segunda-feira, março 27, 2006

dono de casa

há uns dias fui estender a roupa.
o dia estava de chuva, por isso tinha de a estender "indoor".
aprochego-me da máquina de lavar e ouço um risinho em surdina.
como estava sozinho em casa, mas não me chamo macaulay culkin, pensei que seria o vento a passar numa frincha duma janela, ou coisa que o valha.
abro a portinhola da máquina e logo sinto um friozinho nos pézinhos.
um friozinho húmidozinho.
coçando a cabeça como um babuíno, logo reparo que o frio e a humidade provinham da água que por sua vez provinha de dentro da máquina.
direccionando todas as injúrias desta língua portuguesa à máquina de lavar, concluo que a mesma se escangalhou e a água não escoou.
a prova estava nos meus pés, que obrigavam o meu corpo a procurar uma pneumonia.
deitando fumo pelas orelhas, tiro a roupa cá para fora e deposito-a no lava-louças, pois estava encharcadinha, como é óbvio.
quando acabo de atirar a roupa lá para dentro, vejo uma pontinha de madeira a sair de debaixo do amontoado de tecido.
era uma colher de pau.
uma colher de pau?
sim, e suja de um molho vermelho.
SUJA DE UM MOLHO VERMELHO???
tiro a roupa a verifico que tinha acabado de a atirar para cima de um tacho que previamente tinha sido utilizado para cozinhar algo com molho de tomate.
daí a colherzinha suja.
passando a proferir impropérios em inglês, atiro a roupa encharcada e suja de molho de tomate para dentro de um alguidar e vou buscar a esfregona para enxugar a piscina olímpica que tinha na minha cozinha.
a coisa começa a correr melhor, eu parecia um profissional da esfregona, consegui apanhar a água toda num tempo record de 16 minutos, enquanto via uma telenovela da tvi, para me acalmar.
de seguida vou com um pano de cozinha enxugar o restante da água de dentro da máquina de lavar.
ensopa o pano, torce para dentro do balde.
ensopa, torce, ensopa, torce, ensopa, torce.
o riso em surdina continuava.
no final da tarefa, reparo que havia um cantinho da cozinha que ainda parecia uma zona para cultivo de arroz.
pego de novo na esfregona, ponho-a naquele buraco para a torcer, começo a torcer a safada e....
SSSPLAAAAAAASSHH
...com a força empregue na torção, viro o balde da esfregona e faço de novo um aquaparque na minha cozinha.
já de lágrimas nos olhos, repito tudo e no final vou à procura da frincha de janela aberta para cessar o riso em surdina.
todas as janelas estavam bem fechadas.
o riso vinha da p... da máquina de lavar.

7 comentários:

Anónimo disse...

que história de horror, uma máquina de roupa falante !! deve ser o pesadelo de qualquer dono(a) de casa...

Anónimo disse...

este é o tipo de post que é dispensável, a história não interessa a ninguém. Está bem escrita, é certo mas daí a valer a pena escrevê-la e lê-la... é daqueles posts que se lêem e nunca mais se recordam. por isso, dispensável... talvez se enquadre no "merda a metro", não ?

Anónimo disse...

leiam o post "serviço público", esse sim, vale a pena !

Anónimo disse...

eu ri-me...

Nandinho Jr. disse...

Sr(a). Anónimo, eu passei por um caso bem semelhante não há muito tempo atrás. Daí que não posso concordar consigo quando rotula o post de "dispensável". Este post tem tanto de "dispensável" como uns suspensórios. Nem toda a gente gosta, nem toda a gente os usa, mas se não estão lá ainda se perde uma guerra.

Jota, mais um excelente post!!!

Anónimo disse...

Tb vou ter de discordir da pseudo exigencia do Sr anonimo.. Ja que nesta pausa de estudo era mesmo disto q necessitava. Um calmo, duradouro, momento de riso. Contado desta forma epica e de aventura, valeu cara!
5* para a plantacao de arroz.
Abraco
Andre Santos.

purpurina disse...

chorei de tanto rir ao ler a descrição da tua aventura na cozinha! mereces um beijinho por isso, já não soltava uma gargalhada a sério há umas semanas :o)

 
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