sábado, dezembro 29, 2007

Ano Novo...

Este texto nada tem a ver com o ano novo.
Porém, como este se aproxima, fica sempre bem colocar um título assim, como chamariz para os curiosos que pensam que vêm ler as resoluções para 2008 do (grande) autor e depois levam com esta merda.
Enfim, este texto é mais precisamente sobre a "prova de vida".
A prova de vida não é um exame nacional para os recém-nascidos.
Não é provar a vida de um copo, saborear e deitar fora.
Também não é correr a vida 100 metros barreiras.
A prova de vida é, tão simplesmente, ir até à segurança social provar que ainda se está vivo, para poder continuar a receber a pensão, reforma ou afins.
Haverá algo mais deprimente do que isto?
Ser de idade avançada e, ainda por cima, ter de se deslocar anualmente até à segurança social (que de si já é deveras agradável) comunicar que se está vivo.
E qual é o contrário de estar vivo?
É estar morto, ao que parece.
Adianta-se assim um diálogo fictício (ou não) entre velhote e funcionário público:

- Boa tarde, vinha fazer a prova de vida, se fizer o favor.
- Tir' a senha.
- Qual é a senha?
- Oh home, a senha verde, claro! Verde, de vida, phone-ix!
- Mas eu estou nos correios?
- Não...
- Então porque é que o senhor fez essa graçola sem piada nenhuma, se nem sequer estamos nos correios?
- Aaah...
- Bom, senha verde então, obrigado, até já.

(chega a vez do velhote, 56 números, 2h47m e três quase-AVC's depois)

- Boa tarde, vinha fazer a prova de vida.
- Sim senhô, chegue-se lá pa trás, pa olhar bem pa si.
- Assim?
- Oh home, não fuja, venha cá qu' eu não mordo.
- Assim?
- Sim, sim, tá bom. Diga lá qualqué coisa.
- O Sporting vai ser campeão.
- Bom, você parece memo que tá vivo, mas tamém tá louco, pronts.
- Hein?
- Pronts home, você tá vivo, pode seguir, até pó ano.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Comunicado de NataU

A direcção do blog, ou seja, o (grande) autor, vem por este meio desejar a todos os leitores, leitoras e analfabetos que simplesmente olham para a página do blog porque a consideram bonita, umas festas felizes.
Festas transe, festas de passagem de ano, festas de aniversário (entre as quais a do miúdo que dormia em palha e rapava um frio p...-que-pariu), festas na praia, festas nos animais de estimação e por aí fora.

Queria a mesma direcção (porque das linhas anteriores para estas, não houve nenhum golpe revolucionário bloguista) agradecer a todos pelos melhores presentes da internétxi.
Obrigado às pessoas que nem conhecem O membro da direcção mas continuam a vir ver a "merda-a-metro" que por aqui se divulga e aos maravilhosos que, quando encontram O membro, lhe dizem coisas bonitas ao ouvido que não serão aqui divulgadas pois tal seria uma atitude pouco modesta.

Feliz NataU e boa bebedeira de 31 para dia 1, naquela coisa do ano que muda ou lá o que é isso.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Da Barcilónia Para a Lisbónia

Assim que este texto se der como finalizado (porque se escreve sozinho) irá o vosso Barcilónico começar a fazer a mala para ir passar o nataU à terrinha.
A 4 horas de ter de acordar para apanhar um autocarro até ao aerobus, a noite promete.
Dado que o (grande) autor é uma autêntica rapariga no que concerne a fazer malas de viagem, vai ser giro.
Sim, um gajo decide em dois minutos se vai um ano para a Barcilónia, mas quando é preciso decidir se se deixam as ceroulas, as pantufas ou as revistas pornográficas de adolescente, é um ver-se-te-avias.
Hoje a questão prender-se-á com aquele par de calças e aqueles ténis, porque nunca se sabe se vão ser desejados na Lisbónia.
E o rímel? Vai ou fica?
Mais importante, será que aquela frigideira-das-tortillas-maravilha também devia ir?

