quarta-feira, novembro 21, 2007

Assédio na Barcilónia

O (grande) autor todos os dias se põe a caminho do seu trabalho, de metro, claro, como bom ambientalista.
E todos os dias vai com o seu uniforme, um colete vermelhão com umas cruzes brancas gigantes e uns dizeres da cruz vermelha, onde vem agarrado um crachá com a sua identificação.
Ora, hoje, ao subir as escadas do metro em vez da escada rolante, para fazer exercício e poupar a mensalidade (e principalmente a canseira) do ginásio, foi mandado parar.
Mandado parar, ou mais especificamente, barrado, no cimo das escadas.
Ia com os seus phones enfiados nas orelhas, com música a brotar do seu mp3 [ antiquado :) ], como tal, não ouviu o que lhe diziam e teve efectivamente de parar para ver que se passava.
Deparou-se então com duas moçoilas de etnia cigana, com dentaduras que lhes davam um aspecto pré-primário, mas com umas rugas, umas jóias e maquilhagem que as atiravam para a casa dos 50.
Meio zonzo pelo hálito de ambas (as duas, claro), conseguiu perceber que proposta se lhe era colocada em cima da mesa.
Pelo facto de ir fardado como um paramédico, era proposto ao (grande) autor fazer respiração boca a boca à menos horrível das duas, a troco de um pacote cheio de gomas.
Amanhã o colete vai dentro de um saco de plástico preto.

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