terça-feira, outubro 04, 2011

Todas na Barriga

- Martins, isso é uma doença interna.
- Uma doença eterna?
- Não, uma doença in-ter-na.
- Ah.
Ele nunca pensou que aquilo também desse nos homens.
Sempre ouviu, desde pequeno, desde adolescente, desde homenzinho, desde crescido, que aquilo só dava nas mulheres.
Nas senhoras, dizia a Avó, mulheres são as vacas, as cabras, as ovelhas.
Que as mulheres são senhoras.
E com que então uma doença interna.
Estava bem tramado.
- Como é que se pode curar uma doença interna?
- Tens de olhar para dentro, conhecer bem o terreno.
Porra.
Olhar para dentro, conhecer bem o terreno, mas estavam a preparar um ataque terrestre, ou a tentar arranjar uma cura?
- Sim, a cura procura-se no mal.
- É no mal que está a cura?
Não fazia sentido algum.
- Martins, quando olhas para ela, que sentes?
- Sinto-me mal.
- Sentes o coração acelerado, suores frios, a boca seca?
- Sim!
- Desnorteado, sem saber o que fazer?
- Completamente desnorteado.
- E quando ela olha para ti?
- Fraquejam-me as pernas.
- E as borboletas?
- Todas na barriga!
- Ora aí está a tua doença.
- A minha doença interna?
- Sim, a tua doença eterna.

sexta-feira, julho 08, 2011

Open Space

Os open space estão na moda.
É cool viver num loft, as praças públicas estão cada vez mais abertas e cheias de nada, um gajo consegue ver uma drogaria-das-novas duma ponta à outra se for suficientemente alto para espreitar por cima dos mostradores dos tachos em inox, até os cérebros de algumas pessoas adoptaram esta moda.
Mas quem ganhou mais com esta inovação foram os empregadores.
O empregador não hesita e derruba paredes.
Derruba paredes como se derrubasse obstáculos, barreiras, entraves e outros sinónimos de dificuldades.
Mas, de surra, de fininho, como o xico, levanta alfândegas, operações stop, controlos, vigilâncias e outros sinónimos de fiscalização.
Quem melhor para vigiar os seus trabalhadores do que os seus trabalhadores?
Porquê ter de pagar mais a alguém que vigie o trabalho de outros dez, quando podem ser os dez a vigiar-se uns aos outros?
No tempo das paredes, o superior entrava nos gabinetes e certificava-se que um gajo não estava no farmville ou a falar com a Jessica da linha de valor acrescentado ou na sala das fotocópias a tirar fotocópias (a cores) do rabo.
Hoje em dia, no tempo do tudo-ao-molho, a máquina fotocopiadora fica no meio dos open space e os dez trabalhadores vigiam-se mutuamente para poderem ir dizer ao chefão que, por exemplo, em vez de estar a dar no duro, o Zé estava ao telefone com o filho a explicar-lhe como é que se põe betadine na ferida e que a Maria estava ao telefone com a mãe a perguntar-lhe em que hospital estava o avô, para ir lá ter assim que conseguisse despachar o serviço.
Dividir para reinar.
Ou, derrubar paredes, para reinar.
Somos tão modernos, tão fashion, não precisamos de paredes nem de barreiras físicas.
Pois claro.
Sendo o homem o lobo do Homem, vai ser o Rui a denunciar o hábito que o Manel tem de ler o Calvin no Público online.
E um gajo nunca quer ser o primeiro a sair, porque, ao sair, toda a gente sabe que surge do tecto falso uma espécie de holofote dos recursos humanos, que fica ligado, a apontar para a cadeira vazia, até que o chefe também saia.

segunda-feira, julho 04, 2011

\_/

Together we can - print

roubado daqui

sexta-feira, julho 01, 2011

8 e 80

Se repararem bem, notarão os ilustres leitores que os jornalistas, quando confrontados com uma entrevista a um menor de 8 anos ou a um maior de 80, falam da mesma maneira, que, não desfazendo, é mais ou menos com a mesma descrença com que um gajo fala com aquelas gravações que percebem Amadora quando um gajo grita Lisboa, dos serviços de informações via telefone.

quarta-feira, junho 29, 2011

WPP

http://www.whitepeopleproblems.com/images/content/1501.jpg

ideia roubada daqui, que por sua vez roubou daqui.

segunda-feira, junho 27, 2011

Aviso à Navegação MCMVXXXII

Não confundir amizade eterna com amizade efémera.
A primeira um gajo não sabe, mas é para sempre.
A segunda um gajo acha que sabe, mas desaparece logo da frente.

