sexta-feira, julho 17, 2009

Festalizar

Há uma nova moda nos assaltos a residências particulares.
Os ladrões, de há uns tempos para cá e sobretudo na época de Verão, assaltam as casas, mas com um intuito distinto do de levar o que não é seu.
Chama-se a esta nova moda "festalizar".
Os assaltantes, geralmente organizados em grupos de 4 ou 5 jovens, vigiam uma casa (de preferência vivendas) e tentam obter o máximo de informações sobre quando é que os donos vão para férias.
Quando os donos abalam para o Allgarve ou para Curitibiquitidibilicalionópolis, os assaltantes sabem que os donos estarão fora, pelo menos uns 5 ou 6 dias.
É aí que assaltam a casa.
No segundo dia em que a casa está sozinha (no primeiro é muito arriscado, os donos podem voltar porque se esqueceram de desligar a luz da casa-de-banho) os assaltantes entram na casa e organizam tudo.
Para quê?
Para festalizar.
Durante o dia seguinte ao do assalto preparam a casa para uma mega-festa, avisam os amigos, conhecidos, inimigos e desconhecidos, espalham panfletos, enviam e-mails, divulgam a festa ao máximo.
E ao terceiro dia...
Festaliza-se.
No final da festa (que em alguns casos chega a durar dois ou três dias, se os assaltantes souberem que os donos da casa foram de férias para, por exemplo, a Austrália), os assaltantes e convidados abandonam a casa, deixando tudo desarrumado.
Não levam nada que não seja seu, deixam as jóias e as pratas, mas abusam dos sistemas de som do dono da casa, põem música muito alto, assaltam os frigoríficos e adegas e deixam um monte de lixo espalhado pela casa.
Geralmente as casas-de-banho e os quartos ficam em mau estado, devido à sua indevida utilização como unidade hospitalar para comas alcoólicos ou motel improvisado, sendo o chão da sala e cozinha sempre as partes mais sujas.
E uma coisa é certa, os assaltantes deixam sempre a sua imagem de marca:
um preservativo cheio de ar, como um balão, pendurado no candeeiro do tecto da sala.
Já sabe, se for de férias, seja para fora cá dentro ou não, cuidado com a festalização que por aí anda.

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