domingo, dezembro 31, 2006

primeiros números natalícios

entre 22 e 25 de Dezembro, os portugueses enviaram cerca de 427 milhões de mensagens escritas.
ora, a (pelo menos) 0,o9€ a mensagem, dá um total de ....
38.430.000 €
(trinta e oito milhões, quatrocentos e trinta mil Euros)
pelo menos, porque nem todos pagam 0,09€ a mensagem, há quem pague 0,12€ ou 0,15€.

adiante.
e para quem vai esse dinheiro?
instituições de caridade?
associações promotoras de bem-estar social?
para a conta do (grande) autor?
para a conta do (grande) leitor?
nem para o governo???
(bem, uma parte ínfima irá, indirectamente, através dos impostos)

acertaram.
tchan tchan tchan tchaaaan!!
vão sim para os cofres das empresas de telecomunicações.

aquelas mesmas que acusamos de serem manipuladoras, controladoras e de praticarem preços excessivos.
e depois circulam aqueles mails a incentivar ao "dia-sem-telemóvel", para criar rombos nos lucros das empresas e forçá-las a baixar os preços.

deixem-me rir.
e continuar a pagar.

sábado, dezembro 30, 2006

E.R.evolta

os médicos estão em luta.
mais concretamente, 19 directores hospitalares do hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, que se demitiram, por causa de um sistema de controlo de entradas e saídas via impressão digital, que ainda nem sequer foi implementado.
"Depois da Inspecção-Geral de Saúde ter concluído que mais de 70 hospitais não estavam a controlar faltas e atrasos dos médicos, o sistema de controlo de assiduidade está a ser implementado em vários hospitais."
(fonte TSF online)

ora bem, vamos à luta!
porquê?

"José Pedro Silva, presidente da secção regional do Norte da Ordem dos Médicos, diz que o sistema só prejudica o exercício da actividade médica, acrescentando que os médicos não podem estar sujeitos a horários rígidos. (...) O responsável acrescenta, ainda, que se for implementado este sistema de controlo rígido de horários, «o mais provável e que os médicos comecem a trabalhar menos, porque perante este tipo de sistema vão passar também a sair à hora que está estipulada no horário, independentemente dos doentes que estiverem à espera»."
(fonte TSF online)

sim senhor!!
qual querer-se perceber quais são os médicos que chegam tarde qual quê!
o que interessa é que os médicos tenham a liberdade de entrar e sair como e quando quiserem, sem se sentirem pressionados.
não interessa quem falta, quem trabalha para tapar a falta de outro, quem trabalha pouco ou muito, quem pica o seu ponto ou o do colega.
interessa sim que o médico não se sinta algemado ao estetoscópio.

até porque, já pusémos homens na Lua, mas não conseguimos, através de um sistema de controlo eficaz, perceber quem é que fica até mais tarde para operar ou quem é que não veio porque foi de férias antecipadas??

já agora, se um médico falta, passa um atestado médico a si próprio?
"Olhe que não, Sr. Doutor, olhe que não..."

sexta-feira, dezembro 29, 2006

mais uma pérolazinha

o (grande) autor divulga aqui mais um cheirinho de bom português, emanado de alguém que não me consigo recordar, após uma pergunta de uma jornalista.
alguém esse que até deve agradecer este excesso de consumo de queijo por parte do (big) author.
senão atentem:

"pois minha senhora...isso, muito possivelmente...vai ser impossível."

domingo, dezembro 24, 2006

a todos os opinadores

uma páscoa feliz com muitos ovinhos e coelhos de chocolate.
no entanto, cautela com as dores de barriga.
e se tiverem problemas intestinais, tomem aquele medicamento cujo slogan publicitário reza assim:

"não-sei-quê...para parar a diarreia, antes que ela nos pare a nós."

HO, HO, HO.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

os meus presentes

quero para o natal:

- um concerto de nirvana no coliseu de lisboa
- o magnusson de novo no Benfica
- o aeroporto para sempre na portela
- o herman com o cabelo castanho
- Lisboa sem parquímetros
- um loft em Nova Iorque

mainada.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

uma ceia de natal (parte II)

Efectivamente, lá vinha o Tiago, de 24 anos, mas o único ainda com paciência para se mascarar e fazer os três sobrinhos mais novos felizes.

O Ricardinho, de 3 anos, que nem sequer repara no esforço inglório do tio, entretendo-se antes a rabiscar o chão de mármore da sala, com umas canetas de acetato que a sua prima mais velha, Teresa, 8 anos, lhe tinha dado especialmente para o efeito.
A Margarida, de 6 meses, dormia no sofá da sala, enquanto dois primos lhe queimavam as pontas dos cabelos com o isqueiro do pai, e a já referida Joana, que em vez de apreciar o trabalho do seu tio, preferia estar a comer os restos das bolachas que se encontravam num pires, no chão que, supostamente, pertenciam ao gato.

O gato é o "capado", nome que vem, é claro, do facto do gato ter sido capado aos 4 meses, após ter estabelecido o recorde do quarteirão na categoria de procriação, visto ter engravidado as 7 gatas da vizinha de cima, tendo , para se deslocar de casa em casa, utilizado as escadas de emergência do prédio.

Enfim, lá vinha o valente Tiago, que já dava graças a Deus por ter corrido tudo bem na entrega das prendas, quando, ao sair da varanda, sofreu uma rasteira dada pelos seus sobrinhos gémeos, um de cada lado, numa mistura de Jorge Costa e Paulinho Santos, indo embater com a cabeça no corrimão da varanda, abrindo-a de par em par, criando um pequeno ribeiro de sangue, o que despoletou uma berraria geral.

Uns pelo facto de a varanda estar a ficar suja, outros pelo simples facto do pobre rapaz ter rasgado as calças novas na queda e ainda outros pelo facto de a coca-cola ter acabado e não haver nenhum supermercado aberto onde comprar.

Os únicos que prestavam atenção ao rapaz inanimado no chão eram os dois gémeos, que apenas se aproveitavam da posição ridícula do tio para se rirem às gargalhadas e lhe darem uns quantos pontapés nas costas e nas pernas, terminando a actuação com um glorioso atirar da água que se encontrava no jarro mais próximo para cima do corpo do tio, que já estava coberto por dezenas de papéis de prendas, atirados para lá à toa, após o "ataque" aos sacos destas.

A avó, ao reparar que as suas hortenses tinham acabado de ficar sem a sua preciosa água e a sua varanda estava atulhada de papel de natal, decide:

-Vá lá meninos, tudo na rua, já é meia-noite e doze e eu quero-me ir deitar! Apanhem os papéis, lavem a louça, acordem o Tiago e digam-lhe para limpar a porcaria toda que fez na varanda, dêem de comer ao gato e ponham os meus presentes em cima da minha cama. Os presentes de que não gostarem, ponham-nos em cima da mesa que eu dou-os como prendas ao pessoal lá da repartição.

E assim foi. O Tiago passou mais uma noite de natal no hospital, todos tiveram as prendas que não queriam, exceptuando o Pedrinho, que recebeu o cócó falso que já ambicionava há tanto tempo, os tios foram levar as avós a casa, em cascos de rolha, e o “capado”, para variar, ficou esquecido na varanda, pensando se não seria melhor atirar-se lá para baixo, pondo assim fim a uma vida de agonia.

Escusado será dizer que o avô teve de pedir outro empréstimo ao banco para pagar os múltiplos estragos causados pelos seus netos por toda a casa, ao longo da noite.

Enfim, mais uma noite de Natal como tantas outras…

terça-feira, dezembro 19, 2006

uma ceia de natal (parte I)

o (grande) autor, há muito tempo que tem a mania que escreve.
assim, deixo aqui uma descrição de uma ceia de natal, escrita por esse moço no dia 16/10/99.
qualquer semelhança com a família do (grande) autor é mais do que uma coincidência.

O som vindo da sala de estar da casa era assustador.
Cerca de 24 pessoas falavam, gritavam, expunham ideias todas ao mesmo tempo…todas na esperança de que as outras as ouvissem e não prestassem atenção à conversa vinda de apenas um meio metro dos seus tímpanos.

Era noite de natal, mas mesmo assim não eram dadas quaisquer tréguas e todos queriam falar mais alto que os outros, resultando num som que chegava aos ouvidos das pessoas que habitavam nos três andares inferiores.

A avó reclamava que a sua pensão ainda não tinha chegado e que já ia com duas semanas de atraso, a tia falava na sua operação bem sucedida ao rim esquerdo, o tio contava todos os detalhes, bastante importantes para a ceia de natal, deixando os provadores do bacalhau de mau aspecto, em agonia, agravada esta pela excelente descrição de como o bisturi cortava partes do interior da tia, fazendo espirrar algum sangue para a bata do doutor…enfim, o normal.

Numa divisão mais distante da sala, um dos primos mais pequenos pegava fogo a uns quantos papéis da secretária do avô, papéis parecidos com os do banco, relativos ao empréstimo contraído para o finalizar das obras da cozinha, onde nesta, uns miúdos, supostamente primos, se despachavam a acabar com todas as sobremesas, que também não tinham um aspecto muito saudável.

Após toda esta maravilhosa ceia, todos se reuniram na sala-de-estar, esperando um suposto Pai Natal, que se vestia num dos quartos do fundo, rezando para que, ao aparecer na varanda, carregando quarenta e três quilos de prendas, nenhum dos primos mais pequenos o fizesse tropeçar num fio de nylon, previamente esticado à entrada da varanda e o fizesse cair, partindo o queixo, tendo de levar doze pontos, como sucedera no ano anterior.

Assim, enquanto todos estavam na expectativa de receberem mais um par de meias, ou uma sempre útil cassete de vídeo, ou ainda então um ainda mais surpreendente after-shave, com 79% de álcool , a tia-avó Zulmira discutia com a avó Etelvina o facto de ter gasto uns incríveis 1,55€ num pisa-papéis comprado numa loja recondita da Av. Das Forças Armadas para dar à sua sobrinha-neta mais nova, a Joaninha, de 1 ano e meio, tendo sido esta a sua prenda mais cara:
- E então não é que os sacanas dos monhés lá da loja me queriam vender a porcaria do pisa-papéis por 2,50€, só porque parecia que tinha pepitas de ouro lá dentro…e eles até diziam que eram pepitas verdadeiras, parece impossível, não é ?

Ao que a avó ripostava:
-Pois é, esta gente agora está tudo doida, veja lá que a mim me pediam 3€ por dois pares de meias ali nos ciganos do Saldanha, é claro que acabaram por baixar para os 2 euricos, que eu até achei caro, mesmo assim…
-Pois é, pois é, agora não se pode confiar em ninguém, e então já soube que a nossa querida amiga Gertrudes, no dia em que fez 79 anos, quando ia a atravessar a rua, reparou que o sinal estava vermelho, e então parou, só que parou já no meio da passadeira e levou com um rapazinho que lá vinha numa daquelas máquinas da morte, as bestas…
-Ah! As vespas!
-Sim, sim, isso, bem, como eu ia a dizer, a nossa pobre amiga ficou tipo aqueles desenhos-animados, toda espalmadinha no chão e o rapaz da mota só partiu a cabeça, a perna esquerda, o braço direito e o pé esquerdo, esse assassino! Mas diz que a Gertrudes não tinha tomado os comprimidos nessa manhã, e por isso é que achou que o melhor era parar a meio da passadeira. Estava baralhada, a pobrezita...
-Pois é, naturalmente esqueceu-se. Olhe, eu também acho é que ela já estava com os pés para a cova há muito tempo e só estava cá a estorvar…Deus me perdoe, mas é assim que eu penso.
-Pois, mas é assim…olhe, já lá vem o Tiaguinho a fingir de Pai Natal… eu nem sei como é que os miúdos ainda acreditam nele, o rapaz nem sequer trouxe a barba de Pai Natal !!!!

(continua)

domingo, dezembro 17, 2006

para os que compreendem

eu vejo-te, mas não te posso tocar.
eu ouço-te, mas não te posso falar.
eu cheiro-te, mas não me posso aproximar.
num relance, quando passas por mim, sinto-me a levitar.

o que em mim provocas
é digno de mil e um poemas
de longe, em todo o meu corpo tocas
contigo por perto esqueço todos os problemas

toda tu caminhas serena e confiante
pela certeza de saberes que todos te desejam
sê a minha princesa, serei o teu cavaleiro andante
esquece todos os outros, que com os olhos te beijam

fazes-me desfalecer de vontade
contigo a metade do meu corpo sente-se completa
tu... uma pizza quatro queijos
eu... um estúpido de dieta.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

pérolas

o (grande) autor tem andado a tomar nota de pérolazinhas proferidas por pessoas que têm o privilégio (ou não) de aparecer na caixa mágica.

