sexta-feira, novembro 17, 2006

todos os patinhos, sabem bem nadar

um amigo do (grande) autor (um dos 3) anda de carro.
normal, muita gente anda de carro.
mas o carro do meu amigo mete água.
literalmente.
tem um buraco qualquer na parte de trás e quando chove muito, o porta-bagagens fica alagado.
mas não é um "alagado" tipo-ai-que-já-meti-o-pé-nesta-poça-que-chatice-agora-ainda-me-constipo.
é um "alagado" tipo piscina-do-inatel.
assim, de quando em quando, lá vai o meu amigo com um recipiente, tirar a água, toda suja, derivado ao nível de sujidade no interior do leva-corpos.

uma noite, por essa Lisboa fora, já anestesiado, o meu amigo recebeu um telefonema da irmã, a pedir que levasse o pato (que estava cozinhado e cheio de molhinho num tupperware no porta-bagagens) para casa, quando chegasse.
ora, o meu amigo, distraído como é e com um compincha para a distraidice como o álcool, é óbvio que se esqueceu do quá-quá na bagageira.
no dia seguinte, depois de uma noite de chuvada, o meu amigo notou que o interior do carro cheirava a uma fragância diferente.
bruxo.
o pato, já descongelado, nadou uma última vez.

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