segunda-feira, abril 30, 2007

Nem Hetero, Nem Homosexual

Com a garrafa de plástico em cima da mesa, o professor começa a aula.
Também com o portátil em cima da mesma mesa, a mesma aula começa.
Todos sabemos que água e aparelhos electrónicos não são aconselháveis parceiros.
Nem hetero, nem homosexuais.
De início, a garrafa estava fechada, não causando transtorno ao aparelho rectangular negro.
Porém, dado o calor dentro da sala, o professor rompe as barreiras, salta as fronteiras e, sem passaporte, abre a garrafa, bebendo um pouco e pousando-a de seguida, aberta, ao lado do computador.
De imediato se sente uma tensão a pairar.
O professor gesticula, fala alto, emociona-se com o seu discurso, sentado na cadeira, à mesa, fazendo movimentos bruscos junto do casal mencionado.
Casal, nem hetero, nem homosexual.
Com um gesto menos preparado e mais inadvertido, acerta com as costas da mão direita na garrafa de água.
O computador, ao ver a sua amiga ser brutalmente empurrada, em vias de tombar desamparadamente na mesa, toma uma brava atitude.
Qual Martim Moniz, pretere o seu corpo e prefere o salvamento, lançando-se para amortecer a queda da sua amiga.
A garrafa aterra nas teclas macias do portátil, derramando parte do seu interior, mas não o suficiente para ser enviada para o caixote amarelo do ecoponto.
Chorosa, observa o seu companheiro, que tinha acabado de dar o soft e o hardware ao manifesto.
Ele partia agora, sem que ela pudesse demonstrar o carinho que por ele nutria.
Carinho, nem hetero, nem homosexual.

sexta-feira, abril 27, 2007

Coisas que se podem fazer mas que nunca vi alguém realmente a fazê-las

Ficar 3 horas sem ir à água depois de comer.

Depois de provar o vinho naquela degustação inicial antes de ser servido, dizer ao empregado que não quer o vinho, que venha outro, porque aquele não sabe bem, rematando com um "Você não sabe que o cliente tem sempre razão??".

Dizer ao chefe, às 17h20m, que tem um pedaço de espinafres entre os dois dentes da frente desde a hora de almoço.

Dizer a um polícia que não o vai subornar e que prefere apanhar a multa do que ir na conversa dele.

Respeitar os traços contínuos, sejam singulares ou duplos.

Perder aqueles 5kg a mais porque vem aí o Verão.

Ir à baliza porque é o que está mesmo mesmo a apetecer.

Fazer fio dental todas as noites.

Ir ao casino, ganhar e não voltar lá.

Deixar passar um táxi numa mudança de faixa ou num cruzamento.

Pedir um autógrafo ao Nuno Gomes.

Dizer à tia-avó que não gosta de receber meias pelo natal e que também aqueles pares vão ser vendidos a 0,50€ cada na feira da ladra.

quinta-feira, abril 26, 2007

O Colarinho Branco

O colarinho branco é um colarinho muito bom, parte de camisas muito boas, que raramente se suja.
Poupa-se no Tide (o que lava mais branco) e ganha-se no pescoço, que vai engordando, engordando.
Geralmente, os colarinhos brancos vêm com um sistema de lavagem automática, que lava de dentro para fora, sem recorrer a grandes esfreganços.
Poupa-se no amaciador, ganha a pança que vai crescendo dentro da camisa, a juntar-se ao papo, que começa a transbordar do colarinho.
O colarinho branco, embora branco, não se vê bem nem de noite nem de dia, passando limpinho nos testes de sujidade.
Há muitos por aí, mas só alguns se fazem notar, reparando-se no branco, porque à passagem do colarinho fica um cheiro valentemente az[ev]edo e que geralmente provoca uma caldeirada das antigas.
É, de facto, um espectáculo, o colarinho branco.
Mas é só para alguns e não se vende em todas as lojas.
Principalmente, não se vende no Jumbo nem no Feira Nova.
Só se vende nas lojas gourmet.

quarta-feira, abril 25, 2007

Muita Atenção


Atentem na Senhora da direita.
Aposta o (grande) autor o que quiserem em como ganhará esta Senhora um Urso, uma Palma, um Leão, um Globo, um César ou até um Oscar pela sua interpretação em "La Vie en Rose", filme sobre a vida da Senhora da esquerda.

terça-feira, abril 24, 2007

(grande) Bacorada

Hoje foi um dia pleno de bacoradas para o (grande) autor.
Cada vez que abria a boca saía uma asneirada, não se sabe se do calor, se simplesmente dos dias estarem mais longos.
Uma das (grandes) bacoradas foi a seguinte:

Dirigiu-se o mister ao Gabinete da Direcção da sua faculdade, a fim de refilar sobre qualquer coisa relacionada com o seu curso.
Dentro do hall de entrada do mesmo estava um Professor, Inglês, à conversa com a secretária.
Professor esse que, por azar ou por acaso, tinha acabado de dar uma aula ao (grande) autor, havia cerca de 10 minutos.
O (grande) autor envergava uma bela t-shirt com uma pistola de água estampada, apoiada na frase:
"watch out! water gun sniper at work!"