Mr.-dou-pontapés-nas-coisas-porque-fui-eu-que-as-paguei-Avelino-Ferreira-Torres:

"(...) porque quando se mexe com coisas de sensibilidade, como são os cemitérios de mortos e coisas do género…o sr. Presidente da câmara tem de se pôr à tabela, não vá ser preciso puxar-lhe o bigode!!"

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Anderson, jogador de 19 anos do FCPorcaria, que não pode jogar, depois de se ter lesionado numa entrada limpa do (grande) katsouranis:

Jornalista - O que achas do porto sem si?
Anderson - Aaahh... O porto sem si, sem eu…está a jogar bem.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

as minhas amígdalas

antes de começar o relato do episódio, no mínimo, desinteressante para todos vós, tenho a dizer-vos que é, na sua totalidade, absolutamente verdade (rimou).
então, o (grande) autor às vezes almoça na escola, quando o tempo não permite a vinda a casa.
sempre é uma boa oportunidade para desafiar o estofo do estômago e dos intestinos.
treiná-los para uma viagem a marrocos, o costume.
o almoço foi almondegas, com arroz e salada.
a salada, de tomate, alface e cenoura ralada.
acabou o almoço e ficou o mestre com uma sensação de que tinha ficado um bago de arroz escondido por debaixo da língua, naquele sítio impossível de chegar com a língua ou com os dedos, estão a ver?
aquele sítio em que irrira à brava, um gajo fica com a sensação de arranhão constante até o detrito sair dali, percebem?
(se não souberem como é acho incrível)
bem, o bago não saía nem por nada.
assim, o-que-vos-escreve foi à casa-de-banho chafurdar no interior da sua boca, a ver se o bago desopilava.
bochechou, gargarejou, tentou tirar com os dedos e nada.
bem, lá passou o nosso herói a tarde com a sensação de arranhão constante, muito irritante (rimou outra vez).
chegado a casa, foi ver o que se passava na sua bocarra.
lanterna em punho, em frente ao espelho, vislumbrou uma coisa na amígdala direita.
parecia estar espetado, ou coisa que lhe valesse.
foi buscar uma pinça e tratou de, bem iluminado pela luz da lanterna, averiguar a situação.
de respiração sustida, lá arrancou o pedaço de comida misterioso com a pinça dos pêlos das sobrancelhas de alguém-que-não-ele.
o que era?
um pedaço de cenoura ralada que se tinha espetado (literalmente) na amígdala.
não é gozo, o (grande) autor tem umas amígdalas com buracos, quem já as viu sabe como são.
mas daí a um pedaço de cenoura ir brincar ao túnel do marquês para lá...
enfim, muito interessante, como tinha advertido.

terça-feira, dezembro 12, 2006

10 dicas para pseudo-feirantes

o (grande) autor, como do ar não sobrevive, de quando em quando desloca-se até à feira da ladra para vender tudo o que lhe aparece à frente, desde cd's, meias, tupperwares ou o beto.
(o beto vendi-o logo, como saco de boxe)
assim, aqui deixo 10 conselhos (de uma lista infindável) para que possam tornar as vossas idas à feira da ladra o mais confortáveis possível.

10º- Levar agasalhos e botas no Inverno e sandálias e calções no Verão. A feira é como o deserto. No Inverno gela-nos e no Verão destila-nos.

9º - Não entrar em caso algum em conflito com os outros feirantes. Porque conflitos com pessoas que se levantam às 4 da manhã para ganhar a vida nunca são favoráveis a jovens de 20 e poucos anos. Além do mais eles conhecem-se todos, o que torna o ambiente bastante pesado, em todo o recinto.

8º - Levar bastante água e um bom farnel. Tal como no deserto, a água é um bem escasso. A comida, composta por chocolates (para dar energia) e sandes, ajudará a tapar buracos no estômago.

7º - Levar sacos de plástico em abundância. Porque o comprador quer sempre levar o artigo num saquinho, mesmo que seja um berlinde, um selo ou uma pulseira.

6º - Levar muitos trocos. Os clientes de manhã nunca têm dinheiro certo. Pagam sempre com notas de 10 ou 20. E muitos negócios não se fazem por não haver troco. Já para não falar no cenário de feirante experiente que se adquire, ao caminhar ao som de um irritante tlim-tlim.

5º - Levar uma cadeira ou um banco. É essencial, se não quiserem passar 7 ou 8 horas a sentar-se no chão ou mesmo de pé, se estiver a chover. Lembrem-se que não vale encostarem-se aos carros do vizinho, que estes não acham piada (ver conselho 9º).

4º - Levar um plástico gigante para o caso de chover, para não ficarem com a montra encharcada. Façam uns buracos no plástico para que este não voe com a montra atrás, levados pelo vento como as bancas dos vossos vizinhos incautos.

3º - Fazer sempre um preço acima daquilo pelo qual estão dispostos a vender. Porque as pessoas regateiam sempre, mesmo que o preço seja 0,20€. Assim, se querem vender por 1€, ponham o artigo a 1,5€.

2º - Levar um artigo que chame a atenção de todos os clientes, mas que ninguém vá comprar. Por exemplo, uma boneca insuflável. Se alguém a quiser comprar, podem sempre dizer que é a vossa mulher e que não está à venda por menos de 200 camelos. Se aparecer um árabe rico aí a coisa fica preta, mas raramente aparecem.

1º - Fazer saldos de final de dia. Se até a uma hora da altura de se irem embora não tiverem feito a maquia que esperavam, façam saldos loucos. Coloquem cartazes “tudo a um Euro” e berrem como as ciganas que vão ver que se livram da merda toda rapidamente.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

agradeço

porque escrever não tem preço
e porque o faço com apreço
pois se não escrevo ainda me esqueço
de que como (grande) autor reconheço
que a escrita é o meu gesso
nos dias partidos em que espaireço
e se não escrevo desapareço

(e que este poema é merda pura no seu começo)

segunda-feira, dezembro 04, 2006

eu tenho-a

foi ontem o (grande) autor ao concerto de YO LA TENGO.
na aula magna, tudo sentadinho, como manda a coisa, o concerto foi bem giro e teve momentos a roçar o giríssimo, tiazocamente falando.
porém, destoando de todo o ambiente calmo, estavam os seguranças de uma empresa privada, contratados para assegurar da paz no recinto.
como se sabe, o público que assiste a um concerto deste género é conhecido pela tendência instável e geralmente violenta.
de costas para o concerto e bem de frente para o público, um dos seguranças parecia aguardar que alguém, exaltado numa melodia mais desafinada, saltasse para o palco para assassinar o baixista ou tentar violar a baterista.
no final do espectáculo o público pedia bis, claro está, que 22€ não se fazem valer apenas do alinhamento previsto.
esse segurança, cabelo rapado tipo-calçada-portuguesa, falava incessantemente através do seu auricular, assegurando a presença rápida, se necessária, da brigada anti-motim da PSP.
ele falava, olhava para a multidão e voltava a falar, com o dedinho encostado à gruta-de-cera.
no final, enquanto alguns saíam, outros conversavam ainda dentro da sala, esperando o escoar da primeira vaga, permancendo de pé, ou ainda sentados nos seus lugares.
o segurança, não satisfeito com a calmaria apresentada pelo público em geral, decidiu ir pôr ordem num rapaz que, claramente, ultrapassava a linha que separa o civismo do vandalismo.
chegou-se ao pé do anarka e disse-lhe:

"Olhe, não se pode apoiar em cima do braço da cadeira! Sente-se lá como deve ser, fachavor!"

domingo, dezembro 03, 2006

uma frase

dita por um primo meu, hoje:

"Quando me olho ao espelho desejava ser uma mulher...para poder conquistar o homem que vejo."

terça-feira, novembro 28, 2006

frase de conversa de elevador do mês

"então, isto é que é chover, hein?"

segunda-feira, novembro 27, 2006

manias

algumas manias do (grande) autor, que fazem desse gajo um ser único no mundo:

- Limpar as plantas dos pés descalços com as palmas das mãos antes de entrar na cama, mesmo que estejam a brilhar como a testa do santana lopes.

- Comer as refeições a ver o telejornal, iniciando-as ao mesmo tempo que este, mastigando ao ritmo das diferentes reportagens sobre cheias e julgamentos de figuras públicas.

- Fechar tudo quanto é cortinado e persiana de casa, praticando para quando for um famoso-qualquer-coisa-género-marco-do-big-brother.

- Trancar o carro duas vezes, não vá a 1ª ter sido imaginação e o ladrão aproveitar a ocasião deixada pela imaginação.

- Deixar sempre tudo para a última da hora, só trabalhando bem sob pressão, aumentando em muito os níveis de adrenalina e stress. Porém, só raramente se equiparam estes aos sentidos no Portugal-Inglaterra do Euro 2004.

- Berrar "Vamos embora!! Tudo a arregaçar as mangas como o Carmona!!" antes de iniciar qualquer tipo de actividade física ou mental, sozinho ou acompanhado.


cada maluco com sua mania.

quinta-feira, novembro 23, 2006

a maior árvore de natal da europa

pois é caros amigos, está a ser novamente construída no terreiro do paço a maior árvore de natal da europa, com o patrocínio de um banco, o mesmo banco, novamente.
que bom, uma árvore de natal!!
e tão grande!!
nada como uma bela peneira para tapar o sol que nos bate forte na cabeça.
nada como tentar desesperadamente incutir numa população os valores da política dos 3 R's e depois construir uma árvore de natal com 75 metros de altura e 2,5 milhões de lâmpadas.
nada como anúncios na televisão a dizer que devemos poupar água e separar o lixo e não fumar em locais fechados para nos sair pela porta o que tentamos (e muito bem) fazer entrar pela janela.
já imaginaram a quantidade de electricidade que se gasta, para ter aqueles 2,5 milhões de lâmpadas a funcionar durante não-sei-quanto tempo?
e para quê?
aquela iluminação natalícia ilumina os lares dos que nada têm?
ilumina os sem-abrigo, que morrem de frio no inverno?
ilumina os cães e gatos abandonados nos canis municipais?
ilumina as ceias de natal dos que têm 7 filhos e uma mãe e um pai desempregados?
ilumina os prédios que metem água o inverno inteiro?
ilumina os milhares de desempregados?
ilumina as contas de quem tem conta naquele banco?
(não notei qualquer iluminação na minha...)

a única coisa que aquela árvore ilumina é a contradição portuguesa.
limpar de um lado para ir sujar do outro.

