domingo, fevereiro 11, 2007

sim ou não? abstenção.

Mais uma vez os Portugueses mostram que refilar é com eles, mas actuar é com os outros.
O nosso povo é um povo passivo, liderado por poucos activos.
Atenção, não defendo os políticos.
Nem rosas, nem vermelhos, nem verdes, nem laranjas.
Defendo que devemos actuar.
E actuar não é ficar em casa sem ir votar porque está de chuva ou faz um Sol do caraças.
A partir do momento em que as pessoas têm uma (ainda que pouca) influência colectiva, ganha a tanto custo à ditadura, mas não a usam...não se podem queixar.
Podem-se queixar de que quem elegeram não cumpre.
Mas não se podem queixar de que quem foi eleito não cumpre, se não contribuíram para a sua eleição.
56% de abstenção?
Pffff.

20 comentários:

Anónimo disse...

J. Acredita.
Fdx :-s
Sendo optimistas, estamos a votar mais, ainda que amanha de manha quando andarmos no metro vamos saber que metade da nossa carruagem não foi votar porque não lhe apeteceu.
:\

Nandinho Jr. disse...

é fácil mandar vir com o que anda mal... é só chegar ao café e mandar uma posta ao ar e ver quem tá connosco. E se formos alguns até dá para ir pelas ruas a fazer barulho e palhaçadas como se tivéssemos ganho a taça.
Agora ter que ir ao fundo da rua ou ao bairro do lado para votar.. fazer uma cruz num papel que vai dali pró lixo??? naa.. ainda perdia o inicio da 2ª parte do filme de merda da tvi e depois como era, quem mo vinha contar? o senhor ministro?
amigo, prioridades!
aqui "nú istranjeiro" nem direito a ter direito a fazer uma cruz tivemos..

Anónimo disse...

tens razao, vergonhoso, cinco milhões de pessoas que não saíram de casa para votar.... é desleixo, desinteresse nacional, é ignorância, primitivismo, inconsciência e outras coisas mais. apetece chamar-lhes nomes feios, seus ABSTENCIONISTAS 1

Anónimo disse...

"Achas que sim? Nem sou recenceado!" É uma das do costume também...

Anónimo disse...

Desde quando é que votar passou a ser obrigatório? O facto de não votar não me tira o direito de reclamar. Dá-me é o direito de reclamar com quem votou e delegou o poder decisório num bando de gangsters e incompetentes. Para além de culpar os "políticos" (o que quer que isso seja), culpo-vos a vocês que votam (em partidos ou em branco), dando o vosso consentimento a todas as perversões/obscenidades que os políticos, cujo "sistema" vocês aprovam depositando o voto, acabam sempre por fazer.

Jay Cee disse...

No ultimo domingo nem era p votar em nenhum partido, caso n te tenhas apercebido! Por isso poupa-nos dos discursos pseudo-intelectuais/anarcas, guarda-o p eleiçõees partidárias!

Anónimo disse...

Não sei leste, mas o post dizia "(...) Podem-se queixar de que quem elegeram não cumpre.
Mas não se podem queixar de que quem foi eleito não cumpre, se não contribuíram para a sua eleição. (...)". Que é isto senão falar de partidos?

Anónimo disse...

é por seres um anormal que te mantens no anonimato?
Vives numa democracia, provavelmente pela qual os teus pais lutaram ou pelo menos ambicionaram, mais do que direito a votar temos o dever de vota. Diz me então qual a tua solução para mundar o mundo. Pois é uma pergunta que muito me aflige. As reclamações dignas têm de ser critícas construtivas, diz-me lá então qual é a tua solução?!

Anónimo disse...

É por ser um anormal que me mantenho no anonimato.

Os meus pais lutaram por uma democracia, mas o que temos é apenas um biombo que esconde os verdadeiros donos do país.

Se os meus pais fossem fascistas, eu também tinha o dever de honrar a "luta" deles?

A minha solução para mudar o mundo é, para começar, NÃO VOTAR! Pois não creio que, colaborando com fantochadas, se mude alguma coisa.

O meu objectivo é apenas fazer notar que:
- a argumentação a favor da democracia, e dos ideais igualitários em geral, deve ser MUITO bem pensada e elaborada. Se nos deixamos embalar por uma argumentação baseada em slogans do tipo "quem não vota não pia", não vamos a lado nenhum. Nem vou comentar o argumento de ter um "dever" para com a luta dos meus pais, porque isso é aplicável a tudo e, se os meus pais forem má rês, lá terei eu que os "honrar". Espero conseguir fazer passar a minha posição.
Se acham que votar muda alguma coisa: votem! Eu não voto, porque acho que não muda nada! Mas isso não me tira o direito de criticar!
Caindo no mesmo tipo de argumentação "pouco cuidada" podia dizer que "se votar mudasse alguma coisa, era considerado ilegal". É uma frase engraçada, mas vazia...

