sábado, novembro 28, 2009

Am.Pm

O dia tinha começado cinzento, com uma amiga a contar ao (grande) autor que, logo de manhã, tinha estado a "compor" um morto.
Literalmente.
O senhor morreu em casa, cancro avançado, sacana malfadado, e era preciso compor o cadáver, antes que o rigor mortis o deixasse duro como uma pedra.
Atar-lhe o queixo, para não ficar de boca aberta, colocar-lhe as mãos ao peito, atar-lhe os pés, para não ficar com um para cada lado, pôr-lhe algodão dentro da boca, para não haver líquidos a sair durante a cerimónia.
Quando chegou ao pé do (grande) autor, tudo era relativo, já que tinha estado a compor um morto.
Nada podia bater isso.

O dia acabou com Sol, com outra amiga do (grande) autor a contar-lhe que está grávida.
Tinha sabido há pouco tempo, não foi planeado mas não podia estar com um sorriso mais rasgado, com toda a vida pela frente e muitas cores para misturar.

A vida é como este dia, pode começar cinzento, acabar com Sol, começar com Sol e acabar cinzento.
Mas o que interessa mesmo é o arco-íris que pintamos pelo meio.

terça-feira, novembro 24, 2009

Issé Virose, Homem.

No Museu de História Natural está agora uma exposição que é a prova de que a raça humana é um vírus, do qual o Planeta Terra se está a tentar livrar.

"A história desenrola-se ao longo de um friso cronológico – linha do tempo geológico – aproximadamente de cem metros, no qual se sucedem os eventos geológicos e biológicos que ilustram os episódios evolutivos mais marcantes da história da Terra. Como cada metro representa 50 milhões de anos, o público é levado a compreender a história do planeta e a evolução da vida na sua verdadeira relação temporal."

E adivinhem em que "altura" surge a espécie humana?
A 8 centímetros do fim.
Ou seja, numa linha de quase 100 metros que representa a linha da vida do Planeta, os humanos aparecem a 8 centímetros do fim.

E em 8 centímetros conseguimos fazer mais merda e causar mais destruição do que todas as outras espécies juntas, em 99 metros.

Com toda a porcaria que andamos aqui a fazer, não admira que os desastres naturais ocorram com cada vez mais frequência.
É a forma que o Planeta tem de se tentar livrar de nós.

Parece estúpido, mas faz sentido.
Os humanos são o vírus que chegou à Terra há pouco tempo.
Os furacões, tsunamis, terramotos, etc, são os antibióticos.
E contra a Natureza não temos hipótese.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Igualdade My (Beautiful) Ass

Não deixa de ser estranho que as escutas apreendidas em todos os casos mais mediáticos como o Freeport, Face Oculta, etc não possam ser utilizadas e se ordene que se destruam, mas na Operação Furacão, em que os visados são uns mini-delinquentes de colarinho preto, associados (mas não pertencentes) a claques de futebol, sejam o principal meio de prova, ouvidas até ao último fôlego.

Quem achar que vivemos numa sociedade em que todos pagam o que devem, que se desengane.
Ou então que explique ao pessoal como é que se vive assim, porque deve ser muito mais agradável ser ceguinho do que ver a podridão toda à nossa volta.

Porque raio não é o mesmo para todos os pescoços?
Envoltos em colarinho branco ou preto, todos diferentes, todos iguais.

domingo, novembro 22, 2009

Revisão

É uma sensação muito boa, estar a trabalhar ao computador e a ouvir música feita por um (grande) amigo nosso.

Faz-nos sentir uma cena assim a modos que prontos.

sábado, novembro 21, 2009

Aqui No Serviço

Aqui no serviço vêem-se coisas maravilhosas.
Não está o (grande) autor a falar de decotes nem pernas femininas nem vídeos do youtube com cãezinhos e gatinhos a dormir abraçadinhos.
Antes fosse.
Está a falar de "cagadas" dos adversários de profissão.
É mesmo esse o termo.
Ca-ga-das.

Há uns minutos chegou aqui um fax dum adversário que, fazendo o paralelismo com o desempenho de um jogador profissional de futebol numa final da liga dos campeões, seria:

O jogador entra em campo 25 minutos depois do início do jogo, mas era titular.
Joga a avançado, mas de cada vez que a bola passa por ele, agarra-a com as mãos e corre na direcção da baliza da sua equipa.
Vai de apito na boca, sempre a apitar.
Bate em todos os jogadores, colegas de equipa ou não, sempre que alguém se tenta aproximar dele.
Passa ao lado da própria baliza, dirige-se à bandeirola de canto, retira o pano e espeta a bola no poste da mesma, gritando "ensaio!"

