segunda-feira, agosto 23, 2010

Abuerto

A única vantagem que existe no aborto ortográfico é a de que nunca havemos de ser multados por não o respeitar.
No máximo, daqui a uns 50 anos, chamar-nos-ão "saudosistas da escrita" ou outra estupidez qualquer, por nunca termos adoptado a nova moda.

Já agora, quando a Iberia se formar (não tenham dúvidas de que acontecerá), pimbas, toma lá mais uma reformazinha e mais um aborto ortográfico.
Mas nessa altura, os (grandes) autores da época, em vez de "aborto", usarão o termo "abuerto" ortográfico.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Ação/Reacção

Hoje em dia é cada vez mais complicado ler artigos em que o aborto ortográfico não é utilizado.
E ao (grande) autor sucede o seguinte.
Vai-se a meio de um texto, a um ritmo emocionante, está-se a gostar do que se lê, mas, de repente, sem aviso, lá vem a merda da ação, da adoção, da eletricidade, do diretor, do ótimo e do objeto.
A linha de pensamento é interrompida, o fio perde-se, há uma travagem brusca no cérebro, o texto passa para segundo plano, a falta de um "p" ou de um "c" torna-se o centro das atenções.
Automaticamente pensamos que está ali um erro, apenas para, no nanosegundo seguinte, nos lembrarmos que aquele erro agora não é defeito, é feitio.
E que feitio de merda.
Desculpem, de porcaria.


 
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