Em ir a um hospital todos os dias é que, para chegar aos cuidados intensivos, onde está o meu pai, tenho de passar pela entrada das urgências.
E faz imensa confusão, porque todos os dias estão lá pessoas diferentes, agarradas umas às outras, a fumar e a chorar.
Todos os dias vou lá e todos os dias vejo pessoas diferentes em desespero.
Ouço frases das histórias de alguns quando passo, vejo lágrimas a cair pela cara, piso lenços no chão.
Romenos, brasileiros, portugueses, ingleses, espanhóis, já ouvi todas as línguas, à porta daquelas urgências.
E ali, todos os idiomas são iguais.
Há 1 semana
3 comentários:
Acho que nunca tinha comentado aqui mas já acompanho o teu blogue há bastante tempo e queria desejar as melhoras do teu pai.
Arrepiante. "Ali todos os idiomas são iguais". Obrigado por me teres ajudado a relativizar o que se está a passar comigo! Obrigado mesmo por me teres feito perceber o que verdadeiramente importante!
As melhoras!
Aquele abraço!
Sou teu amigo mas não me vou identificar para garantir a imparcialidade das minhas palavras. Tenho a certeza que um dia vou poder ir a uma Bertrand (passo a publicidade) ou a outro sítio qualquer e comprar uma obra catita da tua autoria. Lamento muito este último acontecimento. Mas tu és uma pessoa especial...eu sei que vai correr tudo bem...e podes sempre contar comigo. Só gostava que soubesses que te admiro e que é para mim uma honra ser teu amigo.
Um grande abraço e muitas felicidades...e obrigado.
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