Enfim: não votar não faz de mim um desonrado, votar não faz de vós os pastorinhos de Fátima. O importante é saber justificar, a nós mesmos e aos outros, as nossas opções.

Enfim 2: a democracia tem aspectos incomparavelmente melhores que as ditaduras, mas não é o cúmulo da evolução.
Para mim o objectivo é minimizar o sofrimento (muito "à la Kant", não?). Não estabeleço os limites na minha pessoa, nem na minha família, nem no meu país, nem na minha "raça, nem sequer na minha espécie. Tento ter em consideração os interesses de todos os seres com capacidade de sofrer e agir de modo a minimizar o sofrimento que as minhas acções possam provocar. Infelizmente não é possível quantificar isto tudo, "correr" um algoritmo de minimização e obter, como resposta, o modo "ideal" (segundo esta abordagem) de agir. Assim, e porque este "enfim 2" já está mais longo que o previsto, espero ter esclarecido a minha posição: não votar não faz de mim um selvagem!

Anónimo disse...

não votar é ter montes de nozes e não ter um único dente.

mas estás à vontade para não gostar de nozes tendo montes de dentes.

é pena é que não aprecies o que tens e que muitos matariam para ter.

Anónimo disse...

aliás, estás à vontade para não gostar de nozes tendo montes de dentes porque vives em democracia.
se calhar se vivesses nessa sociedade que idealizas partiam-te os dentes todos para te ficar com as nozes ou então obrigavam-te a comê-las todas.

Anónimo disse...

estava a tentar materializar o que me ia cá dentro, mas sem dúvida que as nozes me representam bem. Parabéns, foi uma bela metáfora!
só mais uma coisa, não acredito que sejas "à la Kant" mas mais o deprimido ricardo reis, criação de um homem descompensado..."Mais vale saber passar silenciosamente"
é o que tu fazes, achando agir diferentemente dos outros, vais passar silenciosamente, ninguém nunca dará por ti, jamais serás relembrado pelo que fizeste, porque ao não quereres fazer o que é possivel, não fizeste nada! e também não comeste nozes que são bem boas e baixam o colestrol!

Anónimo disse...

"(...) não votar é ter montes de nozes e não ter um único dente. (...)"
A tua definição de montes de nozes é: um voto para assembleia da república de quatro em quatro anos, um voto para a presidência da república de quatro em quatro anos (ou cinco em cinco?) e, finalmente, três votos para os orgão autárquicos de também de quatro em quatro anos. Admitindo que as eleições são em anos separados (o que nem sempre acontece), tens menos de UM VOTO por ANO!
Para ti podem ser muitas nozes, para mim sabe-me a pouco... Um referendo em cada dez anos são nozes a dar com pau!

"(...) é pena é que não aprecies o que tens e que muitos matariam para ter (...)"
Esta frase fez-me lembrar um discurso (sermão...) que ouvi uma vez: "reparem nos mais miseráveis e deêm graças por aquilo que têm! Vocês podiam estar muito pior!". Ora, isto é a perversão total, é olhar para as coisas ao contrário. O discurso devia ser: "reparem nos que mais têm! Vocês podiam estar muito melhor!".
Novamente encaras esta democracia actual como o culminar da evolução em termos de organização social. Eu acho que não é. No tempo da revolução francesa acabou-se com o absolutismo e aranjou-se uma outra organização (melhor... ou menos má). Quem dissesse mal dela ficava sem cabeça, mas a verdade é que desde então já se fizeram mais "revoluções" e hoje em dia a organização é outra. Encarar o estado actual como o "topo de gama" é passar um atestado de incompetência aos seres humanos, porque se isto é o melhor que conseguimos, o caso é mais grave do que imaginava. É obvio que muitos, que estão pior, gostariam de estar como eu estou, mas isso também se aplica a mim. O que tu estás a dizer é que eu não tenho direito de ambicionar a mais, porque há muitos que queriam estar como eu. Não consigo perceber (culpa minha, certamente) a formulação deste teu argumento.