Extra:
Além do acima referido, "eterna" e "efémera" só quase-que-rimam se um gajo estiver mesmo muito constipado e e trocar os érres pelos guês.

quinta-feira, junho 23, 2011

Não perca!

Caro telespectador, não perca a emissão de "How I Met Your Mother" na TVI e de "Quem Será o Pai da Criança" num arraial perto de si.

quarta-feira, junho 15, 2011

Situações Irritantes III

Irritantes são as pessoas que não dizem o que pensam e pensam que ninguém percebe que o que elas estão a dizer não tem um cu a ver com o que elas estão a pensar.
O que faz delas irritantes e estúpidas.
E burras, ainda por cima.

quinta-feira, junho 09, 2011

Situações Irritantes II

Irritantes são as pessoas que tentam passar à frente na fila do supermercado porque só têm uma lata de leite condensado e meio quilo de pêra-rocha e se vão chegando, chegando, chegando, sempre a fingir que estão a olhar para a montra das revistas cor-de-rosa com ar de quem só as lê quando está na fila do supermercado mas depois sabe que a prima da tia do Rogério Samora foi para as Berlengas com o primo do sobrinho do Marco do Big Brother, mas ficaram numa pensão em vez de ficarem num hotel porque mesmo de 2 estrelas ainda era carote e o pequeno-almoço não devia valer nada e vai nisto e vão-se chegando, chegando, chegando, até um gajo estar praticamente a brincar aos médicos com elas.
Mas claro que quando um gajo se farta daquela espécie de assédio manda-lhes com um movimento de anca mais elástico que o melhor move do John Travolta no Febre de Sábado À Noite e os tarados vão parar ao fim da fila meio despenteados.

quarta-feira, junho 08, 2011

Situações Irritantes I

Irritantes são as pessoas que não sabem o que é o acelerador quando vão em zonas onde não dá para ultrapassar, mas que, numa recta onde é possível um gajo deixá-los a comer pó, aceleram como se estivessem a fugir de uma avalanche.

terça-feira, junho 07, 2011

Proc

Não é que um jovem não consiga estudar num sítio que esteja desarrumado, a cena é que um jovem sabe que, quanto mais e melhor arrumar, mais tarde vai começar a estudar.
.

sexta-feira, junho 03, 2011

Moderado de Noroeste

A única forma de tentar garantir que a taxa de abstenção no Domingo não é muito alta, é emitir falsas previsões meteorológicas, indicando que irá chover.
E mesmo assim ainda há o problema de a malta olhar para o céu e ver que não há nuvens.
Fazei como o (grande) autor:
Ide votar bem cedo e dirigi-vos à praia, sem trânsito e com um pacotinho de dever-cumprido no bolso das moedas da tanga.

terça-feira, maio 31, 2011

Fric

Não há qualquer mal numa pessoa freak.
Mas há muito mal numa pessoa que tem a mania que é freak.
Porque, quem tem a mania que é freak fala muito alto e tenta desesperadamente chamar a atenção dos outros para o seu nível de pseudo-freakez.
Ora, pelo contrário, um freak verdadeiro é isso mesmo.
Freak.
Fica sentadinho no seu cantinho, a revirar os olhinhos e a juntar as pontinhas dos dedinhos da mão direita nas pontinhas dos dedinhos da mão esquerda enquanto observa quem passa e murmura frases imperceptíveis ao ouvido humano, mas que o freak acha que os cães entendem.
Agora, uma pessoa com a mania que é freak parece a árvore de natal de Rockefeller Center no meio de uma praia da Costa da Caparica, mais ou menos do género daquela em frente ao restaurante do Barbas.
Quem tem a mania que é freak também tem a mania que os outros são surdos, porque berra muito ao telemóvel.
E diz sempre coisas esquisitas.
O mania-que-é-freak nunca berra "Estás com pouco sinal!! Arroz! Sim, arroz é o que falta lá em casa! Podes também comprar puré, mas do congelado, não compres daquele em pó!"
O mania-que-é-freak berra sempre qualquer coisa como "Eu faço um piercing onde me apetecer! Se for no péns é no péns, se for na nuca é na nuca!"
O mania-que-é-freak também tem a mania que é daltónico e que anda assim meio de ladecos, apesar de ter usado botas ortopédicas entre os 4 e os 7 anos.
Já o verdadeiro freak comunica pouco, é reservado e geralmente assassina alguém quando fizer 28 ou 29 anos.
Mas sem avisar.
Claro, o mania-que-é-freak está sempre a ameaçar matar alguém ou suicidar-se, mas nunca concretiza.
Especialmente na parte do suicídio, o que seria um grande favor à comunidade em geral, e um grande favor à sua vizinha de baixo em particular, que está farta de ter infiltrações no tecto da casa-de-banho de cada vez que o mania-que-é-freak decide fumar sestâncias (como ela diz) enquanto toma um banho de impressão (como ela diz) e a água começa a transbordar depois de o mania-que-é-freak desmaiar porque o parvo tapou o ralo de emergência, para a alma não lhe ser levada na corrente de água quente enquanto ele quase se afoga.
Enfim, freaks.

