quinta-feira, outubro 19, 2006

avô télélé

outro dia ouviu o (grande) autor uma história contada na 1ª pessoa.
a esta 1ª pessoa, vamos chamar-lhe "avô", dada o seu estado avançado de idade.
assim, o avô deslocou-se há uns dias a um teatro, aquando de um aproveitamento de um convite para uma ante-estreia.
sozinho foi, dado que não aprecia companhia nestas lides dos beberettes pós-estreia, vá-se lá saber porquê.
porém, pré-espectáculo, já devidamente sentado, lembrou-se que tinha o telemóvel no bolso.
um "moderno", como gosta de se auto-intitular, mesmo com 80 e poucos anos, até há 3 dias não tinha celular.
só que a neta quis mesmo oferecer-lhe um e uma pessoa nada nega a uma neta, correcto?
o único problema é que o avô percebia tanto de telemóveis como o pauleta de golos.
é óbvio que o télélé estava ligado e o avô não o sabia pôr no silêncio.
como tal, lá estava o aparelho no seu bolso, qual bomba prestes a explodir no meio do espectáculo.
o avô pediu então à pessoa que estava sentada ao seu lado que lhe pusesse aquela merda no modo silencioso.
só que a pessoa ao seu lado era uma espécie de nuno gomes.
também não percebia de golos e além disso o seu telemóvel não era da mesma marca, o que dificultava ainda mais o remate à baliza.
já com taquicardia, dirigiu-se o avô às meninas que indicam os lugares, na esperança que uma delas, com ou sem decote acentuado, lhe fizesse um milagre telecomunicacional.
uma delas fê-lo, sim.
mas fê-lo tão bem que lhe desligou mesmo o telemóvel.
e agora o avô continua sem o aparelho a funcionar, visto que não sabe o PIN.
mas ao menos viu uma menina bonita a fazer milagres e um espectáculo tranquilo, sem receio de uma explosão ring-ringada.

1 comentário:

Jay Cee disse...

Tens de salvar o telélé do avô!Tens de ser que nem o simão sabrosa, que resolve sempre!:P

 
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