E os (grandes) adversários em apoteose, claro.

sexta-feira, novembro 20, 2009

Toma Lá Cinco.

Bem sabe o (grande) autor que este tema já foi tocado em alguma série ou espectáculo de stand-up, não se recordando de qual.
Mas é um tema sério e do qual vale a pena tornar a falar.
Haverá atitude mais irritante do que um gajo ir dar um passôbem a alguém e receber uma poiazinha com pele à volta?
Um gajo esticar a mão, preparar-se para apertar firmemente a mão alheia e de repente apertar assim uma lesma gigante, meio quente meio fria, com uns ossinhos lá no meio.
Um gajo vai e aperta uma maçã assada meio desfeita.
Um bocado de plasticina que foi ao forno.
Uma espécie de pénis com um tumor com ossinhos, meio mole.
Um bocado gigante de ranho, ligeiramente endurecido.
Uma alheira meio frita, com a pele encarquilhada.
Um alien-o-oitavo-passageiro com unhas.

Epá, senhoras e senhores pelo Mundo fora, apertem as mãos alheias como deve ser.
Ou então, com a desculpa da gripe A, deixem as mãos nos bolsos ou enfiadas no.
Mas não apertem a mão do outro como se tivessem um braço de boneca-insuflável.

Porra.

quinta-feira, novembro 19, 2009

7º Mandamento da Googlização

Daqui a uns 50 anos dirás:

"Eu ainda sou do tempo... em que para ter e-mail do Gmail, era preciso que nos enviassem um convite."

Livre-Trânsito

O único evento que faz desaparecer o trânsito das estradas melhor que um jogo da selecção é um jogo do Benfica.

segunda-feira, novembro 16, 2009

E-Escola

Faxam este teste, a ver comu estam as voxas capaxidades.
Beijinhus!

domingo, novembro 15, 2009

O Meu Trisneto

Haverá algum mal na mentira misericordiosa?
Example.
O (grande) autor ainda tem bisavó.
E esta, recorrentemente, refere que não quer partir sem ter um trisneto.
Ora, apesar de dar uma bela história para abrir o jornal da TVI, nenhum dos bisnetos está em condições de proporcionar essa alegria à matriarca.
Até que o (grande) autor se lembrou de que se podia "pedir emprestado" um bebé, dos muitos que andam a nascer nos outros ramos da família e amigos, para passar por trisneto, durante o resto do tempo que fosse preciso.
A anciã nunca iria descobrir e iria partir muito mais feliz.
Levado a votação familiar, quase todos consideraram impraticável, até insultuosa, a proposta do (grande) autor.
Mas será que é assim?
Sincera e pessoalmente, o (grande) autor gostaria muito mais de morrer feliz, com um trisneto falso, sem nunca o saber, do que com muitos bisnetos verdadeiros a vê-lo morrer.
.

quinta-feira, novembro 12, 2009

'Tá Bem?

Ia o (grande) autor num carro de praça, imposta burguesia pela recente pneumonia, quando decidiu "fazer converseta" com o condutor, naquela de evitar o chamado e indesejado silêncio incómodo, tão brilhantemente concebido pel' O Mestre, no Pulp Fiction.
Ora, o (grande) autor disse apenas uma frase.
"Já viu que isto continua cheio de turistas, hein? Mesmo em Novembro..."
E mais não pôde fazer.

Expressões-chave que conduzem a resposta/monólogo do senhor:

- Muitos turistas?
- Portugal é destino barato
- Espanha ainda é mais
- Mas tem mais desemprego
- Filhos duma p... dos espanhóis
- Querem roubar-nos tudo, até o turismo
- Espertos são eles
- Um dia um espanhol apanhou o meu táxi
- O gajo admitiu que eles ainda são mais ciganos que os portugueses
- Filhos duma p...
- Mas isso de filhos da p... não há como os chineses
- Chineses dum cab...
- Olhos em bico do cara...
- Jurei a mim próprio nunca mais comprar nada nos chineses
- Desde aquele motorzinho para tirar o óleo do carro, que passados 5 minutos se estragou
- Os chineses é que nos vão afundar a todos
- E são financiados pelo governo chinês
- E não pagam impostos
- Cabr... dos chineses

Rematou com a seguinte frase, já no destino do (grande) autor.