domingo, maio 29, 2011

Yes We Kant

Um gajo aprendeu no secundário que o amigo Kant dizia "age segundo a máxima tal que possas querer que esta se torne uma lei universal".
Ora, um gajo curtia o Kant, "tolas", para os amigos.
Tolas, de Kantolas.
Assim, na sua vida, o (grande) autor tende a seguir essa linha, mesmo quando há umas tortas aliciantes pelo meio.
Linhas tortas, entenda-se, nada tem a ver com tortas de chocolate ou de limão.
Tudo isto para dizer que hoje à tarde, em plena bomba de gasolina da rotunda do relógio, o (grande) autor viu-se abordado por um americano acabado de aterrar em Lisboa e munido de um carro alugado, com uma prancha no tejadilho.
Precisava o americano de saber como se ia para a A2, porque, sem destino certo, queria ir apanhar umas ondas no Sul durante uns dias.
Ora, um gajo sabe que podia dar uma explicação mal amanhada e seguir a sua vida, tendo 99% de certeza de que o homem iria acabar algures entre Campolide e Sete Rios.
Vai daí, manda-se uma Kantada e... siga o meu carro que eu deixo-o no Eixo Norte-Sul e a partir daí é sempre em frente.

quinta-feira, maio 19, 2011

Ganges

.
Frase apropriada para certos dias ou certas pessoas:

Eu nunca pagarei portagem para atravessar o rio Ganges, porque o rio Ganges está dentro de mim.
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quarta-feira, maio 18, 2011

Mediação Púdica

Porque é que o símbolo do Gabinete para a Resolução Alternativa de Litígios, vulga Mediação Pública, é um par de seios?

terça-feira, maio 17, 2011

E agora para uma coisa totalmente distinta

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Senhoras e senhores, é com grande prazer que vos é apresentado o único, o famoso...

Cacto Mickey


quarta-feira, maio 11, 2011

Banda Imaginária

Se o (grande) autor tivesse uma segunda banda imaginária (sim, segunda, porque a primeira existiu entre o 6º e o 8º ano dum gajo e de 4 amigos seus, os famosos Metamorfose Espontânea) chamar-se-ia sem dúvida her boyfriend's best friend's dog
Mas haverá melhor nome que este??

terça-feira, maio 10, 2011

Ich bin ein festivaler

Deu-se conta hoje o (grande) autor de como funciona o festival da canção (doravante denominado FEST), a nível de votações.
Sim, vários anos após, só hoje a realidade FEST atravessou a estrada.
Sim, é como não saber a regra do fora-de-jogo, sim, uma fogueira e um pelourinho, por favor.
Bom, mas a razão de ser destas linhas é a de que, segundo as regras elaboradas pelos donos do FEST, um residente em determinado território não pode votar na canção levada ao palco pela banda que representa esse território.
Faz sentido, porque senão iria à final sem espinhas a canção da banda (a palavra "banda" está a cair em desuso, não pode ser) que representasse o país com maior número de habitantes.
No entanto, assim, seguindo a mesma linha de pensamento dos donos do FEST, vai à final sem espinhas a canção da banda que representar o país com maior número de emigrantes.
Ou seja, a presença na final está no papo.



ps - para quem tipo-(grande)-autor, hoje era o público a votar, para definir que canções irão à final, onde será o júri a decidir o vencedor do FEST.

sexta-feira, maio 06, 2011

A razão pela qual o Benfica perde.

