quinta-feira, setembro 21, 2006

amolador


como nem só de parvoíces trata este espaço, aqui fica um pouco de cultura de bairro.
felizmente, nasceu o (grande) autor num bairro em que todos os dias se ouvia um silvo no ar.
mais tarde mudou de casa, mas manteve-se na mesma zona, ouvindo ainda o silvo.
o silvo provinha da flauta do amolador.
o amolador é aquele senhor (rimou) que anda de um lado para o outro, consertando guarda-chuvas, facas e afins alheios.
na sua bicicleta ou no seu carrinho, vai tocando a sua flauta, chamando os clientes à rua.
hoje em dia há muito poucos e (tristemente) as gerações mais recentes já não os reconhecem.
no meu bairro ainda há e ainda hoje o vi, à chuva.
tocava a sua flauta e procurava clientes, calmo, como se em 1986 estivéssemos.
ou isso, ou então estava completamente entupido em prozacs, para andar tão calmamente debaixo do chuveiro natural que se instalara.
pronto, lá tinha que vir a parvoíce...

3 comentários:

purpurina disse...

na minha rua também passa! :o)

e sabes o que se diz? que com o amolador vem a chuva.

parece que é mesmo verdade...

C. disse...

ahahhaha não sabia dessa! mmm mas eu sempre adorei o som do amolador e ficava a vê-lo de minha casa, e n me lembro de chuva... mas se calhar era qd eu já estava dentro do quarto a brincar c os pinipons outra vez!

andre disse...

ainda no outro dia vi um em campo de ourique .. e lá veio a chuva.
é demais ainda existerem pessoas com esse espirito de 86
Mas ha ainda outra que gostava que voces vissem: vao ao jardim da parada ao fim de almoço e encontram lá junto ao mijadouro (e como eu adoro estas coisas pública) um belo velhinho com um sorriso colado.
Chega com a sua malinha e é incrivel a quantidade de coisas estranhas que coloca á venda na sua banca improvisada.
Tenho que lhe tirar uma fotografia sem falta.
Grande abraço jota

 
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