outro dia estive a assistir (friso, a assistir, não a participar) na mudança de fralda da minha prima mais nova, de oito mesinhos.
a rapariga é a coisa mais fofa do mundo, não desfazendo as outras coisas fofas assim-assim.
mas como é que é possível uma criatura tão pequenina, tão inocente, entrar em guerra com o ar da sala em que se encontra, como se de um conflito israelo-árabe se tratasse??
a coisa começa com umas contracções, uns sinais de esforço, que culminam (sempre, mas sempre) na seguinte frase, dita por um dos progenitores:
"ai tão linda, tá a fazer um cocozinho."
ao empregar um diminutivo do acto, o progenitor está, obviamente, a tentar manter a audiência na sala, evitando a percepção alheia do próximo confronto com a hedionda e castanha realidade.
dizem os psicólogos infantis que não se deve fazer uma expressão de nojo, ao mudar a fralda e olhar para uma coisa, de facto, algo nojenta.
diz-se que os bébés, ao notarem que os pais não apreciam a obra de arte que acabaram de largar na fraldinha, se contraem, ficam inibidos cagatoriamente e não lhes faz bem ao sistema intestinal.
acredito.
assim, o cenário que se apresenta é um pai a mudar uma fralda, a respirar apenas pela boca e a sorrir mais amareladamente que o chichi da filhota, em gritos de "ai que cócó tão lindo!! quem é que faz cócós lindos, quem é?", enquanto os restantes abandonam a sala agarrados às camisolas que lhes filtram o ar poluído.
Há 1 semana
3 comentários:
Já nem me lembro do cheiro, já fui pai há tantos anos. Mas lá que os "cocozinhos" dos meus rebentos eram lindos, ah isso eram. A mãe que o diga que era sempre ela quem mudava a fralda.
(os psis também dizem que os pais devem mudar a fralda?)
nem de digas, nem me contes... ainda não me tocou tal tarefa, mas algum dia será a minha vez, e pela "amostra" da coisa, não vai ser bonito, mas se assim é, vai ser como se de um Miró se tratasse! :)
eu assisti ao episódio, e posso garantir... nao foi bonito! nao sei se fui talhada para ser mãe... respirar pelo nariz nunca foi o meu forte!
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