro a proteger a vaca.
porque se está lá e não tem nada a dizer que não se pode, então vai-se lá mexer no bicho.
em Portugal não poderia haver anarquia porque tudo desapareceria.
temos a filosofia do já-estou-cheio-mas-vou-só-comer-mais-uma-perna-de-frango-e-ainda-como-o-arroz-doce-para-rematar.
assim, chegou o (grande) autor à conclusão de que em Portugal apenas resultaria uma anarquia ditatorial.
uma antítese política.
porque, mesmo com a loucura, soltura e liberdade totais, o tuga precisa de ser direccionado, travado, orientado, para não se destruir a si próprio.
porque um tuga com a franga solta é pior que um bando de rinocerontes.
destrói tudo à sua passagem, mas com o balanço com que vem ainda cai mas é pela ravina abaixo...

segunda-feira, maio 22, 2006

uma frase vale mais que mil imagens

hoje, num jantar, colocava-se o problema de muita gente fazer o que não gosta.
uma dada pessoa, tirou um curso, entrou para um posto de trabalho da área, mas não há maneira de a porem a fazer o que gosta.
pode demitir-se, ou então esperar que a coloquem onde quer.
como ideia para "dar a dica" ao patrão, serviu-se à mesa a cómica hipótese de a pessoa levar uma t-shirt estampada com alguma frase que desse a impressão do seu desconforto laboral.
a pessoa em questão disse a seguinte frase:

"dêem-me pontapés na boca... sofro menos!"

domingo, maio 21, 2006

aviãozinho voa voa

na última vez que o (grande) autor teve o prazer (psicológico) de viajar de avião, algo de estranho sucedeu na cabine passageira.
pois, aquando de uma descida menos estável, alguém do staff hospedeiro se lembrou de botar no ar um som semelhante ao de ondas do mar, nitidamente para acalmar a passageirada.
ora, assentado no seu assento, o (grande) autor logo para si pensou:
"oh diabo, tu queres lá ver que me estão a perspegar com musiquinha pré-caída-de-bintecincomil-pés?"

com o som marítimo a atravessar-lhe os tímpanos, seguro de que uma morte se avizinhava, resolveu o (grande) autor confessar-se à colega do lado, completamente abstraída das ondinhas da caparica.
a senhora, já de idade avançada e com 4 martinis em cima, mostrava-se muito interessada no que lhe contava o nosso amigo.
passados 25 minutos de confissão-em-marcha-rápida, decide a sénior acabar com a tortura falada proferida pelo herói:
"oh filho...podes parar de contar essas porcarias, para eu poder voltar a ligar o aparelho de audição? é que este pagou-mo a minha filha e diz que faz mal estar sempre a ligá-lo e a desligá-lo. como já há bocado tive de o desligar porque tu não te calavas com a história da primeira vez que andaste de avião e o voltei a ligar quando adormeceste... é que pelamordedeus..."

nesse momento apenas desejei que o bicho alado caísse depressa e que a idosa não conseguisse colocar a máquina de oxigénio...
ou que esta estivesse desligada, como o aparelho auditivo dela...

sábado, maio 20, 2006

à la sergeï bubka

outro dia foi batido o record da taxa de alcoolémia em Portugal.
7,46 gramas por litro.
(sete vírgula quarenta e seis gramas por litro)
como será possível??
com a parada tão elevada, o normal mortal começa a acreditar que será possível saltar a esta altura sem derrubar a fasquia.
assim, o (grande) autor irá interromper a actividade deste blog para tentar bater a façanha e chegar às 8 g/l ...

ps - se a actividade opinadora não for retomada dentro de 4 dias (um dia para bater a façanha, dois para internamento hospitalar e um para recuperação da capacidade motora), liguem para o INEM e para os bombeiros, por favor...

sexta-feira, maio 19, 2006

one-man-show

uma das coisas que o (grande) autor gosta de fazer é ver o telejornal, às 20h.
pois há uns minutos atrás, aquando da espera pelo noticiário, conseguiu o nosso herói chegar à conclusão de que encontrou na tv o seu próprio herói.
essa figura sobre-humana é, sem tirar nem pôr:
fernando mendes!!
sim, o apresentador gordinho, cheio de graçolas e com um sentido de improvisação irreal.
não há mesmo explicação para este senhor, é um verdadeiro espectáculo televisivo, ele próprio.
para terem a noção, aqui fica um excerto do que o senhor disse enquanto apresentava o concurso que precede o telejornal:

(o tema era "o que podem os magros fazer melhor que os gordos")
- ora bem, o meu amigo respondeu "musculação". pois olhe que os gordos não precisam de musculação porque têm muitos músculos! isto não é só banha! eu, por exemplo, tenho muito músculo por debaixo da banha.
banha aqui, banha ali, benha cá almoçar...