HO, HO, HO...


ps - em baixo fica um excerto da cientificidade do problema

" O GAIA fez uma estimativa do impacto da "árvore" em termos de emissões de gases com efeito de estufa.
Como é sabido, Portugal está longe de conseguir alcançar os compromissos de Quioto e será obrigado a pagar uma elevada factura, através da aquisição de emissões a outros países, para não cair em incumprimento.
A estrutura de 180 toneladas de ferro da árvore tem incorporadas 26 toneladas de CO_2 eq. na sua produção.
A isto se acrescem 132 toneladas de CO_2 das emissões do gerador associadas a um consumo de cerca de 50 mil litros de gasóleo e à produção de 464100 kWh de energia eléctrica para a iluminação da árvore - o correspondente ao consumo de aproximadamente 170 lares com um agregado de 3 pessoas num ano.
O total das emissões - 158 toneladas de CO_2 equivalente - irá contribuir para o aumento das emissões do nosso país e, como tal, irão engordar a factura que teremos que pagar pelo nosso incumprimento.
Com a tonelada de carbono a 23 €, este capricho comercial e publicitário do Millenium BCP, deixa uma dívida de cerca de 3650 €, que terá que ser paga por todos os portugueses.
A estas emissões há que acrescentar todo um conjunto de impactes ambientais e sociais decorrentes da exploração de petróleo para o gerador e da exploração mineira para a estrutura. Esta exploração contribui para a destruição de comunidades locais e para a degradação ambiental em países do Sul, sendo geradora de uma dívida ecológica de Portugal para com esses países. "

segunda-feira, novembro 20, 2006

mito confirmado

o (grande) autor teve a oportunidade de confirmar um mito urbano já antigo.
aquele de que é possível assistir a mais do que uma sessão de cinema no corte inglés tendo comprado apenas um bilhete.
ontem, acompanhado de uma cúmplice, o destemido (grande) autor ousou ludibriar toda a rede de segurança do local (aproximadamente nenhuma) e, após visionar um filme, entrou noutra sala onde estava a começar outro, tendo-o visto também!
no final, saíram os criminosos impunes e vitoriosos.
ao que parece, terão até dito em uníssona surdina:
caramba, como sabe bem ser um fora-da-lei.

sexta-feira, novembro 17, 2006

todos os patinhos, sabem bem nadar

um amigo do (grande) autor (um dos 3) anda de carro.
normal, muita gente anda de carro.
mas o carro do meu amigo mete água.
literalmente.
tem um buraco qualquer na parte de trás e quando chove muito, o porta-bagagens fica alagado.
mas não é um "alagado" tipo-ai-que-já-meti-o-pé-nesta-poça-que-chatice-agora-ainda-me-constipo.
é um "alagado" tipo piscina-do-inatel.
assim, de quando em quando, lá vai o meu amigo com um recipiente, tirar a água, toda suja, derivado ao nível de sujidade no interior do leva-corpos.

uma noite, por essa Lisboa fora, já anestesiado, o meu amigo recebeu um telefonema da irmã, a pedir que levasse o pato (que estava cozinhado e cheio de molhinho num tupperware no porta-bagagens) para casa, quando chegasse.
ora, o meu amigo, distraído como é e com um compincha para a distraidice como o álcool, é óbvio que se esqueceu do quá-quá na bagageira.
no dia seguinte, depois de uma noite de chuvada, o meu amigo notou que o interior do carro cheirava a uma fragância diferente.
bruxo.
o pato, já descongelado, nadou uma última vez.

quarta-feira, novembro 15, 2006

ser ou não ser....tuga

uma grande amiga minha foi de viagem até à Alemanha.
lálálá, gostou muito e quando voltou contou-me um episódio, que provocou discórdia e risadas entre os presentes.
assim, parece ser um dado adquirido que nos WC públicos tem de se deixar uma moedinha-tipo-gorjeta num pratinho que está ao lado do lavatório.
porém, não há ninguém a vigiar o pratinho, apenas o secador de mãos, com ar despreocupado.
à saída da casa-de-banho, um outro amigo meu perguntou à minha amiga se ela teria deixado a "gorjeta".
a minha amiga, como tuga que é, respondeu que não.
aí o meu amigo colocou-a na esfera dos que dão prejuízo aos donos do serviço, já que utilizou a casa-de-banho, mas não pagou a utilização.
é nesse momento que a personalidade tuga vem à tona.
responde então a minha amiga:

"não lhes estou a dar prejuízo nenhum! porque, tal como não lhes paguei o serviço, também não lhes tirei as moedinhas todos do prato. acho que teriam um prejuízo bem maior se lhes roubasse as moedas todas, já que não está ninguém a ver, do que não tendo posto lá nenhuma moeda..."

mentalidade tuga é que é!
eu não pago, mas também não te roubo. estamos quites.

domingo, novembro 12, 2006

a minha noite de sábado

o (grande) autor já não tem o andamento de outrora, mas de vez em quando ainda surpreende.
senão atente:

21h - chegada a um jantar em casa de uns amigos.
21h -->> 02h - ingerir compulsivo de cerveja entre conversas com amigos.
02h - ida para uma festa num teatro da capital.
02h -->> 06h - ingerir compulsivo de cerveja, conjugado com passos de dança semelhantes ao acasalamento de babuínos e conversa com amigos e desconhecidos alternadamente. de salientar algumas brancas memoriais parciais.
06h - saída da festa.
06h05m - entrada num carro de um amigo.
06h06m - constatação do estado alcoolizado do mesmo amigo.
06h07m - constatação de que seria tarde demais para sair do carro, visto que o mesmo se encontrava em andamento.
06h08m - ponderação de puxamento de travão-de-mão de forma a imobilizar o veículo e sair do mesmo.
06h09m - feliz afastamento da ideia prévia e início de actividade de reza.
06h14m - constatação de actividade celular no bolso devido a vibração de aparelho de telemóvel.
06h15m - conversa com outro amigo que tinha ficado sem gasolina junto ao aqueduto das águas livres.
06h15 -->> 06h49 - branca memorial total.
06h50m - entrada em bomba de gasolina com garrafão de 5L para enchimento com gasóleo
06h52 - derrame de um litro de gasóleo pelo chão da bomba de gasolina intercalado com risadas em volume elevado.
07h15 - chegada ao local do incidente.
07h16 -->> 07h32m - riso compulsivo derivado do aspecto do amigo com o colete reflector vestido.
07h47 - partida para casa sempre em modo de reza activo.

domingo, novembro 05, 2006

mais uma velhota

o (grande) autor, bom samaritano assumido, tentou mais uma vez ganhar o seu lugar no paraíso, ajudando uma velhota.
desta vez foi à entrada do seu próprio prédio, mais concretamente, à entrada para o elevador.
enquanto o (grande) autor abria a porta da rua e se introduzia no edifício, viu que estava uma senhora velhota em posição de Martim Moniz no elevador, ou seja, meio-dentro-meio-fora.
tentava a senhora colocar uns sacos dentro do elevador, estando a usar para segurar a porta (sem o nosso herói reparar) o seu ancestral rabiosque.
ora, o samaritano, ao ver a aflição da senhora naquele segura-a-porta-atira-com-os-sacos-para-dentro-do-ascensor, fez o que muita gente rude não faria, segurou-lhe a porta, abrindo-a.
ora, a senhora não tinha ouvido (ou fez que não ouviu) a aproximação de um estranho.
assim, mal o (grande) autor lhe abriu a porta, a dama, que se apoiava naquela, deixou de ter apoio, caindo para trás, qual mergulhador olímpico, de traseiro no mármore.
o (grande) autor, não conseguindo esconder um risinho homosexual, de pronto ajudou a senhora a levantar-se, enquanto esta rogava pragas a alguém, em jeito de Alberto João.
está claro que a lesionada exigiu ir sozinha na viagem, tendo o nosso quase-escuteiro de esperar, não fosse tentar levantar a saia à menina entre o 3º e o 4º andar.
enfim, preso por ter cão e preso por não ter.
preso por não segurar a porta, ou preso por atirar indirecta e inadvertidamente uma anciã ao chão.
é penálti, shôr árbitro!!

quinta-feira, novembro 02, 2006

a(belha) maya

outra noite, foi o (grande) autor a uma discoteca da capital.
uma discoteca com nome de líder espiritual, ali para o lado das docas.
grande erro, pensarão os senhores, grande erro, pensou também o nosso herói.
chegado à porta, deparou-se com a última pessoa que pensaria ver naquele momento.
a maya.
a figura do jet-set português maya.
a taróloga maya.
sim, a abelhinha era a porteira, auxiliada por um outro porteiro, daqueles do género vou-ao-ginásio-18h-por-dia-e-tenho-um-número-de-neurónios-inversamente-proporcional-à-quantidade-de-músculos, todo vestido de beige.
aliás, estava tão vestido de beige que parecia um táxi, já que os sapatos eram pretos e faziam de pneus.
enfim, não sei se a gerência do bar quer prever futuros problemas no interior da estrumeira e como tal conta com a bola de cristal da maya, mas por alguma razão a senhora lá deve estar.
ou por alguma razão ou então por razão nenhuma.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Omo sexual

Agustina Bessa-Luís, vencedora do Prémio Camões em 2004, mostrou há uns dias que as gerações de ontem se adaptam perfeitamente aos tempos de hoje, sendo até por vezes, mais avançadas que as gerações de amanhã.
Em entrevista concedida ao jornal dos raios UV, a escritora rematou para golo, aquando de uma assistência que indagava a sua opinião sobre a homosexualidade:

"Homosexuais? Não tenho nada contra os homosexuais. Agora, paneleiros? Não os suporto."

Se calhar a shôdona Agustina, do alto dos seus 84 anos, foi dar um pézinho de dança ao Lux.

domingo, outubro 29, 2006

A1

o (grande) autor, adepto do desporto-príncipe, ouviu no sábado passado uma frase proferida por outro adepto, deveras divertida, mas que não espelha o pensamento de quem vos escreve.
o adepto, benfiquista, claro está, disse então, passadas as devidas asneiras introdutórias:

" (...) No Porto só há uma coisa bonita. É a auto-estrada para Lisboa!"

terça-feira, outubro 24, 2006

(grande) autor radiofónico

aqui o vosso grande(autor)/amigo/familiar/conhecido/sem qualquer tipo de relação tem agora um programa de rádio com um amigo seu, também vosso amigo para alguns, o tiago cabeludo.

a emissão (por agora) é apenas online, ou seja, têm de ir a http://radio.ist.utl.pt/ouvir/
que é o site da rádio do instituto superior técnico e descarregar a possibilidade de se rirem um bocado.

como se chama o pugrama?
mar de rosas. porque a vida é um mar cheio delas.

quando passa?
às 18h de todas as terças, repetindo às 20h de todas as sextas.

duração?
meia-horita de pura diversão, com musicada de quando em quando.

de que tipo é o SHOW?
é do género de ter muita graça, criticando pelo meio tudo e todos.

periodicidade?
semanal, claro está.

intervenientes?
capitão jota e general pum pum.

porque hás-de ouvir o programa?
porque o jorge perestrelo morreu e nós estamos cá para o tentar substituir.

o programa tem um blog?
tem, claro, para vocês poderem descarregar as emissões, quando não as puderem ouvir em directo, ou ler os textos em que se basearam as mesmas.

e qual é, oh esperto?
ah, é www.marderosas.wordpress.com


disfrutem. ou não. vivemos num país livre.

quinta-feira, outubro 19, 2006

avô télélé

outro dia ouviu o (grande) autor uma história contada na 1ª pessoa.
a esta 1ª pessoa, vamos chamar-lhe "avô", dada o seu estado avançado de idade.
assim, o avô deslocou-se há uns dias a um teatro, aquando de um aproveitamento de um convite para uma ante-estreia.
sozinho foi, dado que não aprecia companhia nestas lides dos beberettes pós-estreia, vá-se lá saber porquê.
porém, pré-espectáculo, já devidamente sentado, lembrou-se que tinha o telemóvel no bolso.
um "moderno", como gosta de se auto-intitular, mesmo com 80 e poucos anos, até há 3 dias não tinha celular.
só que a neta quis mesmo oferecer-lhe um e uma pessoa nada nega a uma neta, correcto?
o único problema é que o avô percebia tanto de telemóveis como o pauleta de golos.
é óbvio que o télélé estava ligado e o avô não o sabia pôr no silêncio.
como tal, lá estava o aparelho no seu bolso, qual bomba prestes a explodir no meio do espectáculo.
o avô pediu então à pessoa que estava sentada ao seu lado que lhe pusesse aquela merda no modo silencioso.
só que a pessoa ao seu lado era uma espécie de nuno gomes.
também não percebia de golos e além disso o seu telemóvel não era da mesma marca, o que dificultava ainda mais o remate à baliza.
já com taquicardia, dirigiu-se o avô às meninas que indicam os lugares, na esperança que uma delas, com ou sem decote acentuado, lhe fizesse um milagre telecomunicacional.
uma delas fê-lo, sim.
mas fê-lo tão bem que lhe desligou mesmo o telemóvel.
e agora o avô continua sem o aparelho a funcionar, visto que não sabe o PIN.
mas ao menos viu uma menina bonita a fazer milagres e um espectáculo tranquilo, sem receio de uma explosão ring-ringada.

segunda-feira, outubro 16, 2006

diário da beatriz batarda

o (grande) autor admira muito a actriz beatriz batarda, que fazia de mãe da "Alice". admira também o pianista bernardo sassetti. fiquem ainda os caros leitores a saber que estes dois são casados.
assim, o (grande) autor resolveu imaginar um dia no diário de beatriz batarda.
reza assado:

07h34 - hoje o sásá acordou-me com uma música composta por ele só para mim. é um amor, adoro acordar ao som do piano.

07h56 - o sásá fez-me o pequeno-almoço enquanto ouvíamos um cd dele. põe-me logo bem-disposta.

