terça-feira, julho 27, 2010

Indo No Passeio (ou Como Ser Agredido Por Uma Batata)

Este seria um texto sobre o facto de hoje de manhã o (grande) autor ir a caminho do serviço e, de repente, lhe ter aterrado uma batata em cima.
Uma batata.
Sim, o tubérculo caulinar subterrâneo da batateira, comestível e de largo emprego na alimentação.
E sobre o facto de o (grande) autor ter olhado para cima e de ter visto outras batatas a voar, disparadas de dentro de uma casa, com a janela aberta.
E sobre o facto de essa casa ser um jardim de infância, daqueles em propriedade horizontal.
E sobre o possível facto de as educadoras de infância daquele jardim deverem estar mais ocupadas a plantar erva na varanda das traseiras da casa do que a tomar conta das crianças que se divertem a jogar batatas pela janela aberta, enquanto não se lembram de se jogarem a elas próprias, com os lençóis do ó-ó amarrados ao pescoço, como viram no filme que as educadoras as puseram a ver enquanto iam tratar da erva.
Porém, este é um tema que pouco ou nada interessa sequer ao Menino Jesus, quanto mais ao leitor.

sexta-feira, julho 23, 2010

Mel

Há muita gente por aí que ainda confunde aguardente com mel com verosímel.
A primeira é doce e alcoólica.
A segunda é a forma adocicadamente errada de se dizer verosímil.

quinta-feira, julho 22, 2010

O Texto Que Se Segue Contém Asneiras. (Mas Como É Sobre A emel Não Faz Mal)

Um gajo paga balúrdios para estacionar o carro fora da sua zona emel.
A emel não é capaz de manter em condições a merda dos parquímetros nem de fazer a manutenção das zonas para estacionar, estando muitas delas cheias de buracos e mal assinaladas.
A emel, coitadinha, não tem competência para multar quem estaciona alarvemente em cima do passeio.
Mas tem competência para multar qualquer cagalhão de cão que aterre num lugar emel.
Um gajo paga balúrdios para ter um dístico que lhe permita estacionar na sua zona de residência emel.
Não contente com esta merda, a emel descobriu uma forma de chular ainda mais o utente, lembrando-se de que o dístico podia ter uma validade.
Então, implementou a validade de um ano.
O dístico, desde que tem validade, expira.
Mas como um gajo tem mais que fazer do que controlar a validade do cabrão do dístico, um gajo deixou que o dístico expirasse, sem querer.
O cabrão do dístico expirou há nove dias.
E, ao nono dia, enquanto um gajo ia trabalhar de metro, poupando o ambiente como pode, julgando que o veículo estava devidamente estacionado na sua zona emel, um gajo volta ao veículo à hora de almoço para se deslocar em serviço e dá de caras com uma puta duma multa.
Multa ainda por cima digna de um "agente" com parkinson, tal era a ilegibilidade da puta da letra que por lá dançava.
Aproveitando o bom humor, um gajo decide deslocar-se àquele rés-do-chão que é a pseudo-loja da emel na Pinheiro Chagas.
Note-se, para renovar o cabrão do dístico, não para pagar a puta da multa.
Chegando lá, um gajo tirou uma senha.
E um gajo constatou que o seu nº era o 110.
Seguidamente, um gajo constatou que a coisa ia no 55.
Bonito.
Não desesperando, mas com vontade de assassinar alguém, um gajo começa a reparar no som ambiente.
Era o som de um daqueles cd's ZEN, com sons da floresta e do mato, com passarinhos e quedas de água e minhocas e macaquinhos a copular pendurados nas árvores.
Só podem estar a brincar com um gajo, pensavam as caras dos outros 54 pobres utentes que por lá espumavam, a ver as horas a passar e o patrão a descontar.
Resultado, um gajo iria perder umas 3 horinhas do seu dia de trabalho, para poder ficar na fila a ouvir uma música da floresta enquanto espera para pagar para poder revalidar o cabrão do seu dístico e poder estacionar na merda da sua zona emel?
Claro que não.
Muito melhor.
Um gajo vai ter perder horas de sono, acordar mais cedo e ir à pseudo-loja à hora de abertura, para tratar do cabrão do dístico, antes de entrar ao serviço, de forma a minimizar o prejuízo.
Porque ninguém sabe o que é a Internet e o pagamento por multibanco e o envio dos cabrões dos dísticos pelo correio.
Viva!

quinta-feira, julho 15, 2010

Ouvido Em Circunstâcias Que Tais

Querem dinheiro?
Vão pedir ao Sócrates.
Não foi nele que votaram?

terça-feira, julho 13, 2010

sábado, julho 10, 2010

A Mala Dos Sonhos

Rolam as rodas escadas acima, em direcção ao primeiro andar da Ordem dos Advogados.
Malas e malas cheias de sonhos e esperança.
Parece um aeroporto.
Mas em hora de vulcão, com toda a gente em terra, à espera que assentem as cinzas.
Não se faz o check-in, mas faz-se o checking dos códigos, decretos e regulamentos, milhares e milhões de páginas em quilos de papel dentro das Samsonite ou loja-do-chinês.
Ir à Ordem dos Advogados na altura dos exames, mesmo sem se fazer ainda o exame, dá dor de ouvidos.
Dor de cabeça e de barriga.
Tanta gente com tantas malas de viagem.
Uns prontos para partir, embarque feito.
Outros ficam e têm de voltar a passar pela alfândega.
 
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