(ainda no mesmo tema, o concorrente responde "sexo")
- então o meu amigo acha que os gordos fazem menos sexo que os magros?

(vira-se para o painel onde aparecem as respostas certas)
- oh painel, tu tens sexo?

(no painel aparece um "x", de resposta errada)
- ooh...o painel também não tem sexo...

sinceramente, aconselho-vos a ver qualquer programa que o homem apresente.

quinta-feira, maio 18, 2006

o sol através da peneira

em tempo de alta crise financeira, descida da moral portuguesa, perspectivas cada vez mais negras para um futuro melhor, gasolina ao preço do ouro, buracos em tudo o que é esquina tuga, é tempo de o (grande) autor apresentar a lista de peneiras que filtram o sol que nos frita o couro cabeludo:

1º - o mundial 2006 - "não tenho dinheiro para pagar a escola do miúdo? desde que cheguemos aos quartos-de-final, bem pode o miúdo ir trabalhar..."

2º - o rock in rio - "quem canta, seus males espanta", não é o que se diz?

3º - a cow parade - para o povo não ver a cowboiada que por aqui anda, nem que esta lhe mande uma chapada na cara em forma de metáfora com cornos.

4º - o euro dos sub21 - o quaresma não vai à selecção A ? mas vai fazer brilhar Portugal, a marcar golos em estádios que ainda estamos a pagar, sendo dois deles de clubes que estão na 2ª divisão...

5º - o verão - "aaahh, o calor!! com este calor ninguém aguenta..."

6º - o campo pequeno - "maria!!vamos ali ao novo shopping, deixa lá isso da contabilidade, caraças..."


por estas e por outras, o (grande) autor recomenda um boné de abas e protector solar factor 112.

terça-feira, maio 16, 2006

o quarto 19

era uma vez...
um hospital português, cheio de quartos, médicos, enfermeiros, pessoal, zonas de cuidados intensivos, de cuidados intermédios, etc, etc...
o curioso é que, todas as sextas-feiras, morria uma pessoa num dos quartos dos cuidados intensivos, sempre na mesma cama!
não falhava, todas as sextas lá quinava o doente daquela cama, daquele quarto.
uma coincidência tramada, maldição, tudo passou pela cabeça dos médicos e enfermeiros.
decididos a desvendar o caso, quais perry mason da medicina, o staff decidiu colocar uma câmera escondida no quarto, para poder ver o que se passava.
à espera de verem uma alma penada, um lobisomem ou um assassino em série, deram todos com o queixo no chão quando repararam que o assassino era, nem mais nem menos...
a dona ermelinda, funcionária da limpeza.
que sucedia a cada sexta-feira?
a dona ermelinda entrava no quarto, a assobiar, falava com os doentes enquanto aspirava e ia-se embora.
detalhe tramado é o de que a dona ermelinda, para ligar o aspirador, tirava a ficha do ventilador de um dos doentes da tomada!!
quando o quarto estivesse a brilhar, desligava o aspirador, ligava de novo o ventilador e era vê-la corredor fora, a assobiar...

segunda-feira, maio 15, 2006

e agora connosco...


aaa...alguém quer responder?

sábado, maio 13, 2006

leis

a partir do início desta época balnear, na praia, não se pode nadar com bandeira amarela, nem se pode ir à água com bandeira vermelha, sujeitando-se os infractores a uma coima de, pelo menos, 55 euricos.
comentando o facto de hoje em dia se legislar sobre tudo e todos, passo a citar um amigo:
de facto, "o sistema está com diarreia legislativa".

quarta-feira, maio 10, 2006

planos

como se fosse o primeiro dia do ano, afinal, se o natal é quando um homem quiser, o primeiro de janeiro também, deixo aqui as minhas resoluções de ano novo:

1 - ter 10 anos outra vez
2 - ter montes de legos e playmobiles para brincar, sozinho, ou acompanhado
3 - ter cincos a tudo.
4 - jogar à bola todos os dias com os amigos, intercalado com jogos de pião, berlindes e mosca.
5 - dar o primeiro beijo a uma rapariga.
6 - não precisar de estudar para ter boas notas.
7 - ser expulso das aulas mas não levar recado para casa.
8 - entrar para a escola secundária da cidade universitária.
9 - passear dias inteiros com os amigos de mochila às costas por não saber se vou dormir em casa.
10 - fazer 18 anos.
11 - entrar para a universidade.
12 - ir para eramus.
13 - passar os melhores anos da minha vida.
13 - inventar uma máquina do tempo.
14 - ter dez anos outra vez.
15 - ter montes de legos e playmobiles para brincar, sozinho, ou acompanhado.

lem lem lem...

terça-feira, maio 09, 2006

olé ??!?

dia 18 de maio vai finalmente abrir a praça do campo pequeno.
finalmente?
neste caso, "finalmente" tem, para mim, um dúbio sentido.
"finalmente", porque moro ali perto e acabam-se as obras.
"finalmente", porque é o início do fim desse projecto.
(espero)
não consigo compreender, como é que no século XXI, em que há leis contra tudo e todos, movimentos anti-tudo, solidariedade com todos...os animais ainda poderão ser fonte de diversão para outra espécie.
nunca vi os macacos andarem a jogar à bola com os esquilos enroladinhos.
nunca vi os elefantes usarem as girafas para lhes prenderem uns cestos na tola e jogarem basket.
nunca vi os tubarões a usarem as focas para jogar polo aquático.
só mesmo os humanos é que podem usar a sua inteligência e astúcia para enganarem outros seres com quem partilham o planeta, simplemente para sua própria diversão.
"ah, mas os touros têm uma vida muito boa até ao dia da tourada."
ah, então vamos lá dar uma boa vida a um humano, a comer, beber e f#der à grande, para depois o fazermos passar pela maior tortura da história, enquanto outros se riem dele e batem palmas.
dia 18 de maio vai finalmente abrir a praça, com um belo festival desumano, e as figuras do nosso jet-set lá estarão para comer e beber à pala, enquanto os animais na praça têm o seu último dia de vida, na maior das agonias.
lá estarão também as associações pro-animal (ou anti-anormalidades-humanas), em protesto contra este tipo de atrocidade.
eu vou lá estar com estes últimos, venham vocês também.

ps- de frisar que este texto versa sobre o tema diversão-humana-à-custa-de-animais. sobre o facto de nos alimentarmos dos animais e como o fazemos, essa é outra história.



assim já não tem tanta graça, não é?

(imagem gentilmente cedida pelo nandinho )

sábado, maio 06, 2006

álcool derramado na estrada

dois amigos meus um dia foram sair à noite.
estavam no algarve, com um grande grupo de amigos.
chegados a casa, mais para lá do que para cá, decidiram que iam às roullotes, pois a fome, agravada pela pressão do sangue que corria nas veias de álcool, fazia-se imperar.
pediram o carro a um terceiro amigo meu que, estando tão perto do céu que o senhor lá de cima lhe cheirava o hálito, lhes deu a chave para a mão.
lá vão eles, amena cavaqueira.
a dada altura, a nacional 125 aproximava-se deles, bem como eles dela, vindos de uma perpendicular.
ligeiramente cegos não se sabe bem porquê, ignoraram o sinal de stop, bem como o triângulo de cimento que brotava do chão, atropelando-os a ambos.
numa velocidade que lhes devia parecer de cruzeiro, voaram literalmente para o outro lado da 125, não chocando, milagrosamente, com outro carro.
saídos do carro, com o motor partido e no chão, o para-choques e uma parte lateral do carro no meio da 125, não prestaram atenção a esse facto, mas sim às sirenes da polícia que insistiam em gritar-lhes aos ouvidos.
quando o sr. agente chegou e lhes perguntou, apesar dos sinais óbvios, o que tinha acontecido, um dos meus amigos respondeu:
- oh sr. guarda, ficámos sem gasolina.
o sôr republicano, ainda incrédulo, replicou:
- então e o condutor?
- aaahhh...o condutor foi ali à bomba comprar mais enquanto nós tomávamos conta do veículo.

moral da história?
se conduzir...veja se tem o carro inteiro antes de falar com a autoridade.