Nunca aqui se escreveu sobre futebol, em jeito de treinador de bancada.
Um dia não são dias.
Mas um gajo é sócio e paga quotas, por isso tem direito a falar.

O Benfica perde porque os jogadores não sabem que camisola têm vestida.
Os Cardozos deste plantel não sabem o que significa jogar com o nosso emblema ao peito.
Digo Cardozo porque é o exemplo mais forte de um jogador que não se esforça, não sua a camisola, não corre, não tenta, não estica o pé, não mete a cabeça, não chora quando o Benfica perde.
Não digo que tenha de ser o Messi, mas que pelo menos tente ao máximo dar o seu melhor.
Jogar pelo Benfica devia ser um sonho de pequenino de todos os jogadores do Benfica.
Como no Barcelona.
90% dos jogadores do Barcelona jogaram nas escolas do clube e o seu sonho máximo é o de representar o Barcelona.
Fazem tudo por tudo para não sair do clube, porque é aquilo que mais querem, jogar pelo Barcelona.
Consequentemente, esforçam-se ao máximo e o Barcelona arrasa equipas como o Real Madrid.
Jogadores como o Gaitán, Di Maria, Ramirez, etc... só vão para o Benfica para se lançarem no futebol europeu e sairem do Benfica para ir para outro clube, supostamente, maior.
Por isso é que o Benfica perde, porque os jogadores não dão tudo por tudo.
O Benfica devia ter 11 Ruis Costa em todos os jogos.
Porque 11 verdadeiros benfiquistas correm atrás da bola como se a vida deles dependesse disso.
Agora, acham que o Cardozo ou o Gaitán vão para casa com remorços pela merda que fizeram em campo e pelo que não correram?
Claro que não, porque o Benfica é o maior e o cheque deles vai lá estar no fim do mês.
Eu tinha vergonha, desiludir assim tantos milhões de pessoas.
Ou, se isso não for vergonha suficiente, teria vergonha de desiludir assim os meus companheiros de equipa, gajos como o Fábio Coentrão ou o Maxi Pereira ou o Javi Garcia, que carregam a equipa às costas.

Benfica aos benfiquistas, fora os oportunistas.

segunda-feira, abril 11, 2011

Este Blog

Este blog existe desde 2005.
Desde o dia 3 de Agosto de 2005, para ser mais preciso.
Um gajo não percebe porque é que as pessoas dizem isto.
"para ser mais preciso".
Basta dar a informação mais precisa e pronto, está-se a ser mais preciso, não é preciso informar que se o está a ser.
Enfim, retomando.

Este blog existe desde o dia 3 de Agosto de 2005 e desde aí já passaram quase 6 anos.
Em 6 anos muito mudou, caneco.
E pronto, era só isto.
E já é muito.

domingo, abril 10, 2011

custjust

O (grande) autor é grande adepto do custo justo.
A sério.
Já por lá vendeu um armário de casa-de-banho e uma estante.
E, como grande adepto, passa algum tempo a procurar artigos interessantes e passíveis de serem adquiridos por alguém quando em estado sóbrio.
Sim, porque ele há artigos à venda que apenas serão comprados, com toda a certeza, por pessoas em estado de completa embriaguez.

Geralmente, as imagens falam pelo objecto, mas anunciantes os há, que preferem descrever qualitativamente os seus artigos.
E não há melhor anúncio do que aquele cujo título se embeleza com adjectivos.
- Lindo vestido de cerimónia
- Tapete lindíssimo
- Saia fresquinha
- Lindíssimo lustre em cristal