- Você vai ver, um dia vamos ser todos chineses, 'tá bem??
- 'Tá bem, chefe. Faça 7 e dê-me uma factura, se fizer o favor.

terça-feira, novembro 10, 2009

Stiven

Foi o (grande) autor fazer um raio-x, para ver a situação pulmonar.
Na sala de espera, entre outros, um casal aguardava também a sua vez.
Veio o médico chamar uma idosa para o seu raio-x à sala, tendo de seguida o casal contribuído para a nossa felicidade, com o diálogo que se transcreve.
Começa ele:

- Olha o médico, vistes?
- O quê?
- Tinha rabo de cavalo, o gajo.
- E então, cada um anda como quer.
- Ataum mas o gajo é médico e anda de rabo de cavalo?
- Olha que tu tamém tens uma figurinha...
- Epá, se ele fosse mais alto e mais encorpado era aquele actor...
- Qual?
- Aquele que anda sempre em guerras e tem sempre 50 gajos a lutar contra ele.
- Não tou a ver...
- Aquele que tem cara de mau e nunca se ri e tem rabo de cavalo, como o médico.
- ...
- Aquele... o Stiven Spilbérg.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Uma Coisa Leva À Outra

"Uma coisa leva à outra" é uma boa expressão para se conseguir explicar o inexplicável e depois rematar com um pontapé-de-bicicleta que desvie as atenções da acção principal.
Veja-se.

Oh querida, eu estava com a babysitter na cozinha, estávamos a medir a febre à bebé e uma coisa leva à outra e fizemos amor no balcão enquanto o termómetro determinava a temperatura da nossa filha. Tinha 38ºC, liguei logo para o doutor.

Shô guarda, eu ia muito bem a conduzir, não tinha bebido nada, mas ia a ouvir o relato do sporte e uma coisa leva à outra e prontes, 'tou todo alcoolizado e embarrei com o veículo nesta paragem. Mas ao menos ninguém estava à espera do autocarro.

Oh minha senhora, eu estava aqui a introduzir os seus dados no computador do banco para depositar o seu cheque e uma coisa leva à outra e transferi o seu dinheiro todo para a conta dum senhor na Turquia. Mas olhe que acho que o senhor era pobrezinho, por isso até merece, coitado.

Oh chefe, eu ia a passar aqui no corredor e entrei para tirar umas fotocópias de uns impressos e uma coisa leva à outra e a fotocopiadora partiu-se com o meu peso e saíram 239 fotocópias do meu rabo. Felizmente fui à depilação há 2 dias e estou com um rabo de menina de 17 anos.

Meu, 'tava aqui a fazer o back-up do teu computador, como tu pediste, e ao mesmo tempo 'tava a ver uns sites de cenas na internétchi e uma coisa leva à outra e apaguei tudo o que tinhas no disco sem ter gravado nada. Tinhas aqui cenas importantes?

Ps - esta última é verdade e determinou o terminar, terminantemente, de uma amizade de anos, deitando por terra toda a teoria elaborada ao longo destas longas linhas.

quarta-feira, novembro 04, 2009

Que Se Aclare O Cimento

A todos os que pensam que ter gripe A é uma boa desculpa para se ficar em casa sem trabalhar, o (grande) autor passa a informar que, por causa daquela coisa que é a internétchi, do serviço conseguem enviar-lhe trabalho para casa.
Agora, que um gajo pode trabalhar de pijama?
Isso pode.

terça-feira, novembro 03, 2009

Give It To Me, Jimmy.

Aqui vai a receita, qual chef Silva, de como curar uma gripe A que derivou em pneumonia:

Tamiflu (????) - 2 vezes ao dia
Klacid (antibiótico) - 2 vezes ao dia
Zoref (antibiótico) - 3 vezes ao dia
Propavent (xarope) - 4 vezes ao dia
Dilamax (inalador) - 2 vezes ao dia
Vitamina C - 1 vez ao dia
Benuron - Quando necessário
Termómetro - Medir a febre ao acordar e ao deitar
Água ou chá - Litros e litros, sem medo
Não sair de casa - 2 semanas ou mais, depende do evoluir da situação
Livros - para não se enforcar com os atacadores
TV Cabo - para não cortar os pulsos
Internet - para não se atirar da janela
Comidinha - nada de fritos nem gorduras

segunda-feira, novembro 02, 2009

Corner

domingo, novembro 01, 2009

Baby Talk

Um adulto, quando confrontado com um bebé a uma distância de 60 centímetros ou menos, não hesita e começa a falar com o rebento como se tivesse cinco croquetes ou dois pares de meias de lã enfiados na boca, emitindo, entre outros, os seguintes sons:

ooohhfofuffuuuaaaa
tããuuiinnnddooo
cosamasfoufa
quemécousamasfouffaffaa
cutucutucutucuuucuuuu

Quando fora da bolha invisível que envolve o bebé, geralmente, o adulto volta ao seu estado normal, não apresentando mais sinais de AVC.
 
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