07h58 - o sásá afinal não me fez o pequeno-almoço, disse que não podia cozinhar porque poderia magoar os dedos. fiz-lhe eu uns ovinhos mexidos com bacon.

08h16 - o sásá pediu-me que lhe atasse os sapatos. aparentemente, ele e os atacadores não têm uma boa relação e ele tem medo de apertar um dedo.

08h24 - fui trabalhar. o sásá deu-me um beijo apaixonado para se despedir de mim. tive de ser eu a fechar a porta porque ele tem medo de se entalar.

10h34 - o sásá ligou-me a chorar. deixou cair uma partitura e, ao apanhá-la, cortou-se num dedo. queria que fosse para casa fazer-lhe um curativo. acho que está a ficar maluco.

13h28 - vim agora de casa, fui fazer o almoço ao sásá, que gastou um frasco de betadine a desinfectar o mini-corte. já para não falar no meio rolo de papel higiénico.

17h45 - outra vez o sásá a chorar ao telefone. agora deixou cair a tampa das teclas do piano nas mãos. diz que lhe dói muito e acha que partiu um dedo. vou sair mais cedo das gravações para ir ver como é que aquele tarado está.

20h19 - o sásá gastou o gelo todo no dedo. não tenho gelo para o meu gin tónico. já me estou a passar.

23h24 - vou dormir, finalmente. o sásá está na sala, ainda a tentar tocar o "parabéns-a-você". diz que quanto mais cedo montar o cavalo outra vez, melhor. amanhã a ver se lhe parto as duas mãozinhas à martelada.

terça-feira, outubro 10, 2006

novo sol na eira

caros leitores, é dever do (grande) autor advertir:

há um novo sol a iluminar o nosso país.
e cuidado, que este queima mais que o outro.
porque os raios ultra-violeta vêm em expresso.

sexta-feira, outubro 06, 2006

o barricado II



na edição de hoje do público, por... quem mais? luís afonso.

quinta-feira, outubro 05, 2006

o barricado

chegou aos ouvidos do (grande) autor que o mais recente caso hollywoodesco das ruas de setúbal não passou de uma manobra publicitária.
ao que parece, o barricado não era mais do que um actor contratado pelo banco espírito santo para "assaltar" a dependência bancária de setúbal, tendo o departamente de publicidade do mesmo o objectivo de aumentar o mediatismo daquela instituição.
o número de pessoas a quererem uma conta no "banco-do-barricado" quadriplicou e há até arrumadores que de deslocam todos os dias de Lisboa para arrumar os carros à porta do BES, tal é o movimento.
"o departamento de publicidade e marketing está de parabéns", disse Andrade, o segurança da dependência, que não se sentiu em qualquer momento assustado, "excepto quando o actor começou a rir histericamente e a gritar que o banco e o mundo eram dele".
de fazer inveja a um denzel washington.

terça-feira, outubro 03, 2006

pelo ambiente

o (grande) autor, como defensor da natureza e do ambiente, deixa aqui um site (que sítio é português, mas não lembra ao diabo) sobre o que podemos fazer, individualmente, para poupar energia e proporcionar aos nossos filhos e netos uma vida respirável e amena.

como exemplo deixo um conselho copy pastado básico:

"Desconecte o carregador do seu telemóvel quando nao estiver a utilizá-lo.
Quando está ligado à tomada eléctrica, este continua a consumir energia mesmo quando não está ligado ao telemóvel.
Há estimativas que calculam que 95% da energia é desperdiçada quando deixa o carregador ligado à tomada durante todo o tempo."

http://ec.europa.eu/environment/climat/campaign/index_pt.htm

dêem uma voltinha, vão aos quatro temas principais e pasmem-se com o que andam a desperdiçar, consciente ou inconscientemente.

segunda-feira, outubro 02, 2006

intranet


quando o (grande) autor era criança, a janela para o mundo estava na parede, no carro, no avião, no comboio...
hoje, a janela para o mundo?
está mesmo à sua frente.

quarta-feira, setembro 27, 2006

eu estou doente

um agente da autoridade foi detido, por ter tido um comportamento violento na junta médica da PSP de não-sei-onde.
mas, porque razão se "passou" o shô guarda?
porque estava de baixa psiquiátrica há mais de um ano e agora a junta médica vinha dizer que, após exames, consideram que o senhor está apto para toda a actividade (!!!!!).
que horror.
um homem está louco, está fora de si, está mal psicologicamente, está de baixa, claro!
está uma pessoa muito bem em casa e agora vem um grupinho de doutores dizer a um gajo que está apto para trabalhar?
para tra-ba-lhar?!!??
o (grande) autor tentará agora reproduzir o diálogo:

- pois é, caro senhor, você está óptimo, pode começar a trabalhar outra vez já amanhã.
- tou o quê?
- está óptimo, o senhor revela melhorias vastas, os exames médicos indicam que poderá voltar ao trabalho.
- mas eu estou de baixa psiquiátrica!!
- estava, meu amigo, agora já o avaliámos e você, que sorte, pode voltar a vestir o uniforme.
- ai, acho que tou aqui a ter um acesso de raiva...
- como?
- é. tá-me mesmo a dar prá loucura...apetece-me mesmo partir aqui esta moldura com a fotogafia dos seus filhos...
- desculpe? não estou a perceber...
(CRASH!!)
- ups...oh meu amigo, diga-me lá que eu não estou louco que eu parto-lhe aqui o consultório todo.
- mas você passou nos exames, você está bem!!
- ai tou??
(CRASH, CATRAPIMBA, PUMBA, BANG)
- aaaa....
- e já agora, assine-me lá os papéis para o resto da baixa, senão, louco como estou, ainda lhe parto uma perninha ou duas.

domingo, setembro 24, 2006

porquê (grande) autor ?

porque é que o (grande) autor se auto-intitula desta forma, perguntam vocês, (grandes) leitores.
passará aquele a explicar.
numa noite de folia, numa casa denominada de "casa aberta", utilizada para convívio jovial e exposições variadas, deparou-se o (grande) autor com a seguinte situação:
estava sentado no chão, em converseta com amigos e amigas, encostado a uma ombreira de uma porta.
porta essa que dava para um quarto, onde se encontrava uma mini-exposição de fotografias.
as fotografias, algumas, tinham futuro, outras, nem tanto.
cervejola aqui, o-benfica-é-o-maior acolá, o governo-isto-e-aquilo, quando surge um rapazola que se interpõe no espaço físico do nosso debate.
diz o rapaz então ao (grande) autor, com os bons modos de um rinoceronte a quem lhe enfiaram o próprio corno no ânus:

- olha lá, sai daí que tás a tapar a entrada para a minha exposição.
- desculpa?
- sai da porta que tás a impedir a passagem para a minha exposição.
- não tou nada, dá para as pessoas passarem perfeitamente.
- olha lá, quantos anos é que tens?
- 21, porquê?
- pois...eu tenho 27. se tu fosses artista e autor, percebias o que eu quero dizer.

claro que o mestre ignorou o rinoceronte indisposto e continuou a conversa com os seus amigos, desta feita gozando com a atitude sobranceira do animal da savana, mais ao menos até ao resto das suas vidas.

sexta-feira, setembro 22, 2006

a minha mãe não me deixa emprestar

o (grande) autor, neste último ano do seu curso que decorre, faltou a algumas das aulas iniciais a uma dada disciplina.
como tal, na aula seguinte a que foi, há dois dias, tentou providenciar uma forma para obter tal matéria, fundamental para aprovar o exame.
assim, puxou dos galões, arregaçou as mangas, ajeitou as zonas baixas, fungou o nariz e decidiu-se a tocar na rapariga sentada à sua frente.
a menina acusou o toque e logo se virou para trás com ar galante.
o (grande) autor, bonito como é, logo fez uso dessa que não é a sua melhor arma, mas que não o deixa ficar mal, abrindo muito os olhos azul-cor-de-tejo e encetando o seguinte diálogo:

- olá, desculpa, vieste às duas últimas aulas?
- sim, vim. porquê?
- ah, é que eu faltei e estava a pensar se não me poderias emprestar o teu caderno para tirar fotocópias dessas aulas...
- hhmm...não sei...não costumo fazer isso.
- aaahh...mas era só tirar as fotocópias agora a seguir a esta aula, dava-te o caderno logo, eram 2 minutos.
- pois, mas eu nunca emprestei o meu caderno a ninguém e não o vou começar a fazer agora, porque assim que se abre uma excepção, depois nunca mais se volta atrás.
- (????!!!????) aahh... ok, deixa estar então, obrigado.

e foi assim que o nosso herói, por uns breves 32 segundos, voltou à primária e se voltou a encontrar com aquela rapariga que não lhe emprestou a caneta de feltro vermelha para pintar o símbolo do benfica.

quinta-feira, setembro 21, 2006

amolador


como nem só de parvoíces trata este espaço, aqui fica um pouco de cultura de bairro.
felizmente, nasceu o (grande) autor num bairro em que todos os dias se ouvia um silvo no ar.
mais tarde mudou de casa, mas manteve-se na mesma zona, ouvindo ainda o silvo.
o silvo provinha da flauta do amolador.
o amolador é aquele senhor (rimou) que anda de um lado para o outro, consertando guarda-chuvas, facas e afins alheios.
na sua bicicleta ou no seu carrinho, vai tocando a sua flauta, chamando os clientes à rua.
hoje em dia há muito poucos e (tristemente) as gerações mais recentes já não os reconhecem.
no meu bairro ainda há e ainda hoje o vi, à chuva.
tocava a sua flauta e procurava clientes, calmo, como se em 1986 estivéssemos.
ou isso, ou então estava completamente entupido em prozacs, para andar tão calmamente debaixo do chuveiro natural que se instalara.
pronto, lá tinha que vir a parvoíce...

quarta-feira, setembro 20, 2006

mais conselheiro CINEmental

o conselheiro CINEmental volta em grande força, depois de uma estada numa bela estância, chamada "águas de bacalhau".
sejam aconselhados CINEmentalmente.
sejam felizes.

senhoras vs homens

em dia passado, deslocou-se o (grande) autor até à loja de desporto decathlon.
acompanhado de um amigo, ambos com vontade de ver e tocar todo o tipo de utensílios para a prática de desportos variados, deambularam pela superfície durante hora e meia, mexendo em tudo mas comprando nada.
em análise ao tipo de clientes e seu comportamento na loja, deparou-se o (grande) autor com uma verdade incontornável e de imenso peso social:
os homens vão à decathlon como as senhoras vão à zara.

o sexo masculino também têm necessidades de vagueio em lojas, tal como as suas colegas do sexo oposto.
a diferença é que estas vão às zaras, bershkas, stefanels e demais...enquanto aqueles vão às decathlons, sportzones, casas dos pneus e afins.
(alguém se lembra da casa dos pneus?? bela casa.)

as senhoras provam biquinis, calças, camisolas, roupa interior, chapéus e malas, fazendo comentários aos próprios corpos e aos das amigas.
os homens, por seu turno, jogam à bola com o pretexto de que estão a ver se a bola "agarra bem".
assim como andam de skate para verificar o estado dos rolamentos.
jogam basebol porque nunca puderam jogar e estão sempre a ver nos filmes americanos.
atiram bolas de rugby e futebol amAricano uns aos outros a distâncias de 15 metros.
fazem swings com tacos de golfe, quase atingindo os outros clientes.
provam luvas de boxe e dão socos nos sacos em exposição.
experimentam bicicletas e trotinetes.
ou perguntam o preço das pranchas de longboard e de wakeboard.

porém, no final, homens e senhoras fazem o mesmo:
saem de mãos a abanar.
as senhoras devolvem os 23kg de roupa que experimentaram às empregadas, para que estas as dobrem e arrumem, saindo em direcção ao café mais próximo para debate pós-experimentação-de-roupas.
os homens, pousam tudo no chão ou arrumam fora do lugar, saindo em direcção à tasca mais próxima, imaginando-se a competir entre todos num desporto para cuja prática não adquiriram material.

terça-feira, setembro 19, 2006

o aspira-bosta

muitos lisboetas têm cãozinho ou cadelinha.
muitos lisboetas são uns cãezinhos e outros apanham cadelinhas, mas isso é outra conversa.
ao que o (grande) autor quer chegar é que em Lisboa há muito cão e cadela por aí a passear-se.
como geral e infelizmente os donos dos cães não apanham os restos dos seus animais, agora há um novo funcionário camarário (rimou) que por aí anda a fazer o papel de dono, sem sequer ter cão.
este tipo de funcionário faz parte de uma nova estirpe de super-herói, recente, que se passeia numa motoreta.
pois é, o salvador das solas dos nossos sapatos vai de mota, pelos passeios, com um super-aspirador atrapado ao veículo bi-rodal.
de passeio em passeio, vai aspirando as mousses e éclairs do chão, para que nós não os levemos para casa, bem embrenhados nas solas.