Faz sentido, porque, convenhamos, quem é que quereria comprar
- Tapete de Arraiolos com os cantos comidos por cão frenético (cão com pedigree)
- Frigideira inox cheia de sarro (fácil de remover, se lavado)
- Cueca linda marca dim (facilita a evacuação, por ter conveniente buraco no rabo)
- Ténis airwalk com pouco uso (ideal para pessoa sem olfacto)

sexta-feira, abril 01, 2011

5 do 6

Prriiiiiiiiiii.
Intervalo.
Podem ir à casa-de-banho fazer uma chichoca, comer umas pipocas no bar, um cachorro-quente, um nougat, magnum chocolate, coca-colinha, conversar e esticar as pernas.
Daqui a 15 minutos recomeça o jogo.
Esperem.
Acaba de nos chegar uma informação de última hora...
Sim...
Confirma-se...
Não serão 15minutos de intervalo.
AAHHhhhh...
Serão DOIS MESES de intervalo!
Dois meses, senhoras e senhores!
Incrível.
Bom, é melhor o espectador voltar a sentar-se, conseguir uma posição o menos incómoda possível e esperar.
E depois esperar mais um bocadinho.
Pode ser que no intervalo passem uns vídeos daqueles para rir, como o do Futre, um gajo sempre se vai distraindo.
- Aquele gajo tem tanta piada pá...
- Pois é... mas oh António, isto é o intervalo de quê, afinal?
- Sei lá... Olha o gajo... ahahah, vai vir charters... Que granda maluco!
- Eheheheh
- Eheh
- Eh
- Eh
- ...
- Eh.

sexta-feira, março 25, 2011

O Banco Dos Trocos

Um gajo entra numa estação dos CTT às 9h09 da manhã.
Um gajo tinha acabado de subir 6 andares a pé (elevadores avariados) num edifício relativo à profissão dum gajo, para ir buscar uns papéis do mesmo género.
Claro que no serviço do local dizem que não têm multibanco, mas que um gajo pode ir levantar dinheiro ao multibanco lá em baixo e estúpido é um gajo por ter pensado que um serviço público poderia ter multibanco.
Ora, multibanco lá em baixo.
Que bom.
Um gajo desce os mesmos 6 andares a pé, a pensar no quão bom vai ser ter de voltar a subir os 6 andares a pé, para depois os voltar a descer.
A pé.
Um gajo levanta o dinheiro.
Pensa que é melhor trocar a nota por moedas, não vá o serviço no local não ter também troco e um gajo ficar a arder.
Um gajo às 9h09 da manhã entra numa estação dos CTT.
- Bom dia, pode trocar-me esta nota por moedas, por favor?
- Hmm...
- É que ali no serviço do local não têm multibanco e eu estou mesmo a ver que não vão ter trocos também.
- Hmm...
- Pode??
- Oh meu Senhor, isto não é um banco de trocos.

Ora bem, que se poderia ter respondido a tal afirmação?

Hipótese 1:
- Ah, não é? Olhe que pensava mesmo que era. CTT não quer dizer Cantinho com Tantos Trocos?

Hipótese 2:
- Ahhh, que estranho, nunca tinha ouvido falar em banco de trocos... já tinha ouvido falar em banco de esperma, banco de jardim, bancumabebedeira incrível, mas banco de trocos nunca tinha ouvido.

Hipótese 3:
- (som de uma arma a disparar uma bala na direcção do ombro da funcionária, só para magoar, não para matar, que um gajo é civilizado)

A muito custo, enquanto dizia frases do género "pois, devia ir ao banco trocar a nota, aqui não temos serviço de trocos", e remexia naquela caixa completamente a abarrotar de moedas de todos os valores, a simpática senhora lá ia trocando a nota de 5 e falando naquele tom de quem tem um pequeno poder na mão, já que em casa não tem com quem exercer os pequenos poderes porque o gato vestido com aquela camisola horrível que ela lhe tricotou no natal e com a qual depois o sentou à mesa com aquele ar de mas-porque-raio-estou-eu-aqui-sentado-e-estás-a-falar-comigo-como-se-eu-pudesse-preencher-esse-vazio-na-tua-vida está-se bem a marimbar para se ela grita com ele ou não porque o máximo que pode acontecer é ela "esquecer-se" de lhe dar de comer e depois ele "esquecer-se" de que a cama de casal dela, apesar de ela só usar um dos lados e ninguém usar o outro, não pode ser usado como caixa de areia e ele sabe bem que ela não quer que tal volte a acontecer porque tirar o cheiro a urina de gato dos lençóis é um granda pincel, bem maior do que ter de aquecer para ela própria todos os dias, sozinha, aquelas refeições pré-cozinhadas enquanto vê o malato e conversa com ele já que o gato nunca lhe responde e ao menos o malato responde embora nunca faça sentido porque, embora ela não queira acreditar, o malato não a consegue ouvir, apesar de ela ouvir o malato na perfeição.