Frise-se que a t-shirt, ao contrário do que possam pensar, é excelente.
Ora, o Professor Inglês, do alto dos seus 60 e tal anos, armou-se em engraçado e, fazendo olhinhos à secretária-neta, lançou:
"He's very kind, he doesn't bring the water gun full...eheheh."

O (grande) autor, apanhado desprevenido e reportando-se ao calor abusivo que fazia hoje, lembrou-se de ripostar:
"It would be better... due to the weather..."

Reparando no sorriso amarelado do professor e da secretária, o (grande) autor montou-se na sua bacorada e partiu, cavalgando na sua estupidez, pensando se teria mesmo acabado de empregar a expressão "due to" numa frase sobre pistolas de água.

segunda-feira, abril 23, 2007

Aviso à Navegação

Nestum Mel não é melhor que Nestum Arroz.
Mas é bem melhor que Kellog's Special K.

Há 5 dias a fazer uma dieta intitulada "A Dieta da Sopa", o (grande) autor já perdeu 2kg com o método cujo nome parece saído de um êxito cinematográfico do mítico Tallon Seagal, o assassino vingativo dos quilos-a-mais.
Os quilos-a-mais mataram a família dele.
Agora ele irá atrás dos quilos-a-mais... sem piedade!!

Numa barriga perto de si.

sexta-feira, abril 20, 2007

Trabalhador-Estudante

Um gajo chega ao trabalho e os primeiros 10 minutos são passados a acordar, ver mails, encher a garrafa de água com que nos vamos empanturrar enquanto trabalhamos nas próximas horas, em vez de comermos pastéis de bacalhau ou croquetes trazidos de casa.

Um gajo chega à Universidade (dependente) e pode passar o tempo todo a dormir que depois estuda em casa, enquanto no intervalo das aulas vai ao bar comer qualquer coisa e até falta a uma aula ou outra para jogar um king com os gazeteiros.

Moral da história:
Quem ainda está a estudar que o aproveite.
Quem já está a trabalhar... Puff.

O (grande) autor... está com um pé no céu e outro no inferno.

quinta-feira, abril 19, 2007

SIC vs TVI - 1º round

Depois de uma pivôt da TVI ter atirado para o público telespectador mais uma daquelas bacoradas sem precedentes, desta vez foi Rodrigo Guedes de Carvalho, da SIC, que tentou dar um ar da sua graça sem, no entanto, ter conseguido bater a sua colega.

Atirou então, sobre as declarações proferidas pelos responsáveis da UNIndependente acerca da licenciatura de Sócrates, esperadas bombásticas, que afinal roçaram o banal:

"É caso para dizer que a montanha pariu um rato... E dos pequeninos!!"

Sempre achei que o verbo "parir" é um bom verbo para se utilizar em televisão sem ser absolutamente essencial.
Como "mamas", também é um bom termo.
O que foi? São termos científicos!!

quarta-feira, abril 18, 2007

Opinião Política do Momento

Graças a Alá que o assassino do massacre da Universidade de Virgínia não era árabe.
Nem preto.
Nem de tez mais escura que o branco-americano.
Nem usava barba.

Next Blog

Já experimentaram carregar em "Next Blog", ícone que existe no cimo, ao centro, de cada página de um blog?
Aparentemente, pelo que percebo com a minha diminuta capacidade de análise, vai passando de blog em blog, aleatoriamente, pela comunidade blogger.
Disse-me isto um amigo meu e eu transmito-vos como se da invenção da pólvora se tratasse.
Encontra-se com cada merda e com cada genialidade!!
Só em Portugal criam-se, em média, 400 blogs por dia...
Enfim.