é caso para os miúdos dizerem:
"é um pássaro? é um avião? não!! é o aspira-bosta!!! EEEEEEHHH!!!"

assim, tomem nota desta (óptima) medida camarária e lembrem-se, se ouvirem uma mota no passeio, pensem duas vezes antes de derrubar e espancar o motociclista, pois poderá ser o aspira-bosta, aquele que, literalmente, limpa a merda que os outros fazem...

domingo, setembro 17, 2006

já lá foste?

o ser humano é estranho.
tem uma necessidade forte de divulgar ao seu semelhante todo e qualquer facto agradável que conheça.
as pessoas, quando vão jantar a um restaurante bom, não descansam enquanto não contarem a todos os que conhecem, como é óptimo o sítio onde comeram o repasto.
é um defeito do ser humano, porque aposto que as leoas não vão contar umas às outras onde é que existem os melhores antílopes para se caçar, ou as zebras mais saborosas.
ainda há uns meses, foi o (grande) autor comer que nem um alarve a um restaurante porreirinho.
há dias voltou lá o nosso mestre, tendo-se deparado com um aglomerado de populaça tal, à porta, que seguiu o seu caminho para outro local-de-encher-o-bandulho.
é assim, o pessoal não descansa enquanto não conta ao vizinho, ao porteiro, ao segurança, ao arrumador, que conhece um sítio assim e assado, muita bom e barato.
eu cá, sou apologista de que não se deve divulgar os sítios onde vamos, porque senão, passados uns tempos, já o local está povoado e com tendência a piorar.
e quem diz restaurantes, diz praias, jardins, parques e afins.
nunca percebi porque é que as revistas ditas "de qualidade" têm aquela necessidade de divulgar listas sobre as praias mais bonitas e desertas de Portugal.
inserem as listas em artigos pouco claros e com bastantes fotografias, com o objectivo de divulgar, simplesmente.
enfim, daqui a uns anos já não haverá sítios desconhecidos nem por explorar.
não digo que não seja bom receber um bom conselho sobre qualquer coisa, mas com a tendência para o passa-palavra dos tugas, rapidamente o local agradável passa de "bom e sossegado", para "bom, mas chei' da malta".

sexta-feira, setembro 15, 2006

uma achega

como diriam clara pinto correia e margarida rebelo pinto, um pouco de plágio não faz mal a ninguém.
assim sendo, lá bai disto:

sabem como é que o macgyver sai do deserto utilizando apenas uma laranja e o seu marido, o canivete suíço?

o macgyver pega no canivete e parte a laranja ao meio.
da laranja espreme o sumo.
do sumo retira a vitamina.
separa a "vita" da "mina".
com a mina provoca uma explosão.
a explosão provoca um terramoto.
separa a "terra" da "moto".
pega na moto e vai-se embora.

quarta-feira, setembro 13, 2006

análise de poema

tal como se analisam os poemas de Pessoa no secundário, pensa o (grande) autor ser de extrema urgência a análise de canções infantis cantadas por esses recreios fora.
assim:

sete e sete são catorze
com mais sete vinte e um
tenho sete namorados
mas não gosto de nenhum

ora, começando pelo primeiro verso:
sete e sete são catorze, denota uma forte capacidade das crianças para a matemática.
está arruinado o mito de que os portugueses não têm jeito para a matemática.
escusam os jovens de, a partir de agora, ir para letras "para fugir à matemática".

segundo verso:
com mais sete vinte e um, confirma a tendência patente no verso anterior.

terceiro verso:
tenho sete namorados, denota uma grande promiscuidade não revelada pela juventude.
enquanto se pensa que as criancinhas estão a jogar ao berlinde ou a saltar à corda, eis que, subliminarmente, se afirma numa canção a predisposição para o namoro.
salienta-se aqui também o sentimento de partilha entre o género masculino, que não se importa de compartilhar a namorada, tal como empresta as canetas de feltro.

quarto verso, finalizando:
mas não gosto de nenhum.
aqui é utilizada uma metáfora, fortíssima.
dado que a moçoila tem sete namorados mas não gosta de nenhum, é claro como água engarrafada que a catraia está apaixonada pelo figo, o ex-jogador com o nº 7 da selecção portuguesa de futebol.
ou então, que é lesbiana.

sexta-feira, setembro 08, 2006

uma análise brilhante

há uns dias, estava o (grande) autor nas suas lides nocturnas numa tasca da nossa Lisboa, quando, em conversa inevitável com um nativo sobre o recente caso "mateus", este mesmo espécime bolsou a mais simples e completa análise ao caso.
passo a citar:

" (...) eu não sou leigo nestes assuntos, mas o problema é que o major (valentim loureiro) fez tudo nos conformes!! aí é que está a porra!! "

tá feito...foi o mordomo!

quinta-feira, setembro 07, 2006

73 virgens

o pessoal já sabe que morrer em nome de alá dá direito a 73 virgens no além.
o além não é um bar no cais do sodré, mas sim o sítio para onde um gajo vai parar depois de morrer em nome de ála, vulgo, "paraíso".
entonces, morrer em nome de alá é sinónimo de "desflorar-73-virgens-novinhas-em-folha-lá-no-paraíso".
porra.
como diz um amigo meu, então um tipo esfola-se a trabalhar cá na terra, um gajo mata-se lá nas obras e depois de morrer em nome divino ainda tem de ir desmamar meninas?
quer dizer, o pessoal cá em baixo desgrunha-se em trabalhos pesados, come mal o mês inteiro, poupa para ir à bola aos fins-de-semana e ainda tem de, depois de batida a bota em nome do senhor, ir ensinar virgens a brincar aos médicos??
pelamordedeus...
isso das virgens não interessa a ninguém!
o que interessa hoje em dia, é morrer em nome do senhor, mas chegar ao paraíso e ter 73 pamelas anderson, que sabem o que fazem!
73 porno-stars, habituadas às lides sexuais e que não precisam de indicações!
agora um gajo sacrificar-se, mas chegar ao paraíso e ter de dar uma de professor pardal no jardim de infância da casa pia?
poupem-me à crise...

segunda-feira, setembro 04, 2006

top ten dos mais odiados

aqui fica um top ten [elaborado pelo (grande) autor ], das pessoas mais odiadas pela maioria dos portugueses, na actualidade:

10º - josé castelo-branco (porque sim)

- osama bin laden (porque fica bem ser anti-terrorista)

- abel xavier (pela mão no jogo contra a frança)

- george w. bush (porque é mesmo estúpido)

- zidane (pelos dois penaltis concretizados)

- durão barroso (por ter fugido para bruxelas, para comer couves dum tacho)

- herman josé (por nos ter dado "o tal canal" e o "hermanias" e agora nos dar a merda do "herman sic")

- o "espanhol" (porque quase todos os tugas odeiam os espanhóis)

- pauleta (por ser o maior falhado da história do ataque futebolístico nacional)

- antónio fiúza - presidente do gil vicente (vejam uma conferência de imprensa dada pelo senhor e percebam porquê)

quinta-feira, agosto 31, 2006

expliquem-me uma coisinha

o (grande) autor tem uma dúvida.
todos as temos, de quando em quando, e há umas mais pertinentes que outras.
começando, o (grande) gajo-que-escreve-isto adora ver o telejornal das 13h.
por vezes até se senta uns minutos antes do início da cena, para não perder pitada e fazer a contagem descrescente para as 13h, juntamente com os relógios da tv, aos berros e despido de roupas e pudores.
acontece que, há uns dias, entusiasmado com a chegada do telejornal, o nosso herói resolveu ver o final do programa da sic que antecede o noticiário.
que erro, minhas caras pessoas-que-estão-a-ler-isto.
tentem juntar na mesma sala psicológica o joão malheiro (sim, aquele senhor do benfica, com a voz de bagaço estragado), a maya (a astróloga privada da lili caneças, que a deixa aparecer nos meandros do jet 7), o josé figueiras (iolaré, iolaré, ih uh!) e o cláudio ramos (o zézé camarinha que joga na outra equipa).
já conseguiram?
tragam agora um saquinho de plástico para o caso da indisposição não passar ao longo do dia.
pois é senhoras e senhores, estas quatro personalidades importantíssimas do nosso Portugal, juntam-se todas as manhãs para comentar....
a fome no mundo?
o conflito israelo-árabe?
os problemas na amadora?
a falta de água no planeta e o aquecimento global?
não.
estão parvos?
eles comentam...as revistas cor-de-rosa.
que por sua vez comentam a vida de pessoas também muito importantes do nosso Portugal.
concluindo, estas quatro...aaah...digamos...figuras...comentam matéria já comentada.
e aqui reside a dúvida do (grande) autor:
este grupo, come os restos dos pratos dos outros?
ou mastiga a comida já mastigada?

quarta-feira, agosto 30, 2006

o pudim d´avó

nos dias que correm, todos temos avós e avôs.
quer dizer, alguns avôs e avós já morreram, mas todos os tivemos, como um casal.
a ideia que temos, é a de que os avós vêm sempre aos pares.

outra coisa.
tenho um primo que, quando era mais jovem, dizia que queria que os pais se separassem para poder receber duas mesadas.
uma dada pela mãe, a outra pelo pai.
há ainda os casos em que os avós também dão uma mesada.
aí, o meu primo teria três mesadas.

hoje em dia, 90% das pessoas que conheço têm os pais separados.
é o meu caso.
ou seja, quando os meus filhos nascerem terão, se tudo correr bem, quatro avós.
o avô e a avódrasta.
e a avó e o avôdrasta.
[será que estas palavras existem? se não existirem quero direitos de (grande) autor!]

já pensaram bem nisto?
podemos ter o nosso filho a dizer que almoça com o avô e janta com a avó.
que estranho, não é?
ter os pais separados já é algo normalíssimo.
agora...ter os avós separados?
será que haverá miúdos com quatro mesadas?
não se me entra na cabeça, tanta separação...e tanta mesada!

terça-feira, agosto 29, 2006

legendas on/off - parte II

aqui fica uma piquêna curiosidade, no seguimento do tema abordado anteriormente sobre legendagem vs dobragem.
em itália, e digo isto de fonte fidedigna (conterrâneos do materazzi), existia um único actor que dobrava o al pacino, o robert de niro e o stallone.
isto é verdade.
chamemos ao "dobrador"... zeca.
o zeca, deveras famoso (um verdadeiro breyner italiano), dobrava os três actores mencionados.
tinha um tom de voz diferente para cada um e nunca se enganava.
em filmes como o "heat - cidade sobre pressão", não se percebia que era o zeca a dobrar tanto o al como o robby.
assim, toda uma população, a partir de uma dada geração, reconhecia a voz do al, do robinho ou do silvestre, vindas estas, porém, de um só mesmo conjunto de cordas vocais.
agora, passada a incredibilidade da cena, vem a parte gira da história.
o zeca morreu há dois anos.
na altura, a grande preocupação dos meus amigos era a de como seria possível ver um filme com qualquer um daqueles três actores, sem a voz que o zeca fazia para cada um??
mas seguramente já existirá um cajó ou um tó mário a dobrá-los outra vez.
o que é muito mais simples do que uma piquêna legendagem, não é?

domingo, agosto 27, 2006

legendas on/off

tem o (grande) autor agora em sua casa a colecção em dvd da série "friends".
puro prazer televisivo.
porém, lembram-se de quando o "friends" estava incluído na programação da rtp1, aos sábados à tarde?
provavelmente não, visto que durou pouco, pois a série estava...
dobrada para português!!
sim, as vozes eram de portugueses, mas saíam das bocas dos americanos!
um fenómeno nunca visto no nosso Portugal.
inédito e único nas sitcoms estrangeiras, desde então até hoje, felizmente.
a moda não pegou, por favor mantenha-se assim!!

