quinta-feira, agosto 31, 2006

expliquem-me uma coisinha

o (grande) autor tem uma dúvida.
todos as temos, de quando em quando, e há umas mais pertinentes que outras.
começando, o (grande) gajo-que-escreve-isto adora ver o telejornal das 13h.
por vezes até se senta uns minutos antes do início da cena, para não perder pitada e fazer a contagem descrescente para as 13h, juntamente com os relógios da tv, aos berros e despido de roupas e pudores.
acontece que, há uns dias, entusiasmado com a chegada do telejornal, o nosso herói resolveu ver o final do programa da sic que antecede o noticiário.
que erro, minhas caras pessoas-que-estão-a-ler-isto.
tentem juntar na mesma sala psicológica o joão malheiro (sim, aquele senhor do benfica, com a voz de bagaço estragado), a maya (a astróloga privada da lili caneças, que a deixa aparecer nos meandros do jet 7), o josé figueiras (iolaré, iolaré, ih uh!) e o cláudio ramos (o zézé camarinha que joga na outra equipa).
já conseguiram?
tragam agora um saquinho de plástico para o caso da indisposição não passar ao longo do dia.
pois é senhoras e senhores, estas quatro personalidades importantíssimas do nosso Portugal, juntam-se todas as manhãs para comentar....
a fome no mundo?
o conflito israelo-árabe?
os problemas na amadora?
a falta de água no planeta e o aquecimento global?
não.
estão parvos?
eles comentam...as revistas cor-de-rosa.
que por sua vez comentam a vida de pessoas também muito importantes do nosso Portugal.
concluindo, estas quatro...aaah...digamos...figuras...comentam matéria já comentada.
e aqui reside a dúvida do (grande) autor:
este grupo, come os restos dos pratos dos outros?
ou mastiga a comida já mastigada?

quarta-feira, agosto 30, 2006

o pudim d´avó

nos dias que correm, todos temos avós e avôs.
quer dizer, alguns avôs e avós já morreram, mas todos os tivemos, como um casal.
a ideia que temos, é a de que os avós vêm sempre aos pares.

outra coisa.
tenho um primo que, quando era mais jovem, dizia que queria que os pais se separassem para poder receber duas mesadas.
uma dada pela mãe, a outra pelo pai.
há ainda os casos em que os avós também dão uma mesada.
aí, o meu primo teria três mesadas.

hoje em dia, 90% das pessoas que conheço têm os pais separados.
é o meu caso.
ou seja, quando os meus filhos nascerem terão, se tudo correr bem, quatro avós.
o avô e a avódrasta.
e a avó e o avôdrasta.
[será que estas palavras existem? se não existirem quero direitos de (grande) autor!]

já pensaram bem nisto?
podemos ter o nosso filho a dizer que almoça com o avô e janta com a avó.
que estranho, não é?
ter os pais separados já é algo normalíssimo.
agora...ter os avós separados?
será que haverá miúdos com quatro mesadas?
não se me entra na cabeça, tanta separação...e tanta mesada!

terça-feira, agosto 29, 2006

legendas on/off - parte II

aqui fica uma piquêna curiosidade, no seguimento do tema abordado anteriormente sobre legendagem vs dobragem.
em itália, e digo isto de fonte fidedigna (conterrâneos do materazzi), existia um único actor que dobrava o al pacino, o robert de niro e o stallone.
isto é verdade.
chamemos ao "dobrador"... zeca.
o zeca, deveras famoso (um verdadeiro breyner italiano), dobrava os três actores mencionados.
tinha um tom de voz diferente para cada um e nunca se enganava.
em filmes como o "heat - cidade sobre pressão", não se percebia que era o zeca a dobrar tanto o al como o robby.
assim, toda uma população, a partir de uma dada geração, reconhecia a voz do al, do robinho ou do silvestre, vindas estas, porém, de um só mesmo conjunto de cordas vocais.
agora, passada a incredibilidade da cena, vem a parte gira da história.
o zeca morreu há dois anos.
na altura, a grande preocupação dos meus amigos era a de como seria possível ver um filme com qualquer um daqueles três actores, sem a voz que o zeca fazia para cada um??
mas seguramente já existirá um cajó ou um tó mário a dobrá-los outra vez.
o que é muito mais simples do que uma piquêna legendagem, não é?

domingo, agosto 27, 2006

legendas on/off

tem o (grande) autor agora em sua casa a colecção em dvd da série "friends".
puro prazer televisivo.
porém, lembram-se de quando o "friends" estava incluído na programação da rtp1, aos sábados à tarde?
provavelmente não, visto que durou pouco, pois a série estava...
dobrada para português!!
sim, as vozes eram de portugueses, mas saíam das bocas dos americanos!
um fenómeno nunca visto no nosso Portugal.
inédito e único nas sitcoms estrangeiras, desde então até hoje, felizmente.
a moda não pegou, por favor mantenha-se assim!!

agora, um facto interessante, constatado pelo (grande) autor no ano em que esteve em erasmus, é o de que nem franceses nem italianos nem espanhóis falam bem inglês.
digo-o de uma forma geral, confirmado pelos próprios nacionais dos países mencionados.
e que interessa isso, perguntam bocemessês?
interessa que, nestes três países, há a tradição de dobrar para a sua própria língua qualquer anúncio, filme, série ou filme porno que lhes apareça diante da olharia.

ora, a juventude italiana, francesa e espanhola, em vez de consumir o charles bronson ou o stallone no seu perfeito americano, consomem-no na língua materna, não havendo a aprendizagem que a maioria da juventude portuguesa teve com os stevens seagals e afins.

