sexta-feira, março 09, 2012

Além-Fronteiras

Eles partem e saem e fogem e vão.
Não é bem fugir, é mais ter de ser, a procura do pão.
Deixam-nos para trás, olhos tristes, mas olhar em frente,
Ali aterram, aqui levantam, o futuro não mente.
Saem do ninho, saem da árvore, saem da floresta,
Adeus mãe, adeus pai também, mas que solução é esta?
É a solução que há, que haverá, e que se há-de fazer?
Gostam muito de cá estar, que bom é junto ao mar, mas têm de comer.
Justo não é, simpático tão-pouco, mas não vão para novos,
Procuram novos locais, ninhos seguros, para deixar os ovos.
Restaremos poucos, estaremos loucos, que será de nós?
E a saudade mói, e a distância dói, que vai ser de vós?



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(Só no grupo de amigos/conhecidos-quase-amigos do (grande) autor, são 21, os que partiram com futuro indefinido. E outros se preparam para o mesmo.)
 
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