agora, um facto interessante, constatado pelo (grande) autor no ano em que esteve em erasmus, é o de que nem franceses nem italianos nem espanhóis falam bem inglês.
digo-o de uma forma geral, confirmado pelos próprios nacionais dos países mencionados.
e que interessa isso, perguntam bocemessês?
interessa que, nestes três países, há a tradição de dobrar para a sua própria língua qualquer anúncio, filme, série ou filme porno que lhes apareça diante da olharia.

ora, a juventude italiana, francesa e espanhola, em vez de consumir o charles bronson ou o stallone no seu perfeito americano, consomem-no na língua materna, não havendo a aprendizagem que a maioria da juventude portuguesa teve com os stevens seagals e afins.

eles não se importam, aliás, detestam que os filmes sejam legendados em vez de dobrados e dizem que nem conseguem ver as imagens e ler as legendas ao mesmo tempo, que é horrível e não sabem como é que em Portugal ainda se faz assim, como se de um terceiro mundo se tratasse.

concluindo, em Portugal há muita coisa feita "terceiro-mundo-style", porém, esta história das legendas é uma medida bem avançada, cá para mim.
o (grande) autor, bem como 98% dos seus amigos, aprenderam e melhoraram em muito o seu inglês/americano desde miúdos, com mcgyvers, Kits, marés vivas e filmalhada da boa.
tudo legendadinho, claro.

sábado, agosto 26, 2006

os meus óculos de sol

não gosto de falar com as pessoas na rua.
quer dizer, não gosto de falar com as pessoas na rua, quando estas não tiram os óculos de sol.
de resto, sou um bicho social, como os outros, com a agravante (grande) autor.
mas quando o meu parceiro de blábláblá não tira os óculos de sol, um gajo não sabe para onde olhar.
se olhamos para os óculos, vemos a nossa própria figura, mas em versão darth vader.
se olhamos para o nariz, começamos a distrair-nos com os pontos negros, as cicatrizes, os macaquinhos ou a forma do cheirador, esculpida por um (pequeno) autor.
se olhamos para as bochechas, temos borbulhas, pêlos, mais pontos negros, mais imperfeições para nos desviar do objectivo parlatório, já para não mencionar o facto de levarmos o amigo pedro-abrunhosa-waNNabe a pensar para onde raio estaríamos nós a olhar e o porquê da nossa estranha expressão facial.
assim, o (grande) autor opta por olhar mesmo para a "entre-vista".
para a parte dos óculos que não reflecte, que encaixa na parte de cima do nariz.
é uma zona neutra, faz parecer à outra parte que a olhamos nos olhos, quando só lhe queríamos arrancar a capa da cara.
de resto, sou um bicho social, como os outros, com a agravante de (grande) autor.

quinta-feira, agosto 17, 2006

tenho uma dúvida

se "quem espera sempre alcança", mas "quem espera desespera"...

devemos esperar para alcançar?
ou ir embora, para não desesperar?

esta vida é um pau de dois bicos.

quarta-feira, agosto 16, 2006

quem nos lê, nosso amigo é?

este é um post dedicado a todas as pessoas que não conheço, ou que conheço mal, mas que sei que lêem (de quando em quando, pelo menos) esta tão opinosa página.
por vezes sucede a seguinte situação:
está o (grande) autor a meter o dedo no nariz, concentrado na perspectiva de encontrar petróleo no fundo das fossas nasais, para poder andar de automóvel, quando se aprochega uma amiga ou amigo e lhe diz uma frase daquelas que serve de gasolina para o automóvel da escrita continuar a funcionar.
há gente que me vem dizer que o primo da amiga lê o meu blog.
que o papagaio do carteiro do cunhado aprendeu a ler através do blog.
que o sr. zé da mercearia baixou os preços num dia em que estava bem-disposto por ler este mesmo blog, que lhe foi recomendado pela sobrinha, que tem uma amiga que costuma lê-lo.
enfim, todo este palavreado para agradecer a todos os que aqui continuam a vir, sendo que dá gosto (gostinho a morango) saber que muitas pessoas nem me conhecem e o fazem livremente, sem a coação moral do (grande) autor.
a todos, um bem haja.
(e com esta última frase acabei inexplicavelmente de envelhecer 42 anos...)

terça-feira, agosto 08, 2006

água

caramba, tenho sede!
tenho sede, bebo água.
bebo água, mas água potável.
potável, não água salgada.
água salgada há no mar.
o mar está junto à praia.
na praia faz calor.
faz calor, eu tenho calor.
tenho calor, bebo água.
bebo água, porque tenho sede.
caramba, tenho sede!!

terça-feira, agosto 01, 2006

a bébé faz cócó

outro dia estive a assistir (friso, a assistir, não a participar) na mudança de fralda da minha prima mais nova, de oito mesinhos.
a rapariga é a coisa mais fofa do mundo, não desfazendo as outras coisas fofas assim-assim.
mas como é que é possível uma criatura tão pequenina, tão inocente, entrar em guerra com o ar da sala em que se encontra, como se de um conflito israelo-árabe se tratasse??
a coisa começa com umas contracções, uns sinais de esforço, que culminam (sempre, mas sempre) na seguinte frase, dita por um dos progenitores:
"ai tão linda, tá a fazer um cocozinho."
ao empregar um diminutivo do acto, o progenitor está, obviamente, a tentar manter a audiência na sala, evitando a percepção alheia do próximo confronto com a hedionda e castanha realidade.
dizem os psicólogos infantis que não se deve fazer uma expressão de nojo, ao mudar a fralda e olhar para uma coisa, de facto, algo nojenta.
diz-se que os bébés, ao notarem que os pais não apreciam a obra de arte que acabaram de largar na fraldinha, se contraem, ficam inibidos cagatoriamente e não lhes faz bem ao sistema intestinal.
acredito.
assim, o cenário que se apresenta é um pai a mudar uma fralda, a respirar apenas pela boca e a sorrir mais amareladamente que o chichi da filhota, em gritos de "ai que cócó tão lindo!! quem é que faz cócós lindos, quem é?", enquanto os restantes abandonam a sala agarrados às camisolas que lhes filtram o ar poluído.

segunda-feira, julho 31, 2006

as férias

as férias, o sol, a praia, o campo, os amigos, as noites, as manhãs a dormir, as tardes a espreguiçar...
enfim, tudo isto para dizer que o (grande) autor anda um (grande) desleixado em termos bloguistas, mas que a coisa voltará com toda a sua regularidade e frontalidade por volta de finais de agostinho.
(e em jeito de despedida, como fazia a rita seguro no portugal radical há 89 anos)

"até lá...MMUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUÁÁÁÁÁÁÁ..."

quinta-feira, julho 20, 2006

no tribunal

outro dia fui assistir a uns julgamentos, em virtude de um trabalho que tinha de escrever sobre os mesmos.
a juíza (uma senhora juíza) fazia umas perguntas ao arguido, acusado de ter uma máquina de jogo ilegal no seu café.

- então mas o senhor é funcionário do café ou é dono?

- shôdôtôra, eu sou funcionário, a minha mulher é que é a dona, a gerente, pronts.

- então e o senhor deixou que lá pusessem a máquina?

- eu sim, eu não sabia que era ilegal...

- então mas o senhor não teve de pedir autorização à sua mulher para lá porem a máquina, visto que é ela a gerente?

- oh shôdôtôra...a minha mulher pode ser gerente...mas eu sou marido.

a juíza fez uma cara tal, que eu levantei-me e fui-me embora.
não valia a pena ficar até ao fim... a sentença foi dada com aquele olhar.

domingo, julho 16, 2006

às vezes tudo é nada

"posso ter todas as mulheres que quiser... menos aquela que quero."

quinta-feira, julho 13, 2006

o teste

ela tinha o teste na mão.
era o teste mais importante da minha vida.
tinha-me preparado tão bem para aquilo!!
horas e horas de prática!
e ela com o teste na mão, sem me dizer o resultado.
ela calada, olhava para mim, eu a levitar de ansiedade.
então ela arregala os olhos, sorri com a boca cheia de alegria e diz:

- TIVESTE NEGATIVA!! AHAHAHAHAHAH...

e eu a rir-me, histérico.
abraçámo-nos e saltámos em conjunto de satisfação.
nunca uma negativa me soube tão bem!

caraças, é que sou demasiado novo para ser pai...

terça-feira, julho 11, 2006

casino

ontem fui pela 1ª vez ao casino.
aquele do santana lopes.
saí de lá exactamente com a mesma quantia com que entrei.
já lá foram?
é negativamente impressionante, pelo menos de noite.
a quantidade de gente que lá deve deixar a casa, a mulher, os filhos e o hamster do miúdo mais novo.
ao meu lado estava uma velhota que insistia em falar com a máquina, enquanto a alimentava com notas de 20€.
umas vezes enaltecia-a, outras vezes chamava-lhe nomes que eu pensava não poderem sair da boca de senhoras com mais de 60 anos.
do meu outro lado estava um casal novo que não falava, apenas fumava e carregava, à vez, nos botões.
também estes insistiam em alimentar a máquina, mas com notas de 10€.
eu estive a ganhar 25€, mas como um gajo não vai ao casino todos os dias, toca de arriscar mais um pouco.
e toca de perder o que já tinha ganho.
deve ser estupidez de principiante, não sair enquanto se está a ganhar.
ou estupidez, apenas.
na zona da roleta e banca francesa, havia gente que jogava aos 500€ de uma vez só.
gente com maços de notas mais gordos que maços de tabaco.
um cheiro a vício, suor e unhas roídas.
ali ninguém se diverte, ali joga-se.
e não há prémios de fair-play nem bons perdedores.
é o verdadeiro "perde-paga".
até arrepia...

segunda-feira, julho 10, 2006

11 + 11 = 10 milhões

acabou o mundial
e quem venceu não foi Portugal
mas não faz mal, porque afinal
agora outras notícias abrirão o telejornal

acabaram-se os treinos em évora
os directos do hotel da selecção
o cócó que o pauleta fez de manhã
e os cereais que o comeu ao lanche o simão

um mundo novo se descobre
passada a névoa deste mês
outros destaques se farão
para além dos pénaltis defendidos, que foram três

eu adoro futebol
e adoro a selecção
adoro ainda mais o meu Benfica
mas também tenho alguma noção

temos de começar a acordar
e a dar importância a mais temas
pois, assim como qualquer desculpa me serve para não estudar
Portugal, a qualquer pretexto, afunda os seus problemas

estes ficam mal enterrados
com a maré cheia ficam escondidos
mas com a maré vazia se descobrem
e nos fazem ver como estamos fo#*dos

quinta-feira, julho 06, 2006

ele há coisas...

há coisas que não se entendem.
não se nos entram na cabeça, não percebemos.
tais como:

1- porque é que o pauleta joga sempre, apesar de parecer que joga na outra equipa?

2- porque é que ontem as repetições das decisões do árbitro contra nós nunca foram mostradas, mas as contra a frança foram, e 3 vezes?

3- porque é que o ANORMAL do comentador da SIC, a 10 minutos do final do jogo, começou a dizer que no sábado havia o jogo Portugal-Alemanha, para os 3º e 4º lugar?

4- porque é que os portugueses se contentam sempre com pouco e houve pessoal que foi para o marquês festejar um possível 3º lugar?

5- porque é que 90% dos jogadores franceses são de origem argelina, africana ou da europa de leste?