eles não se importam, aliás, detestam que os filmes sejam legendados em vez de dobrados e dizem que nem conseguem ver as imagens e ler as legendas ao mesmo tempo, que é horrível e não sabem como é que em Portugal ainda se faz assim, como se de um terceiro mundo se tratasse.

concluindo, em Portugal há muita coisa feita "terceiro-mundo-style", porém, esta história das legendas é uma medida bem avançada, cá para mim.
o (grande) autor, bem como 98% dos seus amigos, aprenderam e melhoraram em muito o seu inglês/americano desde miúdos, com mcgyvers, Kits, marés vivas e filmalhada da boa.
tudo legendadinho, claro.

sábado, agosto 26, 2006

os meus óculos de sol

não gosto de falar com as pessoas na rua.
quer dizer, não gosto de falar com as pessoas na rua, quando estas não tiram os óculos de sol.
de resto, sou um bicho social, como os outros, com a agravante (grande) autor.
mas quando o meu parceiro de blábláblá não tira os óculos de sol, um gajo não sabe para onde olhar.
se olhamos para os óculos, vemos a nossa própria figura, mas em versão darth vader.
se olhamos para o nariz, começamos a distrair-nos com os pontos negros, as cicatrizes, os macaquinhos ou a forma do cheirador, esculpida por um (pequeno) autor.
se olhamos para as bochechas, temos borbulhas, pêlos, mais pontos negros, mais imperfeições para nos desviar do objectivo parlatório, já para não mencionar o facto de levarmos o amigo pedro-abrunhosa-waNNabe a pensar para onde raio estaríamos nós a olhar e o porquê da nossa estranha expressão facial.
assim, o (grande) autor opta por olhar mesmo para a "entre-vista".
para a parte dos óculos que não reflecte, que encaixa na parte de cima do nariz.
é uma zona neutra, faz parecer à outra parte que a olhamos nos olhos, quando só lhe queríamos arrancar a capa da cara.
de resto, sou um bicho social, como os outros, com a agravante de (grande) autor.

quinta-feira, agosto 17, 2006

tenho uma dúvida

se "quem espera sempre alcança", mas "quem espera desespera"...

devemos esperar para alcançar?
ou ir embora, para não desesperar?

esta vida é um pau de dois bicos.

quarta-feira, agosto 16, 2006

quem nos lê, nosso amigo é?

este é um post dedicado a todas as pessoas que não conheço, ou que conheço mal, mas que sei que lêem (de quando em quando, pelo menos) esta tão opinosa página.
por vezes sucede a seguinte situação:
está o (grande) autor a meter o dedo no nariz, concentrado na perspectiva de encontrar petróleo no fundo das fossas nasais, para poder andar de automóvel, quando se aprochega uma amiga ou amigo e lhe diz uma frase daquelas que serve de gasolina para o automóvel da escrita continuar a funcionar.
há gente que me vem dizer que o primo da amiga lê o meu blog.
que o papagaio do carteiro do cunhado aprendeu a ler através do blog.
que o sr. zé da mercearia baixou os preços num dia em que estava bem-disposto por ler este mesmo blog, que lhe foi recomendado pela sobrinha, que tem uma amiga que costuma lê-lo.
enfim, todo este palavreado para agradecer a todos os que aqui continuam a vir, sendo que dá gosto (gostinho a morango) saber que muitas pessoas nem me conhecem e o fazem livremente, sem a coação moral do (grande) autor.
a todos, um bem haja.
(e com esta última frase acabei inexplicavelmente de envelhecer 42 anos...)

terça-feira, agosto 08, 2006

água

caramba, tenho sede!
tenho sede, bebo água.
bebo água, mas água potável.
potável, não água salgada.
água salgada há no mar.
o mar está junto à praia.
na praia faz calor.
faz calor, eu tenho calor.
tenho calor, bebo água.
bebo água, porque tenho sede.
caramba, tenho sede!!

terça-feira, agosto 01, 2006

a bébé faz cócó

outro dia estive a assistir (friso, a assistir, não a participar) na mudança de fralda da minha prima mais nova, de oito mesinhos.
a rapariga é a coisa mais fofa do mundo, não desfazendo as outras coisas fofas assim-assim.
mas como é que é possível uma criatura tão pequenina, tão inocente, entrar em guerra com o ar da sala em que se encontra, como se de um conflito israelo-árabe se tratasse??
a coisa começa com umas contracções, uns sinais de esforço, que culminam (sempre, mas sempre) na seguinte frase, dita por um dos progenitores:
"ai tão linda, tá a fazer um cocozinho."
ao empregar um diminutivo do acto, o progenitor está, obviamente, a tentar manter a audiência na sala, evitando a percepção alheia do próximo confronto com a hedionda e castanha realidade.
dizem os psicólogos infantis que não se deve fazer uma expressão de nojo, ao mudar a fralda e olhar para uma coisa, de facto, algo nojenta.
diz-se que os bébés, ao notarem que os pais não apreciam a obra de arte que acabaram de largar na fraldinha, se contraem, ficam inibidos cagatoriamente e não lhes faz bem ao sistema intestinal.
acredito.
assim, o cenário que se apresenta é um pai a mudar uma fralda, a respirar apenas pela boca e a sorrir mais amareladamente que o chichi da filhota, em gritos de "ai que cócó tão lindo!! quem é que faz cócós lindos, quem é?", enquanto os restantes abandonam a sala agarrados às camisolas que lhes filtram o ar poluído.
 
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