domingo, janeiro 31, 2010

Cheira-me A Ladra

A Ladra não ladra, mas cheira.
Cheira a ócio e negócio, cheira a pessoas, cheira a fado, cheira a alcatrão ao Sol e panos ao vento, como bandeiras de mil países, mil nações que se encontram, mil estilos e mil manias que formam a Ladra.
A Ladra não ladra, mas vive.
Vive para ela e vive para os outros, vive por ela e pelos outros.
E o Sol acompanha-a, do nascer ao deitar.
Tem a Amália junto a si e a casa portuguesa, com certeza.
Não há cantinho da Ladra onde não se ouça a Amália, não há cantinho da Ladra onde não se sinta a descendência.
O pregão, o ladrão, o oportunista e o teimoso.
A maluca, o turista, a vigarista e o seboso.
E eu, e tu, e eles e nós.
E a Ladra não se mexe, mas a Ladra remexe-se.
E nós mexemos na Ladra, tal como a Ladra mexe connosco.
A Ladra não morreu.
Viva a Ladra.

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