sábado, novembro 01, 2008

O Dia de Halogéneo [por Dona Deolinda, Heterónima do (grande) Autor ]

Ai que estou tão feliz.
Hoje é dia de Halogéneo.
Ou foi onte, ou lá que foi.
Só sei que andam praí os catraios todos de porta em porta a pedir doces às pessoas da sociedade.
Diz que as pessoas boas dão doces e as pessoas más dão corneto, um veneno que diz que mata muito e era aquilo que a minha amiga Ermelinda punha na sopa do homem dela todos os dias e ó depois ele morreu de dores no estôgamo.
Mas ainda andou uns anos com as dores, até que finou.
O médico diz que nem a viu chegar.
Ele também não, coitado.
No enterro dele a Ermelinda surrou-me ao óvido assim uma coisa que eu não precevi bem, mas parecia-me que ela me tava a surrar "finalmente", mas não podia ser, ela gostava tanto dele.
Enfim, o meu aparelho às vezes não funciona muito bem, diz que é preciso mudar-lhe as alcanenas, mas acho que só se vendem no continência e isso fica-me fora de caminho.
O Halogéneo é que é mesmo uma festa bonita.
Não é como os enterros da gente, que eu não gosto nada.
Tou sempre a pensar que ainda me amandam a mim lá pra dentro e vou eu e vai o morto e acaba a coisa comigo a perder o final da novela da TVI, e nunca sei se a gémea encontra a outra gémea com o gémeo daquele gémeo na palhaçada na cama.
O que não é bonito.
Porque a palhaçada é para se fazer é depois do casório, na viagem ao mel.
O meu mai novo, lembro-me tão bem, um dia apanhei-o com 13 anos na cama de cima do boliche com uma galdéria lá da C+S.
E o irmão na cama de baixo, a desmembrar-se.
O sacana mandou um salto tal que caiu cá abaixo e aquilo ainda são uns dois metros de altitura.
Resulta que fez uma luxepção na perna e tive de lhe dar anti-difamatórios e tudo.
Hoje é um home casado com a sua esposa, uma menina docente.
E pronto, lá vêm os meus netos todos alambados de chiclate nas beiças.

- Oh Rúben André, anda cá qu'avó lava-te essa bocarra. Ainda apanhas diabretes e têm de te cortar as pernas e assim é que nunca mais jogas como o Cristóvão Donaldo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Venho tarde, mas isto mais pro fim é das coisas mais hilariantes que li nos ultimos tempos :)))))

(Agora sim, a xora dona joanona pode dizer que eu leio os seus textos... de novo...)

 
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