segunda-feira, outubro 07, 2013

Sobre a Internet e os Portais Governamentais

O (grande) autor não é de intrigas, mas o facto de os sítios-de-internet relacionados com o Governo ou com instituições públicas quando abertos no Firefox funcionarem em modo ai-como-eu-gosto-de-cozinhar-um-belo-risotto-isto-sim-é-ritmo-bom-para-ir-buscar-a-morte, mas quando abertos no Internet Explorer funcionarem em modo olha-que-realmente-está-uma-brisa-fresca-deixa-me-cá-pôr-uma-suéte-senão-constipo-me-já-de-certezinha-é-tão-certo-e-sabido-como-a-minha-avó-fazer-o-buço-todos-os-Sábados-antes-de-se-deitar-porque-no-Domingo-podia-não-acordar-a-tempo-de-o-fazer-e-depois-era-a-vergonha-da-paróquia, significará alguma coisa.

quarta-feira, outubro 02, 2013

Noiserv é Fixe e Muitas Coisas São Fixes Apesar de Muitas Coisas Não Serem Noiserv

O (grande) autor não se arroga a qualidade de crítico musical.
Mas arroga-se a qualidade de crítico, que, tal como os interruptores, já dizia o Herman-antes-de-pintar-o-cabelo, critica umas vezes para cima, outras vezes para baixo.
E Noiserv é algo de que podemos dizer (muito) bem, sem nos acusarem de o estarmos a fazer só porque estamos sempre a dizer mal e então precisamos de arranjar um equilíbrio nesta balança viperina com risco ao meio e cheiro a bebé.
Isto porque Noiserv deu ontem um espectáculo no Teatro S. Luiz.
Deu um espectáculo e deu espectáculo.
Não houve fogo-de-artifício nem miúdas-semi-nuas nem bling bling nem roupas berrantes nem roça-roça nem palcos cheios de colunas gigantes nem peças de roupa interior feminina atiradas à cara do artista.
Mas houve uma coisa que é rara num espectáculo, seja musical ou outro.
Que foi genuinidade talentosa associada a um talento genial.
Genuidade talentosa é uma definição esquisita, ok, mas esta genuinidade é um talento.
E, lá está, associada a um talento genial.
É de artista que começa uma música e a pára segundos depois porque percebe que o piano poderá estar desafinado e então pergunta ao público "Vocês não acham que o piano está desafinado?" e o público responde que sim e ele vai e diz "Ai, espera lá, já percebi o que aconteceu, comecei mal a parte da guitarra" e recomeça então a música e passados uns segundos com a coisa já a correr bem faz um sinal de já-está-tudo-ok ao público com o polegar para cima, enquanto toca.
É um artista que não está sentado num banco, num palco, num teatro, com o público à frente.
Está sim sentado num sofá de dois lugares com o espectador, enquanto ambos desfrutam do som e imagem, numa espécie de jantar à luz das velas a que se seguirá qualquer coisa que implicará um gin tónico antes e um cigarro depois.
Sem malícia, claro.
 
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