domingo, março 20, 2011

28 Turistas

Ontem tentou o (grande) autor andar no eléctrico 28, para ir parar às Portas do Sol, a partir do Martim Moniz.
Tentou.
Porque, ao entrar no amarelinho, o condutor informou um gajo de que a tarifa de bordo custa nada mais nada menos que 2,50€.
Dois Euros e meio.
Portanto, fazendo as contas, para quem não carregou o Lisboa Viva ou para quem não o tenha, simplesmente, andar no famoso 28 custa 5 cafés.
Custa meia ida ao cinema.
Custa uma torrada, um pastel de nata e um galão.
Custa 25 sms.
Custa quase dois litros de gasolina.
Custa um aluguer de um dvd de 4 noites no clube de vídeo.

É só para que saibam.
Ah, subir colinas a pé não é tão giro, mas faz bem à saúde.

terça-feira, março 15, 2011

Visão da ManifestAcção












































domingo, fevereiro 13, 2011

Antecipação

Tinha de ser aquele copo.
Partiu o único copo numa casa cheia de copos.
Aquele copo tinha sido.
Tinha vivido.
E tinha sido trazido de Erasmus.
Do bar onde um gajo ia sempre, às Quintas-feiras.
Num daqueles sítios onde não há sinal no telemóvel mas um gajo nem se preocupa porque sabe que toda a gente virá lá parar, sem combinar.
Erasmus feito em 2004/2005.
Há 17 anos.
E até hoje tinha resistido a mudanças, lavagens à mão, lavagens na máquina, malabarismos arriscados.
Representava um ano lectivo, um ano civil, um ano de transição, um ano de posição.
De várias transições e situações.
E tinha de partir logo aquele.
Não podia ter sido aquele oferecido com o menu grande na McDonald's.
Nem aquele comprado no IKEA, igual aos outros 23.
Nem aquele da Sagres, furtado duma tasca qualquer.
Não, tinha de ser aquele.
Um ano desfeito em pedaços, no chão da cozinha.
Milhões de memórias envidraçadas e agora estilhaçadas.
Quantas vezes lhe disse para não pegar nas coisas de vidro com as mãos molhadas?
Tarde demais.
Os olhos dele, à altura um nadinha acima dos nossos joelhos, lágrimas quase a escapar pela pálpebra inferior, uma barragem a transbordar.
Boca descaída, a consciência da asneira, culpa própria.
A verdade é que o avisei mil vezes.
Mil e uma vezes, a contar com aquela dez segundos antes do copo lhe escapar das mãos e aterrar na parte de cima do tecto do vizinho de baixo.
Um filho deve ser isto.
Um sabor sempre doce, mesmo na situação mais amarga.

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

sexta-feira, janeiro 28, 2011

PUB

Num contexto e-mailiano que agora não interessa para o caso, o (grande) autor elaborou e concretizou a seguinte frase:

"(...) pois, faz falta a família mais próxima e estar mais próximo da família."



Edson Athayde, leste esta?

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Priceless

É demasiado bom, um gajo chegar a casa às 19h56, reparar na hora e ligar a TV, para poder apanhar a abertura do telejornal às 20h.
Nisto, com a TV ainda a aquecer a imagem e um gajo a afastar-se para tirar a casaca, um gajo apenas ouve:

- Êu issstô grávidá!
- Máiz côômo cê istá grávidá? A gentji não transa faiz teêmpo!!!



Ok?

segunda-feira, janeiro 24, 2011

São

Parabéns à São!!
Voltou a vencer!
Sãã-o!
Sãã-o!
Sãã-o!
São para Presidente!


























My name is São.
Abstenção.

E eu governo o país dos que dizem mal a toda a hora de tudo e de todos.
Mas na única hora em que realmente podem opinar a sério, elegem-me.
São...
São rosas, senhor.

quarta-feira, janeiro 19, 2011

090

Hoje, um dos gajos com mais piada neste Mundo (o sujeito não frequenta este tasco por isso não irá babar-se um pouco a ler isto) disse ao (grande) autor:

"Para mim, o skype é uma cena de ficção científica. Eu ainda vou no credifone."

