Mais uma vez deslocou-se o (grande) autor até ao local de maior diversidade humana de Lisboa a seguir à praça do Martim Moniz:
a feira da ladra.
Acompanhado pelos suspeitos do costume, lá montaram os heróis as suas bancas, prontos a vender toda a merda que levavam.
A hora de chegada foi mais tarde que o costume, 7h da matina.
Por volta das 11h30, com poucos Euros no bolso, a malta divertia-se em regateios com os clientes, trincas em sandocas e previsões para o Glorioso-Milão.
Até que lá apareceu aquela senhora velhota, colega feirante, que sempre por ali anda, em busca de pechinchas para comprar e posteriormente vender mais caro na sua banca.
A senhora tem um, ou talvez mesmo dois, parafusos a menos, mas é super-divertida e boa-onda.
"Nice-wave", como agora a morangada diz.
Entrou, como seria de esperar, em diálogo com o (grande) autor.
- Blablabla, deixa lá ver que champôs é qu'tens aqui. - referindo-se às amostras de champô e gel-de-banho que o vosso amigo se diverte a coleccionar nos hotéis internacionais e extra-terrestres por onde passa, 597 vezes por ano.
- Estas são champô e estas gel-de-banho. - atalhou e indicou o (grande) feirante.
- Oh pá, mas tu vê lá se me vendes um champô bom, vê lá se não me cai o pintelho...aaa...o cabelo.
- !!!! (engasganço com a sande de pasta de atum e polpa de tomate)
- Ai, esta cabeça já não é o que era.
- Bom, e não quer levar também aqui uma roupinha? - apontando para a caixa de cartão atafulhada de roupinha da moda.
- Olha lá pá, mas eu tou nua, por acaso?
- (riso descontrolado com pedaços da sande a voarem em todas as direcções)
- Deixa tar que se eu andasse aqui nua, não havia clientes, pá! - rematou a senhora, sempre com o sorriso tri-dental que a caracteriza.
Há 1 semana
7 comentários:
ahahahahahaha!
Epah, grandes dias (meias noites) na feira da ladra..e tenho que admitir que nem sempre corre bem (uma vez fiz uns meros 15 euros..e como sou forreta depois fui a pe ate ao parque Eduardo VII - sem segundos sentidos, hehe - para nao gastar quase todos os 15 euros no autocarro)..
Mas sim..com as belas das sandochas, bolachas e chá..era sempre fenomenal!
Adoro regatear:)
regatear é uma arte que se está a perder na feira!
Porque é que a arte de regatear se esta a perder na Feira da Ladra?
regatear é uma arte que se está a perder na feira?!
Oh...amigo..regatear tem de ser em todo lado...devia ser obrigatorio regatear!!!
As pessoas já não reguateiam.
Atira-se o preço absurdo ao possível cliente esperando que este contraponha com um preço opostamente absurdo partindo daí um belo diálogo sobre o preço que ambos irão achar satisfatório.
Mas não, nas últimas vezes que por lá andei, há um simples largar de artigo e virar costas. E se, desesperados por ninguém nos comprar nada, perseguimos tal cliente com uma melhor proposta, levamos apenas com seu olhar azedo de desprezo... regatear já no é a mesma arte.
"regatear já não é a mesma arte"
Lá se vai o conceito de Mercado da Economia Clássica... Smith e Ricardo revolvem-se nas campas... :)
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