terça-feira, abril 17, 2007

O Marcelo

Para todos os que pensam que este escrito é sobre o Professor Marcelo, enganam-se.
Este post é sobre um miúdo espectacular.
O Marcelo.
Só.
Então, foi ontem o (grande) autor ao palco dos sonhos assistir a mais uma exibição algo estranha da sua equipa vermelha.
Sentado numa cadeirinha atrás de si estava o Marcelo, vestido a rigor, gritando palavrões a torto e a direito, do alto dos seus 4 anos (aproximadamente).
Mal começou o jogo, o Marcelo começou logo a demonstrar que também tinha jeitinho para o chuto na bola.
Porém, à falta de um esférico, o bravo Marcelo optou por demonstrar a habilidade na cadeira da frente.
A cadeira do (grande) autor, claro.
Após 12 pénaltis convertidos pelo grande Marcelo - que até é nome de jogador comprado ao Fluminense pelo SLB -, já o (grande) autor estava desesperado, visto que a partida ia apenas no 4º minuto da 1ª parte.
Educadamente, virou-se o visado para trás, pedindo encarecidamente ao Marcelo que não batesse mais com os seus pézinhos de lã na p... da cadeira.
De pronto a mãe do Marcelo avisou o mesmo para não se armar em Ronaldo de bancada.
A coisa acalmou de facto durante uns segundos.
No entanto, 49 segundos depois, o Marcelo, aproveitando o facto de todo o estádio estar distraído com mais um falhanço do Nuno Gomes, arremessou o pontapé mais forte da sua vida na cadeira de plástico do (grande) autor.
Mais uma vez o mesmo procedimento, mais um cartão amarelo dado ao Marcelo por sua mãe.
Com a impressionante marca de 22 cartões amarelos mostrados pela mãe e pela avó, que estava do outro lado do catraio, o granda Marcelo não parava com aquilo, visto que já tinha percebido que, por muita porrada que desse, nunca iria ser expulso.
Já o (grande) autor estava sentado na ponta da cadeira, para não sofrer tanto com os impactos, quando o pai do Marcelo, que afinal servia para mais do que gritar nomes ao árbitro, se insurgiu.
Disse então, mostrando o cartão vermelho ao cabr#o do Marcelinho:

- Marcelo, voltas a mandar mais algum pontapé na cadeira do senhor e levas uma lambada como a que mandei ontem à tua irmã!! Lembras-te??

Coitado do Marcelo, parece que não se lembrava.
Saiu lesionado 17 segundos depois.

sábado, abril 14, 2007

A Manta Pariu Uma Inércia

A culpa da inércia humana é das mantas.
Correndo o risco de passar por um velhinho fofinho de 83 anos, cheio de pêlos nas orelhas, o (grande) autor descobriu que as mantas são as grandes culpadas da inércia.
Uma espécie de ponto sem retorno no mundo dos sofás, as mantas traçam uma linha virtual que nos impede de nos mexer após a sua colocação.
Uma pessoa deita a mantinha no colo, nas perninhas ou até mesmo só nos pézinhos e está condenada.
Já não se consegue levantar mais do sofá.
Nem as necessidades fisiológicas nos movem.
Uma mente sã, quando se prepara para se deitar no sofá debaixo da mantinha, tem de ir preparada, tal como um louco se prepara para uma travessia no deserto.
Telefone de casa, telemóvel, garrafa de água, um snack pronto-a-comer, uma almofada, maço de cigarros (para os agarrados) e uma algália.
Porque sabemos que a manta nos vai reter durante um largo período, até que acordemos com a mancha de baba na almofada e a face fria, por estar encostada ao laguinho.

Está claro que o texto acima vale apenas para o período de Inverno.
Ou para os friorentos todo o ano.

sexta-feira, abril 13, 2007

Alguém me sabe dizer se

1 - O Nuno Gomes é filho do Fernando Santos e por isso é que joga sempre?

2- O Nuno Gomes tem uma relação especial com o Fernando Santos e por isso é que joga sempre?

3 - Eu também posso jogar no Benfica? Penso que se o Nuno Gomes joga, até a porteira do meu prédio devia poder jogar.

4 - Os restantes jogadores do Benfica ainda falam com o Nuno Gomes?

5 - O Nuno Gomes faz tenções de deixar de jogar futebol a nível profissional ainda a tempo de eu ver o Benfica ganhar mais alguma competição?

6 - O Nuno Gomes ontem, depois de ter falhado aquele golo a 24cm da baliza e de o ter roubado ao Simão, que não falharia, chegou ao balneário e disse "Bom jogo, rapazes, mas tivemos azar" ?

7 - O facto de pagarmos quotas ao Benfica não dá para ter algum tipo de influência na transferência grátis do Nuno Gomes para o Porto ou para o Sporting?