Que lindo. Como é que é possível alguém lembrar-se da existência do CRE-DI-FO-NE?
.

terça-feira, janeiro 18, 2011

País Pela Hora da Morte

Um gajo sabe que o país está perdido quando, dentro da Fnac, ouve um homem de 50 e poucos anos virar-se para outro de tanta idade, enquanto olham para um LCD daqueles do tamanho do chão do quarto dum gajo, onde está a passar um excerto do "Regresso ao Futuro" e dizer:

- Isto é que é aquele filme "Velocidade do Perigo", não é?
- Não, este é muita pior.
.

sábado, janeiro 15, 2011

Abstention ou A Vã Glória De Ir Votar

Muito resumidamente, porquê ir votar?
Porque é a única forma de expressarmos a nossa vontade, democraticamente.
É um direito pelo qual os nossos antepassados lutaram e é um dever individual.

Porque,
Se votamos no Cavaco, apoiamos o Cavaco.
Se votamos no Alegre, apoiamos o Alegre.
Se votamos no Vieira, apoiamos o Vieira.
E se votamos em branco, significa que não estamos de acordo com qualquer candidato e queremos que alguma coisa mude.

Mas,
Se não vamos à cabine de voto, pode ser por várias razões, que não exprimem a nossa vontade eleitoral.
Pode ser porque fomos para a praia, porque estamos doentes, porque fomos passear a sogra, porque estamos em casa com diarreia, porque somos anarquistas ou porque estamos às compras em Nova Iorque.

Por isso, a abstenção não é a solução.
O voto num candidato ou o voto em branco é a única maneira de podermos fazer alguma coisa.

quarta-feira, janeiro 05, 2011

Bóbi

Conversa mantida entre (grandes) autor e amiga:

- Então a Manéla (nome fictício) já voltou de Longequemócanec (local fictício)?
- Sim.
- Então e aquilo foi giro?
- Foi, foi.
- Então e trouxe suvenires?
- Não, mas trouxe uns bichinhos.
- Ah sim? Uns animais de estimação?
- Não, uns bichinhos dentro dela que a deixaram a cagar fininho e a vomitar durante três semanas.

terça-feira, janeiro 04, 2011

Dúvidas Importantes

A partir de que dia deve um gajo começar a dizer "boas festas" a todo o ser vivo com quem se cruza, incluindo companheiros de elevador ocasionais? 15 de Dezembro? 16?

Até que dia deverá um gajo continuar a dizer "bom ano" aos funcionários de qualquer tipo de estabelecimento? 3 de Janeiro? 4? 6??!!

Qual será o grau de intimidade (numa escala de 1 a 10) que um gajo precisa de ter com outro gajo para lhe poder dizer, assim de surra nem dar bandeira, que tem uma merda preta mesmo mesmo no meio dos dentes da frente?

Quantos metros é que se deve deixar andar uma pessoa de quem não se gosta com um bocado de papel higiénico preso às calças na zona do rabiosque antes de a avisar, sem que se saia da zona "ih pá, só reparei agora" e se entre na zona "claro que estou a reparar há que tempos mas adoro ver-te fazer figuras porque não gosto de ti."

Ao fazer zapping em casa da avó e com os primos mais pequenos todos a ver, quanto tempo pode um gajo deixar num canal em que está a dar um filme quase-porno sem que os putos se apercebam de que aquela jovem não é realmente uma enfermeira e o senhor não está realmente com síndroma de penierectus e não precisa mesmo de um exame detalhado?

Em que momento deveremos avisar aquele colega irritante de que não está a conseguir imprimir o relatório que o chefe já pediu quatro vezes (as primeiras três aos berros e a quarta com as veias da testa a latejar) simplesmente porque a impressora não tem papel e que mandar pontapés no computador e socos na impressora não irá resolver o problema?

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Conselho e Costura

Quando for a uma loja de roupa sozinho e der de caras com uma suéte que até lhe apraz e nem custa assim muito mais que fazer a A1 entre Lisboa e Pombal, antes de a comprar, verifique sempre como são as costas da dita.
Só para não lhe acontecer como ao (grande) autor e chegar a casa e reparar que a merda da camisola que é muito gira na frente, tem um 56 desenhado nas costas.
E, já agora, para não ter de a vestir na mesma porque já mandou os talões fora e parecer um gajo que gostava de ser jogador de rugby mas nunca fez nada por isso e então usa camisolas tipo-camisola-de-rugby para parecer que até sabe chutar uma bola em forma de meloa com anorexia.
 
origem