Justamente como nas películas transatlânticas, o (grande) autor foi até à lavandaria self-service cá da zona.
Jornal diário debaixo do braço (alguém cá de casa assina), lá foi o tipo com a sua mala de viagem cheinha de roupa, ténis, lençóis e toalhas.
Chegado ao local, mesmo como nas películas transantlânticas, três ou quatro jovens e um velhote esperavam nos banquinhos enquanto a sua roupa dava umas voltas no tambor.
Nenhum dos leitores, aposto, sabia que o local onde se enfia a roupa dentro da máquina se chama "tambor"!!
Bom.
Previamente trocada uma nota de 10€ por moedas de 1€, nota o (grande) que a sofisticada máquina aceita notas, tal como as do metro.
Maravilha.
Escolhida a maior máquina, 18kg de tecido lá para dentro e "start" no bicho.
Roupa branca e roupa de cor, toda junta, que não há cá racismos e o Benfica joga daqui a bocado.
Quarenta minutos volvidos, já a roupa havia vomitado as nódoas para a canalização barcilónica, era hora de transladar tudo para a máquina de secar.
Para (grande) espanto dos presentes esbugalhados, não houve fusão de cores e cada roupa saiu como veio ao Mundo.
Porém, a máquina de secar adequada para os 18kg estava escangalhada.
O tuga, claro, conseguiu enfiar os 18kg dentro de uma máquina preparada para aceitar apenas 12kg, a contra-indicação de um senhor que por ali andava, que, claramente, nunca tinha contactado com um verdadeiro lusitano.
Vale tudo menos pagar duas secagens!
Terminado o ciclo, com metade da roupa meio encharcada, lá tratou o mestre de dobrar tudo bem dobradinho e arrumar na mala de viagem, para grande espanto dos colegas lavantes, que coçavam a cabeça ao verem a destreza na dobragem das t-shirts, bem como do enrolar dos pares de meias.
A única coisa que faltou, contrastando com as películas transatlânticas, é que não havia nenhuma rapariga incrivelmente bonita disposta a emprestar o seu amaciador.
Ficou-se-me a roupa desamaciada.