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Sexo na Barcilónia

Quem esteja à espera que este texto seja um relato de um (grande) episódio do foro sexual, tire o cavalinho da chuva, que a vida privada não é para divulgar.
Apenas a vida privada alheia se pode divulgar.
Assim, há poucos minutos (estas linhas são escritas ainda em estado de choque), presenciou auditivamente o (grande) autor um momento com direito a bolinha no canto superior direito do ecrã.
Chave na porta, começa a ouvir um ruído estranho, um animal a ser torturado.
Pensando que finalmente alguém decidira assassinar o cão da vizinha de cima, entrou o vosso amigo despreocupada e alegremente na mansão.
Assim que fechou a porta notou que o animal estava a ser torturado no interior da sua casa.
Como no "Alien, o 8º Passageiro", em que a Sigourney Weaver via no detector-de-aliens que estes se aproximavam, mas sem se perceber de onde, o (grande) autor percebia que o cão em sofrimento estava perto, mas sem conseguir precisar o local.
Passados uns 7,3 segundos, pensou quem vos escreve que se estava a rodar um filme pornográfico na sala.
Não, não era na sala...
Ah! A rodagem estava a ser no quarto do casal!
Mas seria um filme de ficção ou um documentário?
Fosse o que fosse, a banda sonora fez com que o (grande) autor voltasse a ter 13 anos, altura em que surgiu o saudoso canal 18, janela para a realidade de todos os adolescentes que não tinham educação sexual na escola.
As vozes eram em español, tal como no casal 18, daí o retroceder temporal tão preciso.
De "Oh si, cariño!" para cima, uma preciosidade.
De facto, viver numa casa velha em que se ouve tudo tem as suas vantagens e as suas desvantagens.
Resta saber se ouvir tudo tão bem ao ponto de conseguir perceber se daquele momento vai sair menino ou menina será uma vantagem ou uma desvantagem.

domingo, dezembro 16, 2007

Fiesta na Barcilónia

Ontem foi o (grande) autor a mais uma festinha da praxe.
Gente bonita, música, chão de azulejo (mais fácil de limpar), alguns trinaranjus laranja e umas coca-colas.
Não é falso. No meio do alguidarzorro com gelo destinado a albergar os líquidos acondicionados em diversas formas surgiram uma lata de trinaranjus laranja, algumas coca-colas e... pasmem-se...
uma lata de cerveja sem álcool!
Quem terá sido o m-a-r-i-c-o-n-ç-o que levou uma lata de cerveja sem álcool para uma festa meio-erasmus e, ainda por cima, a deixou à vista??
Ao menos que a guardasse no casaquinho cor-de-rosa e a bebesse na casa-de-banho, para não lhe chamarem "garagem de camiões TIR".
Esta expressão acabou de ser inventada, ainda vem quentinha e tudo.
O (grande) autor é grande.
Enfim, emoções à parte, a festa terminou mais tarde que o que se pensaria, dado que os senhores de azul não apareceram.
Quem apareceu foi uma vizinha do andar de cima que, armada com um alguidar cheio de água com lixívia, se entreteve durante umas horas a molhar e desinfectar quem ia saindo da festa, a partir da sua varanda.
Ah, a festa era numa espécie de loja, a porta dava directamente para a rua, por isso, qualquer pessoa que viesse cá fora falar ao telemóvel, fazer O amor numa esquina ou regurgitar um bocadinho, voltava para dentro da festa com um cheirinho a casa-de-banho de escola primária, depois de por lá ter passado a shôra contínua, a dona Fernanda.
Que é feito do azeite a ferver?
Agora, pelos vistos, a moda nas guerrilhas urbanas é a água com lixívia.
Que, há que frisar, quando salpica para os olhos, não é agradável nem dá muito jeito.
No final da festa o chão de azulejo parecia o chão de uma estrebaria e no ar pairava um cheirinho a lixívia e a suor francês que, já se sabe, é um povo que quase nunca toma banho.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Cerveza, Beer... Mudanzas?

O (grande) autor tem um amigo aqui na Barcilónia.
Bom, em realidade tem mais que um, tem dois ou três.
Mas esse amigo foi ao IKEA em busca, curiosamente, de uma mesa, tal como vinha fazendo o (grande) autor até há uns dias, pelas ruas da Barcilónia.
Esse amigo é betinho, foi ao IKEA.
Sim, porque entre estudantes, ser betinho é ir ao IKEA e ser pobre é apanhar os móveis da rua.
Ser pobre não, ser cool.
Yeah, very fine thanks.
Enfim, esse amigo riquinho foi ao IKEA (será que se recebe pela publicidade?) comprar uma mesa.
Quando estava cá fora, a preparar-se para apanhar o autocarro e o metro com os 20kg de mesa, lembrou-se que seria uma bela chatice para as suas costas carregar a dita até casa.
Sim, porque na Barcilónia vai-se de tranportes públicos ao IKEA, não é como em Alfragide.
Nisto, irrompe um paquistanês sabe-se lá de onde (por acaso sabe-se, irrompeu da esquina), disposto a ajudá-lo, com mais um colega paqui.
Bons samaritanos?
Mais depressa entra o Liedson para o Actors Studio.
Estavam dispostos a ajudá-lo pela quantia de 20€.
Mas ajudá-lo como? À mão?
Óbvio que não, porque o paquistanês é um gajo que não brinca em serviço.
Tinham uma carrinha preparada para carregar móveis estacionada na esquina!
A mesma esquina de onde irrompeu o homem, lembram-se?
Com o transporte de móveis a casa do IKEA a 50€, achou por bem o amigo do vosso amigo oferecer os 10€ que tinha no bolso como última proposta.
Os paquistaneses, que não brincam em serviço, mas também não se fazem caros, de pronto aceitaram.
E assim, lá foi o jovem riquinho com a sua mesa nova, a cantarolar músicas paquistanesas com os seus dois novos amigos até casa.
Boa esquina, aquela de onde irrompem paquistaneses.

domingo, dezembro 09, 2007

Nova Mesa Barcilónica

Os estimados leitores estarão lembrados da obra de engenharia duvidosa que sustentava todo um conjunto de aparelhos de alta tecnologia, no interior do (grande) quarto?
Era esta instalação aqui em baixo, recordam-se?