"(...) estás à vontade para não gostar de nozes tendo montes de dentes porque vives em democracia. (...)"
Estarei mesmo à vontade? Por acaso tens ouvido falar dos pacotes legislativos que o líder do mundo "democratico" tem aprovado e que, em nome da segurança interna, retiram direitos e liberdades ao seus cidadãos? Eles são um verdadeiro "police state"! Tens reparado se há algum tempo de antena para alguma coisa que não sirva os interesses instalados? Eu não tenho ouvido discursos subversivos no telejornal, mas também vejo tão pouca televisão...
Eu diria mesmo que a questão, hoje em dia, não passa tanto por se poder dizer (que nem sempre podes, como já disse), mas pela exposição que permite ao que dizes. As empresas que possuem as agências noticiosas e os meios de comunicação são provavelmente o "lobby" mais influente! Ninguém chega a presidente de nada se não tiver exposição mediática e quem decide essa exposição são os donos dos meios de comunicação (é assustador, não? Vai uma noz? Ou um dente?). Para além do mais esta "actividade empresarial" está mal regulamentada, não há limites para o número de televisões e jornais que uma empresa pode possuir. Sob a capa dos diferentes nomes e suportes, está uma mesma empresa, que decide o que é ou não notícia! O que é, ou não, importante para nós como sociedade sabermos. Devias investigar mais as actividades do senhor Rupert Murdoch (o que está na wikipedia é bastante elucidativo). Pode ser que descubras que afinal a tua visão das coisas foi magicada por ele.
Há algum tempo ouvi um senador americano comentar que nunca nenhum jornalista lhe tinha perguntado: "porque é que desde há trinta anos para cá, os trabalhadores americanos trabalham mais horas e recebem menos? Porque é que o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior?". Depois de lhe perguntarem porque é que achava que nunca lhe tinham perguntado isso, a sua resposta foi: "porque estes assuntos não têm direito a exposição mediática. São demasiados incomodativos para gente demasiado poderosa.".

"(...) se calhar se vivesses nessa sociedade que idealizas partiam-te os dentes todos para te ficar com as nozes ou então obrigavam-te a comê-las todas. (...)"
Já tinha reparado que o teu vocabulário era um bocado limitado (parece que só conheces "nozes" e "dentes") e a tua argumentação demasiado baseada em metáforas (é poético, mas vazio). Quanto a isso de me fazerem engolir as nozes, alguns comentários aqui colocados parece que tentam isso mesmo. Tal como tenta a televisão, a rádio, os jornais e essa tralha toda de notícias vazias, facciosas, fracturantes e, enfim, desinteressantes se houver alguma lucidez de espírito. Quanto a partirem-me os dentes... já tentaram algumas vezes. É possível que um dia consigam.
O facto é que tudo isto acontece em "democracia", não é preciso ir para nenhuma sociedade idealizada.

Anónimo disse...

"Ao não querer fazer o que é possível, não fizeste nada"
Esta frase é engraçada, acenta perfeitamente a alguns perfeccionistas que conheço. Já que estamos numa de frases feitas: "muda-te a ti mesmo, antes de mudares o mundo" parece-me um conselho sábio. Mesmo que só me consiga mudar a mim mesmo, sinto que pelo menos tentei fazer alguma coisa FUNDAMENTADA e CONSEQUENTE! Mais uma vez apelo a que libertem a discussão de metáforas (faço "mea culpa" da que utilizei agora mesmo, mas era só uma provocação...).

"Mais vale saber passar silenciosamente"
Não é meu objectivo "passar" (pela vida? é isso?) com muito estardalhaço. Não sou a banda dos bombeiros, por isso não pretendo agitar os tímpanos de ninguém. Mas se as coisas não estão bem, não sinto que deva baixar as orelhas e continuar a puxar a carroça.

"(...) ninguém nunca dará por ti, jamais serás relembrado pelo que fizeste (...)"
Se quisesse ser lembrado, fazia como o Manel Subtil e barricava-me na casa de banho da RTP, ou dinamitava qualquer coisa importante, ou ia para a televisão (ser "famoso"...).

"(...) e também não comeste nozes que são bem boas e baixam o colestrol! (...)"
http://www.bbc.co.uk/food/recipes/database/fournutchocolatebrow_67259.shtml

Anónimo disse...

Enfim, isto teve algum interesse, mas pode ter desviado a atenção da minha mensagem inicial, que era simplesmente: não votar não faz de mim um selvagem, egoísta, desinteressado, que só gosta de "chegar ao café e mandar uma posta ao ar e ver quem tá connosco"!

Contudo, era bom que o nível de argumentação fosse além da metáfora, do slogan e da citação. A democracia não é, ou não deve ser, um produto que se venda. A democracia não se defende com metáforas, nem slogans. Não sentem necessidade de compreender porque é que as coisas são como são e porque é devemos ir num sentido e não noutro? Bastam-vos os lugares comuns? Mas assim, quem não concordar com vocês também pode usar lugares comuns e a discussão torna-se numa conversa de surdos.