sexta-feira, maio 05, 2006

fazem-se serviços de tradução

como este meio não serve apenas para o leitor se rir sem pagar um tusto, vem o (grande) autor informar todos os interessados que é também um (grande) tradutor.
tendo efectuado já diversos trabalhos de tradução de espanhol e inglês para tuga, informa-se aqui que, quem necessitar de tais serviços, apenas tem de enviar sinais de fumo para o mail do blog ( opinioes.sobre.isso@gmail.com ) e detalhes discutir-se-ão.
obrigadinho a todos por passarem a palavra.
o (grande) autor/tradutor

só uma achegazinha

o conselheiro CINEmental está de volta em grande, após pausa não se sabe bem porquê.
preguiçosos, ninguém quer trabalhar...!!

quinta-feira, maio 04, 2006

subscrevo outro autor


então e fazermos algo para mudar isso?
é como estudar:
um bocado todos os dias não custa nada...

terça-feira, maio 02, 2006

água de rosas

hoje, mais uma vez no meu local de pseudo-labuta, aconteceu outro acontecimento notável, fora o pleonasmo.
noves fora nada.
quem nada não se afoga.
chega!!
bem... estava o (grande) autor sentado à sua secretária, ocupadíssimo com um jogo de lemmings num pc de 1999, quando sente uma vontade de ir "orinar".
como quase todas as vezes, geralmente aquelas em que não se encontra alcoolizado, dirigiu-se o nosso herói até ao cubículo irmão gémeo de um wc de avião.
chegado à porta, depara-se com a luz acesa.
como muitas vezes os anti-ambentalistas que por ali trabalham se esquecem da luz acesa, aproximou (estupidamente) a cabeça da porta, afim de detectar algum ruído.
o silêncio imperava mas, subitamente, um odor a curral apoderou-se das narinas do mestre, tal como o tio patinhas se apodera de uma nota de cinco contos.
como se tivesse levado um soco de um tal tyson, o (grande) autor é empurrado para trás, agarrando-se ao nariz e tentando escapar com vida.
meio tonto e quase cego, consegue chegar até à sua cadeira, situando-se esta a uns escassos 3 metros da entrada do quarto-da-morte.
se a vida lhe salvou impedindo que abrisse a cabeça no chão depois de desmaiar, a cadeira iria acabar por matá-lo, visto encontrar-se a uma distância nada segura das radiações!
e que radiações!!, já que atravessavam a porta e espalhavam-se pelo corredor até à secretária do pobre autor.
respirando só pela boca, uma técnica que aprendera nas idas à casa-de-banho da escola, depois de a contínua ter limpo a mesma com lixívia, o nosso mártir consegue vislumbrar o unabomber rectal quando este escapava ileso.
era uma das pequenas e elegantes funcionárias do escritório.
incrédulo, o (grande) autor deixa de pensar que do wc iria sair um homem das obras de 2 metros e 120kg depois de almoçar caril de feijões vermelhos com feijões pretos, para passar a respeitar todo e qualquer funcionário que por ali andasse.
afinal, não é a palavra a melhor arma...

segunda-feira, maio 01, 2006

piu piu BANG BANG

o (grande) autor vive num 5º andar, numa bela avenida cheia de árvores, cheia de vida, uma alegria.
nessas árvores vivem passarinhos, uns amores, pardais e outros tais que não reconheço.
há, porém, um dos passarinhos que adora o parapeito da minha varandinha.
e todas as manhãzinhas lá está ele, "piu piu piu", na minha janela.
as primeiras vezes foram agradáveis, acordar com o chilrear do passarinho, piu piu piu, põe qualquer um bem-disposto.
pois agora tem o efeito precisamente contrário.
agora durmo com 3 pares de sapatos junto à cama para poder, quando o filho-da-p#$a do pássaro se põe naquela lenga-lenga, atirar um à janela.
ao embater na janela, o sapato assusta o sádico alado e ele desaparece...durante uns 3 minutos.
justamente quando volto ao sonho erótico com a fátima felgueiras..."piu piu piu"...
e zumba, mais um sapato à janela.
quando se acabam os sapatos está na altura de levantar, visto que a águia-waNNabe não descansa até que eu esteja de pé a praguejar.
o gajo chega ao cúmulo de, quando eu me aproximo da janela mas não a abro, ficar a olhar para mim, parado, como se nao fosse nada com ele.
quando abro a janela para lhe partir o pescocinho, o sacana atira-se em queda livre durante um metro ou dois, para me dar a ilusão de que se vai matar, mas depois, estende as penas e lá vai ele para a árvore em frente, a fazer-me manguitos com as patas.
ai, era uma gripe das aves para a mesa 3 se faz favor...
 
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