Pois a mesma instalação, que durante um mês foi fiel ao (grande) autor, foi despejada pelo mesmo, esse grandessíssimo mal-agradecido.
Como se pode verificar pela seguinte fotografia tirada (grandemente) a partir da janela do quarto, a obra foi deitada à rua, como se de uma filha ilegítima se tratasse.


Na próxima fotografia pode ver-se o bom samaritano que decidiu albergar a peça de arte na sua mansão, feliz por ter de graça tão valiosa obra de arquitectura e engenharia modernas.

E de seguida podem ver-se os famigerados "pés-de-mesa", referenciados em anteriores reportagens Barcilónicas.
Há que frisar que, dado que o (grande) autor não se chama José e, como tal, não deve muito à arte da carpintaria, os vizinhos do prédio ficaram a achar que o mesmo iria desabar, tal o barulho feito com um martelo e parafusos (sim, martelo e parafusos) aquando da fusão entre o tampo e os pés.


Veremos se esta estrutura aguenta mais que a anterior e se já se podem fazer concursos de braço-de-ferro sem o receio de que tudo colapse.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Sobrancelha Barcilónica


Em contacto com o público, com a massa, com o povo, todos os dias, tem o (grande) autor a oportunidade única de se aproximar das pessoas e molestá-las um pouco, tentando fazer com que se filiem na Cruz Vermelha.
Este (horrível) trabalho tem as suas vantagens.
Convenhamos que, não fosse o uniforme vermelho e o propósito de querer angariar mais um sócio, nunca poderia o vosso amigo sequer deitar uma vista de olhos a raparigas tão belas como as que se negam (sempre) a mais do que um simples "Tenho pressa, obrigada".
Porém, a vantagem de poder dirigir-se a sósias da Heidi Klum tem a sua parte má.
Pois, de quando em quando, em vez de sósias da Heidi, surgem sósias de um Opel Corsa envolvido num acidente de viação em que houve capotamento.
Não que se tenha algo contra esse género de mulher, simplesmente não se sente o (grande) autor atraído por esse tipo.
E muitas das vezes, essas senhoras têm as sobrancelhas totalmente depiladas e substituídas por um risco.
Um risco a preto, castanho ou amarelo torrado.
A pergunta que se impõe é simples:
Mas porquê, pelamordedeus?
Qual seria a sobrancelha que ficaria pior numa testa do que um risco a lápis?
Qual??
Por favor, não façam isso, pela vossa saúde.

domingo, dezembro 02, 2007

Uma Quase-Mesa

Hoje, a caminho do "jantar de domingo" no sítio do costume, passou o grupo por uma mesa abandonada num canto de uma rua mal iluminada, praticamente nova.
Com um tampo de 1,2m por 0,80m, uma madeira bem polida, uma cor castanho-lindo-de-morrer, era a companheira ideal para o quarto do (grande) autor.
Amor à primeira vista, pensou o mestre que não a poderia deixar escapar.
Ao lado da mesa estavam os seus 4 companheiros de uma vida, os pés, desaparafusados.
Apenas os parafusos tinham desaparecido para sempre, incapazes de aguentar relações tão profundas.
Cobardes.
Porém, como ia o grupo de caminho para o local-de-encher-o-bandulho, a nova paixão teria de esperar mais um pouco até conhecer a sua nova casa.
Sem modo de a acorrentar (e porque numa relação saudável não se acorrenta ninguém, sem ser em circunstâncias específicas) decidiu o vosso amigo escrever com a sua paper mate preta no tampo da mesa "no mover, por favor!".
Fiando-se na virgem e na honestidade dos habitantes daquele bairro, seguiram o ingénuo-mor e seus amigos em direcção ao mata-bicho.
Já de pança cheia, voltou o (grande) autor cheio de expectativas, para encontrar, claro, apenas os pés da mesa no local onde tínhamos combinado que esperariam, junto à mesa.
Explicaram aqueles que a mesa tinha decidido mudar de vida e partir em busca de alguém que a transformasse em tábua de skate.
Alguém que é um grandessíssimo filho duma grande p... e que, ou não sabe ler, ou não sabe respeitar ordens escritas em tampos de mesas.
Esperam agora os pés que o (grande) autor arranje uns parafusos menos cobardes que os anteriores, na loja dos chineses da esquina, para começarem uma nova relação agarradinho a outro tampo.
Esperemos que se dêem bem, senão quem sofre é o computador, que vem parar ao chão, numa discussão mais acesa do seu casal amigo.
 
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