Para finalizar, uff, alarguem os vossos horizontes.

Boa noite.

Anónimo disse...

"não votar não faz de mim um selvagem, egoísta, desinteressado", pois não faz de ti um individualista.
Como tu, e EU, existem milhares de pessoas descontentes, também não concordo com as medidas que são tomadas, e sempre que posso saio à rua para expressar a minha opinião bem alto, comigo vão milhares de descontentes, e de facto a televisão que tu falas, torna-nos pequenos, mas não desistimos, e cada vez somos mais, e qualquer dia as ruas não chegam para nós, e aí nenhum angulo de camara poderá enganar as pessoas. eu ambiciono muito mais que isto. e por isso continuo a votar, em quem ainda não teve oportunidade de mostrar o que pode fazer por nós, pq o país é uma merda e ganham sempre os mesmo, não é ridículo.O rpoblema é que os portugueses, não sabem o que é uma democracia, e continuam a festejar as maiorias absolutas, quando isso é exactamente a antitese da democracia. Quando finalmente se tiver dado oportunidade a todos de tentar mudar o estado das coisas, então sim, podemos dizer que votar não vale a pena, e aí serei a primeira a tentar novas formulas, mas por enquanto e à semelhança de qualquer país que tenhas como referência, vou continuar a votar. Mas no resto do ano, continuarei a lutar, não por mim, por todos.
Saindo desta discussão, e voltando ao assunto inicial, neste referendo, e não são só de dez em dez anos, podias de facto, ter decidido tu, pela primeira vez alguma coisa, mas prendeste-te às tuas convicções que apesar de achares que te libertam, desta vez te amarraram, e não votaste, porque provavelmente nem te interessava, não era nada que te pudesse afectar?! Essa tua acção, podia ter prejudicado milhares de mulheres portuguesas que são vitímas destas leis hipócritas que existem neste país. mas já estou saturada disto. espero para rematar, que sendo tu uma pessoa coerente, como te afirmas, não estejas recenseado.

Anónimo disse...

já agora, não consegui abrir o site que me mandas-te com muita pena minha que adoro receitas novas, coisas novas em geral inovar.
assim como agradecimento, apesar do falhanço a lá entrar, mado-te este:
http://eteceterasentretempos.blogspot.com/2007/01/caem-me-lgrimas-s-catadupas.html

Anónimo disse...

BEM JOTA, TEM CUIDADO A ANDAR NA RUA QUE JÁ SÃO 17 COMENTÁRIOS!

Anónimo disse...

Nunca disse que não tinha votado neste referendo. Acho que a democracia directa tem vantagens relativamente à democracia representativa.
Neste referendo não estava em causa delegar em alguém (geralmente num partido) o poder de decidir sobre o enquadramento legal do aborto, mas tomar uma de duas atitudes concretas: despenalizar ou manter como estava.
Gostava também era que referendassem o Código do Trabalho, as privatizações, a Constituição Europeia, a participação de Portugal em missões da NATO, a eutanásia, etc. Gostava de ver inúmeras coisas referendadas, isto é, perguntadas directamente: "fazemos assim ou assado?".
Já agora, informo que votei sim.

Desculpa o link mal colocado, é um bocado comprido e tens de juntar os bocados:
http://www.bbc.co.uk/food/recipes/
database/
fournutchocolatebrow_67259.shtml

o (grande) autor disse...

as metáforas são para ser usadas. e quem as percebe, percebe perfeitamente o que os outros querem dizer.
assim, a metáfora, tal como as outras figuras de estilo, são discursos perfeitos, se todos souberem do que se fala nas entrelinhas.
como é claramente o caso.

agora, se um acha A e o outro acha B, o mal não está nas figuras de estilo, mas sim nas perspectivas de cada um.
sinceramente, nem te conheço (acho eu, já que ninguém se identifica), mas sou da opinião de que pessoas como tu não fazem falta a qualquer país.
tu até tens um discurso bem fundamentado, tudo o que disseste está de um modo geral certo (murdoch e etc), mas o teu problemas está mesmo na inércia.
porque se tu achas que nós não nos mexemos e só utilizamos metáforas e generalidades, devias ser tu a ir para a linha da frente e fazer alguma coisa.
dado que afirmas que não o fazes, segundo a tua própria perspectiva, ainda és pior que nós.
nós achamos que temos um "poder" ao votar, tu achas que é uma gota no oceano.
tu achas que se devem resolver os problemas de outra forma e tens os "inimigos" bem definidos, mas não te mexes.

bem, esta é uma discussão sem fim.
tal como a dos SIM e os do NÃO.

 
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