general progenitor

chegou o momento de debater a verdadeira razão pela qual fazemos ou não fazemos as coisas.
começo pelas crianças. as crianças, quando não podem fazer alguma coisa é "porque a minha mãe não deixa". e é ponto assente. e "cala-te senão vais dormir sem sobremesa" nuns casos e "cala-te senão levas um estaladão nessa cara que até andas de lado" noutros.
com os adolescentes, a coisa muda de figura. se não podem fazer o que querem é porque "não é fixe, não curto isso." não que não queiram na verdade, mas como não podem, dizem que não gostam. e porque não podem também? "porque a minha mãe não deixa". mas sem a parte da sobremesa, talvez um "cala-te senão levo-te à escola amanhã e deixo-te mesmo à porta na hora de entrada."
com os adultos já o caso é outro. geralmente têm medo de fazer a coisa em questão e por isso "não me posso arriscar, tenho filhos para criar". pois, e também porque "a mãe dos meus filhos mata-me se fizer essa porcaria".
no caso de não terem filhos, a razão é a de que "a minha namorada mata-me se eu fizer isso". e já se sabe que as namoradas são os parceiros mais próximos das mães. as namoradas são a infantaria das tropas lideradas pelo general progenitor.
se forem solteiros, "ainda me mato a fazer essa merda pá...", mas na realidade, é a mãe que os mata se o fizerem, quando eles lhes contarem a façanha, no telefonema diário da noite.
quanto às pessoas de maior idade, não o fazem porque "o meu médico não deixa". o médico transforma-se na mãe de qualquer pessoa com mais de 60 anos de idade.
concluindo, são as mães a razão pela qual podemos fazer ou não o que quer que seja. mas, se pensarmos bem, também é por causa das mães que por aqui andamos. a questão coloca-se em saber até que ponto as mães devem continuar a intervir na vida de cada filho.
deveriam ficar sentadas na bancada, no banco de suplentes a ditar tácticas, ou andar pelo meio-campo a trocar a bola?