domingo, novembro 28, 2010

A Maioria São BMW, Claro.

O lado sociopata-olho-por-olho-dente-por-dente do (grande) autor diz-lhe que um dia destes vai comprar o carro mais podre e mais barato do ferro-velho mais rasca da linha de Sintra, unicamente para se passear pela cidade de Lisboa e "sem querer", riscar, amolgar, bater e chocar contra todos os carros escandalosamente mal estacionados que por aí andam e cujos donos devem achar que são os donos do Mundo.
Assim, para além de donos do Mundo, passarão a ser donos de um carro personalizado.

sábado, novembro 27, 2010

Kid B

Rodeado no seu dia-a-noite por tantas crianças, tantos familiares e amigos (cientificamente falando, amigas) a terem rebentos, tanta fralda e chucha a passear-se por aí, levam o (grande) autor a reflectir.
É que depois de um dia como o de ontem, a vontade de chegar a casa e ter crianças à espera, nem que seja só uma, é mais ou menos a mesma que um gajo tem de que à porta de casa lhe caia um vaso cheio de terra húmida em cima da cabeça enquanto lhe pontapeiam as canelas e lhe colam pastilhas no cabelo.
E quando um gajo se baixa para esfregar a canela (porque lhe acertaram mesmo em cima daquela nódoa negra resultado de um lance num jogo de futebol em que um gajo ainda por cima perdeu) e sacudir a terra do cabelo cheio de pastilhas, ainda lhe escorrega o saco das compras da mão, aterra no chão, os ovos partem-se todos, saem as uvas daquele saco mal-fechado pela menina da caixa do Dia e mergulham naquela poça nojenta que se forma mesmo debaixo da varanda da vizinha do 1º andar, que passa os dias a lavar a mesma com lixívia e depois escorre tudo pelo tubinho que existe a meio da coisa e vai pingando na roupa dum gajo, deixando manchas eternas e uma poça de água venenosa no passeio.
E depois os pássaros e os pombos vão beber da poça e dá-lhes para falecer ali mesmo, formando um cemitério de penas em calçada portuguesa.
E depois um gajo vai a olhar para cima a ver onde anda o tubinho cuspidor de ácido a ver se não mancha o casaco e pisa um cadáver alado, ouvindo imediatamente um som equivalente ao de pisar três bolachas maria empilhadas numa cama de amendoins.
E só depois vêm o vaso, os pontapés na canela e as pastilhas no cabelo.
Concluindo?
Crianças são como as playstations.
São muito giras, adoráveis, um gajo gosta imenso delas e elas dum gajo, mas ficam melhor na casa dos outros.
Um gajo vai lá brincar de vez em quando e depois volta para sua casa, para o conforto de um livro fininho do género colecção Europa-América ou de um "Preço Certo em Euros".

terça-feira, novembro 23, 2010

Esparguete

Ontem, enquanto estava na minha mãe, ligou-me a Zeca.
Na minha mãe salve seja, na casa dela.
Liga-me sempre quando estou lá, até parece que tem um dedo que adivinha.
Daqueles dedos que os picas do metro insistem em deixar ganhar unha e depois limam para ficar bem afiada e chegar mais fundo.
Desde que me separei da Zeca que ela insiste em ligar, sempre que estou na minha mãe.
Salve seja, porra.
Dantes, quando estava com a Zeca, ligava-me a minha mãe.
Agora, estou na minha mãe, liga-me a Zeca.
Deve ver-me da janela, com os tamparuéres da minha mãe na mão e não resiste em ligar-me a fazer-me a cabeça.
Deve querer ser ela a lavar-me os tamparuéres, com certezas.
Fui lá fazer uma máquina e comer uma bucha, devolver os tamparuéres vazios e agarrar uns cheios de sopa e esparguete com carne.
Adoro a carne guisada da minha mãe.
A esparguete é que fica sempre cozida demais, mas prontos, um homem não pode ter tudo.
Ao menos a Zeca não deixava cozer demais a esparguete.
Mas também não sabia fazer outra coisa.
Sempre esparguete, esparguete, esparguete.
Chiça.

sábado, novembro 20, 2010

RRR blogs

Ao comentar aqui, a (grande) qualidade do comentário obrigou a que este se transformasse em post.

Assim,

"não há nada como pendurar as peças de roupa direitas.
a gravidade é a melhor tábua de passar a ferro que existe.
excepto se estiver um vendaval do canengas e as peças durante a noite entrarem em modo de orgia de estendal."

sexta-feira, novembro 19, 2010

xixi no banho

De volta ao tema ecológico, apenas para relatar uma nova situação que se passa na (grande) casa.
Para além da velha garrafa de 1,5L que vive dentro do autoclismo e de tantas outras, aqui fica a mais recente atitude ecológica-a-ver-se-as-crianças-de-hoje-terão-água-potável-em-adultas.
Sabem aqueles litros de água que se perdem enquanto um gajo espera a tiritar de frio que a água do banho aqueça?
Liga-se a água e fica-se a olhar para o espelho a fazer caretas e poses estranhas enquanto se examina o corpo cheio de pele de galinha, certo?
Pois agora essa água vai directamente para o balde Vileda, colocado ao lado da banheira.
São cerca de 4 litros que se armazenam no balde, até que a água aqueça.
Mais tarde, usa-se essa água para outros fins.
Para substituir a descarga do autoclismo, o que serve na perfeição, se não se tiver acabado de largar uma alheira mutante na rampa de lançamento.
Para lavar o chão da cozinha, para regar as plantas, para encharcar aquelas pessoas que param para conversar debaixo da janela do quarto dum gajo às 3h30m da manhã, etc...