Enfim, por agora, era o que gostaria de saber.

terça-feira, abril 10, 2007

A pobre da Igreja

No sábado foi o (grande) autor penar um pouco na Missa Pascal.
Não de livre vontade, mas por ocasião do baptismo de sua irmã mais nova.
Para quem não saiba, quando a pessoa que se vai baptizar tem mais de x anos, o evento tem de ocorrer na noite de sábado para domingo de Páscoa, aglutinando-se à celebração da missa.
Neste caso decorreu das 22h às 01h.
3 horas em que o (grande) se sentiu como se estivesse pregado a uma cruz.
No final da coisa, teve toda a paróquia a oportunidade de assistir a uma situação, no mínimo, interessante, se não altamente incoerente.
Então não é que o Padre (Feitor Pinto) tinha o seu Audi topo de gama estacionado em cima do passeio, literalmente, em frente à entrada da Igreja?
O (grande) autor não é doutorado em princípios religiosos, mas não é suposto os padres viverem sem grandes bens materiais?
E não é suposto serem o exemplo para o resto da população?
Há alguma contradição no facto de o Padre andar de Audi e estacionar em cima do passeio à porta da Igreja, enquanto os fiéis largam notas de 20€ para dentro dos sacos de esmolas e caminham metros e metros a pé, apoiados nas muletas e nos parentes.
Sócrates (parece que) tirou o curso na Independente.
A Igreja... tê-lo-á tirado na Univesal do Reino de Deus?

sexta-feira, abril 06, 2007

Procura-se

Atirador furtivo profissional para trabalhinho fácil.
(Seguro contra tímpanos danificados incluído)

quinta-feira, abril 05, 2007

Comunicado

Vem o (grande) autor por este meio esclarecer e pedir desculpas a quem de direito acerca das "entrelinhas" lidas por algumas pessoas no post "F..... com a vida".
O (grande) autor está de facto com algumas reservas e dúvidas acerca do futuro, não acreditando muito na felicidade eterna, quer profissional, quer pessoal.
Porém, tudo isso é uma questão interna, que não tem como base qualquer pessoa ou instituição em concreto.
Algumas pessoas ficaram com a impressão de que o texto tinha sido escrito por causa da sua (grande) namorada e que os (grandes) teriam terminado a relação, sendo o texto fruto da árvore do desalento amoroso.
A todos os que se sintam enganados, as minhas desculpas.
A todos os que ficam felizes por afinal tudo estar bem, os meus obrigados.

Afinal de contas, como cantam os (grandes) Peste & Sida, "a vida são dois dias e o carnaval são três", por isso não há lugar a grandes depressões ou expectativas.
Prego a fundo, Michel.

quarta-feira, abril 04, 2007

Vieira, dame mas gasolina.

O (grande) autor foi ver o clássico entre Benfica e Porto.
Custa-me escrever a palavra Porto correctamente.
Geralmente escrevo Porco. Aliás, porco.
Mas, este espaço respeita tudo e todos, mesmo essa... instituição?
Enfim.
Estava o (grande) na bancada, graças ao cartão de sócio do hoth VI, quando mais uma vez um dos funcionários da instituição referida jazia no relvado, qual Ruy de Carvalho, a imitar um ferido da cena inicial d' "O Resgate do Soldado Ryan".
Era a 4ª ou 5ª vez que fazia a mesma cena, dramática.
E sempre que o actor entrava em cena, saía no carrinho da maca do SLB.
Nessa cena, o actor azul, mesmo depois do carrinho da maca ter entrado, saiu pelo seu próprio pé, começando a correr mal se encontrava fora do campo, pronto para entrar outra vez na peça de teatro que decorria no palco mais bonito da sua vida.
Essa atitude soltou a ira dos espectadores que, das fileiras mais atrás ou mais à frente, berravam nomes à mãe do actor brasileiro, homónimo do símio do Big Show Sic.
O (grande) autor, com uma calma e sentido de humor notáveis, gritou a plenos pulmões:

"LADRÕES! ANDAM A GASTAR-NOS A GASOLINA!!"

Risada na Broadway, espectadores mais calmos, cartazes a pedir a camisola do (grande) autor.

segunda-feira, abril 02, 2007

Mais um cheirinho TVI

No outro dia, estava o (grande) autor a fazer o zapping final pelos telejornais quando apanha uma notícia na TVI sobre mais um tornado nos E.U.A..
Não se percebe porque é que os tornados nunca entram na Casa Branca e apanham sempre os desgraçados dos americanos das províncias.
Enfim, mais umas imagens e relatos de destruição, milhares de pessoas com as vidas e habitações arrasadas, uma tristeza gigante...
E a pivôt da TVI sai-se com esta, para fechar com chavinha de ouro o telejornal, enquanto sorria como se fosse o RAP a fazer de Professor Martelo:

-É caso para dizer que os americanos estão transtornados...
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