sexta-feira, fevereiro 16, 2007

homicídio inocente

era uma vez...a irmã do (grande) autor, há muitos anos atrás, quando aquela tinha apenas 4 ou 5 aninhos.
num belo dia de Sol, estacionado o carro dos papás ao pé de casa, os dois irmãos viram um passarinho caído no chão, meio zonzo e piu piu piu.
não voava, estava magoado.
levaram-no então para casa, para dele cuidar até que pudesse voltar a voar.
durante uma semana cagou o chão da cozinha, bebeu água e comeu cerelac através de uma seringa sem agulha, saltitou pela casa toda e piu piu piu.
após esses dias felizes, aparentava já estar quase pronto para o voo a partir do 4º andar.
assim, puseram-no na varanda, dentro de um caixote, para que, se quisesse, pudesse partir e piu piu piu.
por lá andou um par de dias, até que a irmã do (grande) autor, amante da higiene pessoal e alheia, decidiu que o passarinho precisava de uma banhoca.
independente desde muito precoce, lá foi lavar as penas ao passarinho, ao fim da tarde, depois da escola.
a seguir, claro, deixou-o na varanda para que o passarinho pudesse então zarpar, já lavadinho, de noite.
pois na manhã seguinte, foi a mãe do (grande) autor fazer o ponto da situação do passarinho.
este lá continuava, só que desta feita deitado.
durinho que nem um taco de golfe.
"estará com uma cãibra?" pensou a senhora.
parece que o frio não lhe fez bem, apesar de a irmã do (grande) autor ter jurado a pés juntos que o secou muito bem com uma toalhinha.
de agora em diante lembrem-se:
se gostarem dos vossos passarinhos, não os lavem, nem à mão nem na máquina.
e piu.

1 comentário:

baGa disse...

quase que me vieram as lágrimas aos olhos =P
isso, carrega mais ainda na ferida... como se já nao me sentisse suficientemente culpada... já não vou dormir esta noite...

 
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