Agora a matemática.
Um banho por dia = 4 litros de água não desperdiçados.
4 litros x 7 dias por semana = 28
4 semanas por mês = 112
12 meses por ano = 1344

Num ano, uma pessoa sozinha não desperdiça 1300 litros de água, arredondando para baixo, por causa daqueles Domingos em que um gajo passa o dia todo de pijama no sofá e nem lava as ramelas quanto mais o corpinho todo.
Mil e trezentos litros.
São 160 garrafões de 5litros.

E agora era aquele momento em que, se estivéssemos na TV e a falar sobre uma área de mata ardida, o jornalista diria, "o equivalente a não-sei-quantos campos de futebol".

ps - xixi no banho?

quinta-feira, novembro 18, 2010

Sr. Dr. Mestre Professor Engº. Zé Manel

Se quiser brincar às qualificações, já existe um local na internétxi onde poderá fazê-lo, sem precisar de apresentar certificados de estudos.
Nem mesmo daqueles emitidos aos Domingos.
Vá ao site do certificado energético e preencha o formulário.
Vai ver que pode ser quem quiser e com a certeza de que quando lhe telefonarem irão tratá-lo com o devido respeito.
Aproveite e acumule funções sem pagar mais por isso!
Porque é isso que importa, a posição e estatuto na sociedade.
Mas qual género masculino ou feminino?
O respeitinho pela Saudação/Título é muito bonito.














Clique aqui e seja quem sempre sonhou ser!!

quarta-feira, novembro 17, 2010

Cença

Porque raio pedem as pessoas "com licença" antes de rasgar uma folha de papel em frente ao seu semelhante?
Desde quando é que rasgar uma folha representa algo de ofensivo?
Se um gajo rasgar o cheque de ordenado ao colega, aí talvez seja melhor pedir com licença, mas também verificar se não tem os atacadores desapertados, para não partir os queixos contra a esquina da secretária da Secretária enquanto foge.
Fazer o colega cheirar o rolo de carne que comeu ao almoço através de arroto-direccionado também pode ser motivo de com licença.
Com licença, vou só mandar-te um chuto com toda a força na canela, também parece adequado.
Com licença, a tua mãe é uma prostituta.
Com licença, e das mais baratuchas.
Com licença, és tão feio que até estou com arritmias.
Com licença, deixa-me só vomitar-te no cesto dos papéis para o chefe pensar que foste tu quem foi sair ontem até às 6h e agora está às portas da morte no serviço.
...
Agora, rasgar uma folhinha de papel?

terça-feira, novembro 16, 2010

Natô

Carta de morador na Expo aos serviços de segurança de Cimeiras-de-baixo:

Senhores da Nato, dado que o meu apartamento tem uma janela na casa-de-banho com vista para a Cimeira, venho, pela via das dúvidas, colocar a seguinte questão.
Posso ir à casa-de-banho às 18h30?
Segundo o comunicado da PSP, poderei ir entre as 18h15 e as 18h17, se for para chichi e entre as 18h15 e as 18h20 se for para cócó.
No entanto, os desenhos animados do miúdo acabam às 18h29 e recomeçam às 18h33, o que me dá tempo para a chichoca rápida pelas 18h30, com o miúdo atrelado.
É que como a babysitter hoje não veio (é Brasileira e ficou retida no controlo policial ali em baixo, parece que não tinha as carimbadelas todas em dia), não posso largar o chavalo, já que o traquina tem a mania de mandar os brinquedos pela janela e eu tenho medo que a SWAT me entre pelo T2 dentro, para liquidar o terrorista.
Resumindo, é seguro e tenho autorização para passar eu e o miúdo pelas 18h30 em frente à janela que dá para a cimeira?
Ou é melhor a gente agachar-se?

Xiii (clet)

Por razões que não interessam ao caso deparou-se o (grande) autor com um hospedeiro de bordo, sentados frente a frente, num avião da TAP.
Quase na aterragem, o moço, aeromoço, vinte e poucos anos, decidiu ver-se livre da pastilha que tinha na boca.
À sua frente tinha um jornal diário daqueles que dão aos passageiros para que estes estejam sempre a par dos mais recentes crimes cometidos no interior do país.
Idosas degoladas, facadas nas costas e caçadeiras em áreas de serviço.
O costume.
E o jornal, lido e relido, usado e pronto para ir para o lixo, claro.
Pois o jovem moço, aeromoço, em vez de usar um pedaço de uma folha do porta-desgraças prestes a ir para o lixo de qualquer forma, saca de um daqueles saquinhos de plástico (onde ainda ninguém tinha vomitado) e deposita lá a pastilha, amarrotando em seguida o saquinho e pondo-o ao lado do jornal, para lhe fazer companhia a caminho do caixote.
Oh senhores, anda um gajo a reciclar para quê?
Um passo para a frente, vinte e sete para trás.
 
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