Mais uma vez deslocou-se o (grande) autor até ao local de maior diversidade humana de Lisboa a seguir à praça do Martim Moniz:
a feira da ladra.
Acompanhado pelos suspeitos do costume, lá montaram os heróis as suas bancas, prontos a vender toda a merda que levavam.
A hora de chegada foi mais tarde que o costume, 7h da matina.
Por volta das 11h30, com poucos Euros no bolso, a malta divertia-se em regateios com os clientes, trincas em sandocas e previsões para o Glorioso-Milão.
Até que lá apareceu aquela senhora velhota, colega feirante, que sempre por ali anda, em busca de pechinchas para comprar e posteriormente vender mais caro na sua banca.
A senhora tem um, ou talvez mesmo dois, parafusos a menos, mas é super-divertida e boa-onda.
"Nice-wave", como agora a morangada diz.
Entrou, como seria de esperar, em diálogo com o (grande) autor.
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Blablabla, deixa lá ver que champôs é qu'tens aqui. - referindo-se às amostras de champô e gel-de-banho que o vosso amigo se diverte a coleccionar nos hotéis internacionais e extra-terrestres por onde passa, 597 vezes por ano.
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Estas são champô e estas gel-de-banho. - atalhou e indicou o (grande) feirante.
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Oh pá, mas tu vê lá se me vendes um champô bom, vê lá se não me cai o pintelho...aaa...o cabelo.-
!!!! (engasganço com a sande de pasta de atum e polpa de tomate)
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Ai, esta cabeça já não é o que era.-
Bom, e não quer levar também aqui uma roupinha? - apontando para a caixa de cartão atafulhada de roupinha da moda.
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Olha lá pá, mas eu tou nua, por acaso?
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(riso descontrolado com pedaços da sande a voarem em todas as direcções)
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Deixa tar que se eu andasse aqui nua, não havia clientes, pá! - rematou a senhora, sempre com o sorriso tri-dental que a caracteriza.