6- porque é que os franceses, sendo o povo mais xenófobo e racista do mundo, festejam as vitórias da sua selecção, composta maioritariamente por estrangeiros?


em cada janela uma bandeira
no relvado uma nação inteira
com o pauleta a jogar, e desta maneira
ganhar o mundial? que grande bebedeira...

segunda-feira, julho 03, 2006

PU-TU-GAU AUÉÉÉÉ

Portugal está nas meias-finais.
o (grande) autor e a sua cambada participaram nos festejos, como todos.
da casa de um nas avenidas novas até ao rato, para jantar em casa de outra, todo o percurso foi feito a pé, debaixo das buzinas.
com uma bola nos pés, a cambada foi dando espectáculo.
cruzamentos por cima dos cruzamentos, remates nas passadeiras, os semáforos a fazerem de postes.
as outras pessoas os adversários, lançamentos de linha lateral do meio da estrada, o árbitro de férias e muito fair-play.
a festa durou até às tantas, o normal.
o (grande) autor, como tantos outros, não precisa de muitos pretextos para sair para a rua e divertir-se.
porém, a ideia com que o nosso herói ficou é a de que todos os problemas de Portugal tinham acabado com o pénalti do cristiano ronaldo.
muita daquela gente que ali estava parecia acreditar que o défice se tranformara em lucro.
que a educação, a corrupção e as mortes na estrada eram ficção.
que o desemprego, os tachos e as estradas esburacadas se passaram para Inglaterra.
pensa o autor que os portugueses ainda tapam muito o sol com a peneira.
porque no domingo, campeões do mundo ou não, acaba a futebolada e os problemas nacionais voltam das férias do mundial.
enfim...
na quarta venha a França.
para irmos para o marquês...outra vez.

quinta-feira, junho 29, 2006

este luís afonso é um génio




ps - quando em erasmus e com pouco tempo para navegar e saber das notícias do meu País e do meu Benfica, eram os cartoons deste homem que eu lia.
em 2 segundinhos e duas porradas no rato, n'a bola e no público.
bastava, para enganar a fome.

quarta-feira, junho 28, 2006

comunicado

dado que o (grande) autor teve hoje um exame às 9h30 da matina, tem outro amanhã à mesma hora e outro no dia seguinte no mesmo horário, pode ser que este blog nunca mais tenha actividade.
ou seja, pode ser o cérebro do (grande) autor deixe de funcionar.
para grande pena do mundo e universo e infinito e mais além, está claro.

terça-feira, junho 27, 2006

ser mãe

ser mãe é mais do que uma questão de paternidade.
ser mãe é uma profissão.
não é um trabalho em part-time, é um trabalho a tempo inteiro, em que as horas extraordinárias não são pagas.
ser mãe é ser ao mesmo tempo patrão e empregado.
porque se é patrão do filho, mas ao mesmo tempo sua empregada, visto que uma mãe nunca descansa...por causa dos filhos.
uma mãe está sempre pronta a trabalhar para os filhos e trabalha mesmo quando não é preciso.
um filho acaba por sair do ninho, fazer as malas e mudar-se para outra empresa.
mas a mãe faz as malas também e vai atrás, pelo menos sempre em pensamento e muitas das vezes em corpo presente.
o que faz uma mãe quando os seus filhos são crescidos?
uma mãe, quando é mãe, passa automaticamente a não saber fazer mais nada.
ser mãe provoca uma regressão na pessoa.
uma mãe passa a viver para os seus filhos, mesmo que pense que não o faz.
os filhos são a pala dos olhos duma mãe.
uma mãe não vê para além dos seus filhos e só vê na direcção destes.
assim, quando um filho quer independência, a mãe, sim senhor, deixa-o ir viver a sua vida, mas, na realidade, está com ele a todo o momento.
a mãe acaba por ser uma espécie de pastilha elástica colada nas calças de ganga.
no início a pastilha é saborosa.
passado um tempo a mastigá-la, perde o sabor e queremos livrar-nos dela.
mas ela não vai, agarra-se à ganga e dali não sai.
chega a estar colada a nós muito tempo, antes que nos apercebamos.
não vai embora, fica ali agarrada, mesmo que esteja a sofrer com isso.
até que, por fim, nos habituamos e constatamos que aquela pastilha está ali por alguma razão.
aí, as calças passam a ser de estimação e nunca as deitamos fora.
até que a pastilha desaparece, com o passar do tempo.
e aí choramos.
porque nunca mais teremos uma pastilha daquelas.

segunda-feira, junho 26, 2006

com o passar dos anos

tenho rugas na testa
que são sinal de preocupação
de não vir a singrar na vida?
ou de que Portugal não seja campeão?

sexta-feira, junho 23, 2006

o vento

o vento é o ar condicionado do planeta.
porém, está escangalhado.
dá quase sempre ar frio, quase nunca ar quente.

quinta-feira, junho 22, 2006

o miúdo ronaldo

há uma amiga minha que tem um irmão.
o irmão tem à volta de 19/20 anos.
o irmão, quando tinha 13/14 anos, andou na escola com o cristiano ronaldo.
ora, a brincadeira que os rapazes mais tinham no recreio (segundo o irmão da minha amiga) era a de "tirar a bola ao cristiano".
sim, o objectivo do jogo era tirar a bola ao cristiano ronaldo, enquanto este fintava quem lhe aparecesse à frente.
ganhava quem lhe tirasse a bola sem fazer falta.
hoje em dia, o cristiano joga nos grandes recreios do mundo, continuando a fazer maravilhas com a bola.
porém, na opinião de um amigo meu, as fintas são mais que uma alegria para os olhos do adepto.
o meu amigo acha, talvez com alguma razão, que o miúdo deve ter algum contrato com a nike para andar a fazer tanta palhaçada em campo.
e, dado que o cristiano ronaldo em cada 3 passos com a bola tenta fazer 7 fintas, e que muitas vezes até se finta a ele próprio, o meu amigo não deve andar longe da verdade.
ainda assim, a verdade é que:
quem é que tira a bola ao cristiano ronaldo??

terça-feira, junho 20, 2006

clic

o que nos faz andar é o "clic" que está em nós.
(este blog anda muito onomatopeico)
o clic que se dá dentro de nós, que nos faz tomar as decisões.
o clic que nos faz gostar de alguém.
o clic que nos faz amar alguém.
o clic que de um dia para o outro nos faz apreciar mais a vida.
o clic da cabeça a perceber a pergunta que nos fazem.
o clic também existe fora de nós, no dia-a-dia.
o clic do isqueiro que nos acende o cigarro.
o clic da ignição do nosso carro.
o clic da porta de casa a fechar.
o clic da janela a abrir.
o clic da carica a sair da garrafa.
o clic da luz a acender.
clic, clic, clic.
clic, clic, clic.

segunda-feira, junho 19, 2006

spam

o spam chama-se spam porque "spam" é o barulho que faz ao aterrar na nossa caixa de correio electrónico.
SPAM!!
como um filho abandonado, o spam viaja por aí, em busca de abrigo, até chegar à nossa caixa de correio.
abandonado por pais negligentes e egoístas, que só pensam no lucro do seu negócio, o spam deambula pelo submundo da internet até conseguir achar um local abrigado, como a nossa caixa.
e aí que sucede?
nós mandamos o spam embora.
há até quem tenha filtros anti-spam, como as tabuletas à porta de cafés, que impedem a entrada de animais.
é incrível como, nos tempos que correm, ocorrem tais violações ao princípio da igualdade!
não reneguem o spam.
o spam é amigo.
deixem o spam entrar nas vossas vidas!
e coloquem na vossa caixa de correio uma almofada anti-spam.
assim o spam já não faz barulho ao aterrar, desamparado e lacrimejante.
em vez de SPAM........fará SPAM.

quarta-feira, junho 14, 2006

crónica de um dono de casa

ai, estou estafado.
os miúdos hoje não paravam quietos, parecia que tinham tomado speeds.
speeds, não speedo's. isso são fatos-de-banho.
a maria chega daqui a bocado do café.
espero que o benfica tenha ganho, senão ainda me chega a roupa ao pêlo outra vez.
ela fica mesmo furiosa quando o benfica perde. ainda por cima, se bebeu outra vez 32 minis, deve vir meiguinha, deve.
a roupa hoje demorou imenso tempo a secar, deve ser do tempo, que está a esfriar.
de qualquer forma não consegui passá-la toda.
preocupei-me apenas em passar o vestido que a maria gosta de usar às segundas.
como hoje é domingo, espero que o queira usar amanhã.
senão tenho de me levantar mais cedo para lhe passar o que ela quiser.
bem, vou temperar a salada e amanhar-lhe o peixe cozido.
a maria odeia espinhas perdidas no meio das batatas.
ah, tenho de me lembrar de lhe pedir que me compre outra esfregona, que esta já está gasta.
espero que ela não se irrite.
a maria acha sempre que eu gasto tudo muito depressa cá em casa, que não dou valor ao dinheiro, como não sou eu que ponho o pão na mesa.
eu acho que ela tem razão, coitada, farta-se de trabalhar para eu e os miúdos podermos ter uma vida decente.
bem, lá vem ela.
ai simãozinho, espero que não me tenhas deixado ficar mal...

terça-feira, junho 13, 2006

só uma achega

só no domingo me apercebi que esta era "a semana dos feriados".
e disse-me logo uma prima minha, da classe trabalhadora, que só quem não trabalha é que não sabe quando são "os feriados", e como tal não anseia por eles.
retorqui logo que quem estuda não tem "feriados", não tem fins-de-semana, não tem folgas, porque os exames não se vão adiando como os dias de trabalho quando se interpõe um feriado pelo meio.
e é verdade.
o estudante não tem "feriados".
o estudante tem uma vida relaxada todo o ano, faz nenhum, é certo.
mas chega a época dos exames e o estudante tranca-se em casa, estuda, queima os olhos com o vento quente do virar das páginas e não se apercebe da "semana dos feriados".
o estudante não vai aos santos, não aproveita a sardinha e a sua noiva não é de santo antónio.
porquê?
porque não ficava muito bem estudar no copo de água.
o estudante não pode ir para o café a tarde toda ver os jogos do mundial nos canais (filhadaputamente) codificados.
já o empregado do café, quem trabalha no café, pode.
assim, a vida do estudante é a melhor desde agosto até fim de maio seguinte.
mas entre fim de maio e meados de julho não há cá pão para malucos.
agora, que adoro a minha vidinha de estudante...lá isso adoro.
e depois deste talvez venha a tirar mais um curso ou dois.
porque, como já dizia alguém que conheço mas agora não m'alembra:
"oh filho, vai com calma que tens a vida toda para trabalhar."

segunda-feira, junho 12, 2006

mundial ambiental

como não se fala noutra coisa sem ser o mundial, o (grande) autor achou por bem colocar aqui algumas medidas que poderão permitir aos nossos filhos e netos continuar a assistir a mundiais e, basicamente, permitir-lhes uma vida propriamente dita:

- enquanto lava os dentes, feche a torneira.
- enquanto lava as mãos, feche a torneira.
- enquanto se ensaboa no banho, feche a torneira.
- enquanto lava a louça, feche a torneira.
( feche a torneira sempre que não estiver alguma coisa debaixo da água. seja uma escova de dentes, uma mão, um pénis ou um prato.)
- ponha a máquina de lavar roupa e louça a trabalhar apenas quando estiverem cheias.
- apague a TV no botão, não a deixe em stand-by
- não deixe a porta do frigorífico muito tempo aberta
- recicle tudo. não custa nada, papel, plástico e vidro.

se todos fizermos isto que, convenhamos, não dá trabalho nem desconforto nenhum, imaginem o quanto não poupamos ao planeta?
porque não sei se sabem, mas as reservas de água potável estão mesmo a acabar...
e depois? lavamos os dentes com aguinha salgada?

sábado, junho 10, 2006

aos meus compinchas


compincha é uma palavra que não existe no dicionário.
mas é uma palavra que define a melhor relação que existe.
um compincha é tudo e todos podem ser nossos compinchas.
namoradas, amigos, pais, filhos, piriquitos, carteiros...
porque o compincha é aquele que não só é nosso amigo como é alguém com quem nos identificamos e que nos entende perfeitamente.
a relação com os compinchas não é perfeita, claro, mas é a melhor relação que se pode ter com alguém.
um compincha não se ri de nós, ri-se coNNosco.
um compincha apanha a merda que fazemos e nós apanhamos a dele.
a um compincha pode-se dizer tudo, pode-se confiar tudo, pode-se esperar de tudo.
é por isso que tenho o orgulho de dizer que conheço muitas pessoas, tenho bastantes amigos e apenas alguns compinchas.
[o (grande) autor é um ícone social, claro está.]
sendo que conhecidos, amigos e compinchas estão alinhados por ordem crescente de importância.
e bocemessê, em que categoria se coloca?

quinta-feira, junho 08, 2006

para ti

.
.
há alguém por aí
que é perfeito para ti
não procures insistentemente
porque o amor aparece de repente
não vasculhes, não levantes o pó do chão
porque o amor, se for para ti, aterra-te no coração.
.
.
.
.
.

quarta-feira, junho 07, 2006

que nojice, que chatice

há uns dias, num noite escura, quase a dar à costa da ilha paradisíaca jah-tôcô-uma, situada bem no centro do arquipélago commalcoólico, debatia o (grande) autor com um amigo seu, o porquê do fascínio do ser humano por borbulhas, pontos negros e afins.
não há moçoila que não adore estar na praia a escavar as costas do seu homem, enquanto este ressona em cima dos dois kg de feijoada do almoço.
não há adolescente que não desista de espremer enquanto não vir aquele piloto de F-16 a ejectar-se e ir de encontro ao espelho.
não há rapariga que não vá praticar ioga só para se poder contorcer melhor e chegar aos ângulos mortos das suas costas.
enfim, o ser humano tem (todos temos, apenas não o admitimos) um fascínio pelos reservatórios que existem na nossa pele, rejubilando de alegria quando os vemos a explodir, quais granadas corporais.

- que nojo de conversa, oh (grande) autor!
- sim, meu caro, mas alguém tem de fazer o trabalho sujo...

terça-feira, junho 06, 2006

dei-me conta

dei-me conta que a nossa selecção nacional de futebol é a entidade (se é que uma equipa desportiva é uma entidade) mais poderosa de Portugal.
abre todos os telejornais, à frente do conflito em timor, dos incêndios (todos provocados, é claro), do encerramento das maternidades, etc, etc...
ainda não começou o mundial e já há dias em certos canais quase inteiramente dedicados aos milionários de chuteiras.
o seleccionador pede "apoio popular" e a capital muda-se de lisboa para évora durante duas semanas.
e vão 10mil emigrantes assistir ao treino na alemanha.
10mil pessoas, vestidas a rigor, assistir a um treino que foi às 16h...

estamos empolgados, somos os maiores, mas se perdermos a culpa vai ser:
- do árbitro
(porque são todos uns filhos-da-p... ceguetas e de cheque no bolso.)
- da bola
(porque é esférica. já se viu? bolas esféricas?)
- da relva
(estava molhada. estava seca. estava mal-aparada. estava muito alta.)
- das condições metereológicas
(será que ninguém pensou que na alemanha vão estar 10/15 graus e em évora estavam 35??)
- do público
(10mil num treino é pouco, caraças!!)
- do tempo de jogo
(é que não sabia mesmo que eram só 90 minutos!! pensava que eram 90 minutos cada parte!)
- dos calções
(estavam muito apertados. a cor era feia.)
- dos postes
(puseram dois postes na baliza! e por cima havia uma trave! não se admite...)
- do condutor da camioneta da selecção
(o sr. zé fazia as curvas muito apertadas e nós ficávamos mal-dispostos.)
- do diabo
(o diabo pregou uma rasteira ao ronaldo e ele caiu...sozinho!)
- do frango assado
(tinha muito sal. tinha muita pimenta. estava cru. estava queimado.)
mas não se enganem!
eu adoro futebol.
adoro competições como o mundial, o euro, a liga dos campeões, o campeonato nacional, outros campeonatos internacionais e jogo futebol todas as semanas.
mas há limites para tudo.
depois deste ênfase todo, se não estou no marquês agarrado ao leão a festejar no dia da final...
é porque não somos campeões do mundo.

segunda-feira, junho 05, 2006

scratch scratch BANG BANG

os caros leitores lembrar-se-ão porventura, do passarinho que vive na minha janela?
pois agora a juntar-se ao demónio alado, veio a minha vizinha do lado, bem rezingona, do alto dos seus 79 anos.
ora, tal como o passarinho assassino, existem pombos nestas redondezas.
e os pombos, tal como qualquer outro animal, defecam.
(gosto da palavra "defecar")
só que os pombos, ao contrário da maioria dos outros animais, defecam por tudo quanto é lado.
e uns desses lados são os parapeitos das janelas do prédios.
a minha vizinha, como já não tem muito que fazer e o centro de dia só abre às 8h, tem de ocupar as suas manhãs com qualquer coisa, certo?
assim, todos os dias, entre as 7h e as 7h45m, lá vai a senhora, roupão e chinelos, faça frio ou faça sol, limpar a merda de pombo seca do parapeito das suas janelas.
e como faz a velhota o serviço?
com uma espátula de metal.
agora imaginem o que será acordar com o som de um pássaro (piu-piu-piu), mixado com o som de uma espátula de metal a raspar na pedra (scrrraatch- scrrraatch-scrrraatch).
digno de festa rave, asseguro-vos.
umas vezes ponho os óculos de sol e vou-me pendurar no parapeito da minha janela a dançar.
outras vezes carrego a pressão de ar com sal grosso e vou praticar tiro ao alvo.
como o sacana do pássaro é bem esguio, resta-me acertar na senhora, que com 79 anos não se consegue desviar lá muito bem.

quarta-feira, maio 31, 2006

tu...

ai, deixas-me louco
e não é pouco.
por tua causa durmo mal
és algo de muito (muito) especial.
causas-me nervoso miudinho
contigo, sinto-me de novo um rapazinho.
nestes dias de praia e grande calor
apenas vieste para aumentar a minha dor.
apareceste agora, mas já te esperava
não me preparei, e tu queimas como lava.
dentro em breve irás embora
naquele dia certo, chegará a tua hora.
vais partir, como se nada se tivesse passado
e deixar-me aqui assim, desesperado.


ai.
p#ta de época de exames...

segunda-feira, maio 29, 2006

molho de tomate

um prato muito apreciado chez-moi são tomates recheados.
para se rechear os tomates, faz-se um buraco no topo e retira-se o seu interior à colherada.
como o pessoal aqui aproveita tudo (e muito bem) guarda-se o interior dos tomates num recipiente para no dia seguinte se fazer arroz de tomate.
(para acompanhar outra coisa que não tomates recheados, claro.)
lá retirou alguém o interior dos tomates e lá os colocou no recipiente.
o recipiente era um tupperware, marca preferida por estes lados e a única no mundo à qual merece a pena fazer publicidade.
ora, mas como qualquer outro recipiente que contenha interior de tomate, convém fechá-lo condignamente antes de o botar no frio.
o que o (grande) autor não sabia é que os intestinos dos tomates estavam naquele tupperware.
outra coisa que o mesmo gajo não sabia, era que o tupperware não estava (condignamente) fechado.
assim, ainda a retirar uma ramela dum olho com uma mão, o (grande) autor pegou no recipas (recipiente) com a outra mão para o colocar na mesa da cozinha e verificar o seu conteúdo, visto estar com uma fome esfomeada.
não sei se sabem, mas quando pegam num recipas só com uma mão e ele está mal fechadinho, o tipo tem tendência a voar das manápulas.
e assim foi.
a meio caminho entre o frigorífico e a mesa da cozinha, o recipas resolveu largar tudo cá para fora, obrigando o intestino de tomate a fazer um mergulho picado até se espalhar (muito convenientemente) pelo tapete, chão e uma das cadeiras da cozinha.
imaginem o sorriso do (grande) autor enquanto apanhava a merda de tomate, ao som dos roncos do seu estômago e dos palavrões que proferia.
palavrões esses, que deixavam até os tomates vazios por dentro...vermelhos por fora.

sábado, maio 27, 2006

assim assim

há dias em que a inspiração passa à nossa porta, mas não toca à campainha.
não se consegue escrever nada de jeito, nem fritar um ovo.
nesses dias, mais vale não pôr aqui qualquer post.
mais vale afastar o leitor da nossa paragem cerebral.
mas eu não sou desses.
eu escrevo, mesmo que, depois de passar os olhos nestas linhas, o leitor se sinta enganado.
mas eu não quero enganar ninguém.
até porque este blog é grátis, caraças.
quero é um bife para pôr debaixo do meu ovo mal frito.

sexta-feira, maio 26, 2006

control shift

no teclado da vida percorro todas as teclas.
começo no início do abecedário, ando letra a letra, vivendo um pouco todos os dias.
por vezes tenho interrogações, faço algumas combinações, procuro acentos.
faço o possível para ganhar o resultado de "control-alt-e", às vezes sinto-me maiúsculo, outras vezes não.
os números dão-me conta do tempo que passa, vivo muitas exclamações, coisas que não esperava.
vou em todas as direcções das setas, experimento um pouco de tudo, como deve ser.
quando não me sinto bem, desejo apagar tudo o que não gosto, mas não há escape que valha, o que está feito está feito.
a vida não é um teclado, mas tem umas teclas que podemos comandar.
podemos pôr aspas nas coisas, podemos separar tudo em parêntesis.
podemos escrever o caminho que tomamos.
agora, há uma coisa que não podemos controlar.
o ponto final.

quinta-feira, maio 25, 2006

anarquia ditatorial

Portugal não sobreviveria a uma anarquia.
Não era possível, os tugas consumiriam o país de dentro para fora e ainda iriam anexar espanha.
O povo tuga é um povo que precisa de proibições, de regras, de direcções impostas.
fazendo a devida adaptação, para o tuga, a cavalo dado não se olha o dente, nem se olha mesmo para o cavalo.
é aproveitar enquanto se pode.
por isso é que festas de bar aberto, restaurantes "coma-tudo-o-que-conseguir" ou outros eventos do género não funcionam por aqui.
porque se é de borla e não há proibições, o tuga, literalmente, devora tudo.
já viram a vaca feita de sinos que está no saldanha?
no início estava (estupidamente) desprotegida.
resultado?
2 minutos depois de ter sido lá colocada, já os sinos estavam todos emaranhados em mega-orgia.
claro que se teve de pôr um vidro a proteger a vaca.
porque se está lá e não tem nada a dizer que não se pode, então vai-se lá mexer no bicho.
em Portugal não poderia haver anarquia porque tudo desapareceria.
temos a filosofia do já-estou-cheio-mas-vou-só-comer-mais-uma-perna-de-frango-e-ainda-como-o-arroz-doce-para-rematar.
assim, chegou o (grande) autor à conclusão de que em Portugal apenas resultaria uma anarquia ditatorial.
uma antítese política.
porque, mesmo com a loucura, soltura e liberdade totais, o tuga precisa de ser direccionado, travado, orientado, para não se destruir a si próprio.
porque um tuga com a franga solta é pior que um bando de rinocerontes.
destrói tudo à sua passagem, mas com o balanço com que vem ainda cai mas é pela ravina abaixo...

segunda-feira, maio 22, 2006

uma frase vale mais que mil imagens

hoje, num jantar, colocava-se o problema de muita gente fazer o que não gosta.
uma dada pessoa, tirou um curso, entrou para um posto de trabalho da área, mas não há maneira de a porem a fazer o que gosta.
pode demitir-se, ou então esperar que a coloquem onde quer.
como ideia para "dar a dica" ao patrão, serviu-se à mesa a cómica hipótese de a pessoa levar uma t-shirt estampada com alguma frase que desse a impressão do seu desconforto laboral.
a pessoa em questão disse a seguinte frase:

"dêem-me pontapés na boca... sofro menos!"

domingo, maio 21, 2006

aviãozinho voa voa

na última vez que o (grande) autor teve o prazer (psicológico) de viajar de avião, algo de estranho sucedeu na cabine passageira.
pois, aquando de uma descida menos estável, alguém do staff hospedeiro se lembrou de botar no ar um som semelhante ao de ondas do mar, nitidamente para acalmar a passageirada.
ora, assentado no seu assento, o (grande) autor logo para si pensou:
"oh diabo, tu queres lá ver que me estão a perspegar com musiquinha pré-caída-de-bintecincomil-pés?"

com o som marítimo a atravessar-lhe os tímpanos, seguro de que uma morte se avizinhava, resolveu o (grande) autor confessar-se à colega do lado, completamente abstraída das ondinhas da caparica.
a senhora, já de idade avançada e com 4 martinis em cima, mostrava-se muito interessada no que lhe contava o nosso amigo.
passados 25 minutos de confissão-em-marcha-rápida, decide a sénior acabar com a tortura falada proferida pelo herói:
"oh filho...podes parar de contar essas porcarias, para eu poder voltar a ligar o aparelho de audição? é que este pagou-mo a minha filha e diz que faz mal estar sempre a ligá-lo e a desligá-lo. como já há bocado tive de o desligar porque tu não te calavas com a história da primeira vez que andaste de avião e o voltei a ligar quando adormeceste... é que pelamordedeus..."

nesse momento apenas desejei que o bicho alado caísse depressa e que a idosa não conseguisse colocar a máquina de oxigénio...
ou que esta estivesse desligada, como o aparelho auditivo dela...
 
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